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Senju e Takeomi estavam assistindo uma luta entre seus membros, ainda sem os avisar que Wakasa e Benkei haviam saído da Brahman

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Senju e Takeomi estavam assistindo uma luta entre seus membros, ainda sem os avisar que Wakasa e Benkei haviam saído da Brahman. Sem saber como explicar a situação a eles. Esperavam conseguir adiar o suficiente para que a lealdade dos homens fosse a eles e não a dupla imbatível. Dizendo não saber onde os dois estavam quando questionados, o que foi surpreendente a quantidade de pessoas que perguntaram ao vice-líder.

Suas preocupações foram substituídas por outras quando Wakasa e Benkei saíram do elevador com o uniforme em corpo, o que chamou mais atenção do que deveria. E, infelizmente, Shinichiro estava atras dos dois, com sua máscara e sobretudo.

Ele não estava ali a passeio.

Principalmente porque todos os seus membros eram da primeira geração da BD, familiarizados com Yakuza. Então o sobretudo aberto que mostrava o peitoral desnudo deixava claro quem era o desconhecido. Ele queria que soubessem quem ele era.

Seu superior.

Os Akashi acompanharam com os olhos, sem saber se conseguiriam sair dessa por ser Shinichiro, uma vantagem a mais que ele estava sozinho hoje. Além do trio o único movimento foi a dupla que lutava que saiu do ringue quando notou que esse era o destino do recém-chegados. Wakasa e Benkei pararam na porta enquanto Shinichiro andou até o centro. Ele olhou a sua volta sentindo nostalgia ao reconhecer os rostos, mesmo que eles não soubessem que era ele ali.

— Brahman é uma bela iniciativa, para dizer o mínimo. Tudo, desde uniforme, regras, local, membros, aliados, disposições, deve ser elogiado — Shinichiro deu uma pausa, focando seu olhar em Takeomi — O único erro de Brahman é que ela não foi autorizada. O Rei em momento algum permitiu sua criação e uso de seus contatos. Mesmo que por membros que já pertenceram a um sindicato que foi desfeito anteriormente.

— E pedimos misericórdia por isso, não pensamos que causaríamos algum problema — Wakasa se curvou ao burburinho começar. Benkei lhe seguiu, logo apenas Takeomi e Senju ficando em pé. Shinichiro não gostou.

— Não importa muito o que membros acham, porque no final os erros foram cometidos por seus líderes. Quem deve reparar é os líderes — O Sano esperou por algo vindo dos dois.

— Nós, hm, lamentamos — Senju desviou o olhar, incapaz de sustentar, maneou a cabeça.

— Qual é, você vai aliviar para a gente né? — Takeomi sorriu e levantou a mão em rendição — Sabe que não tínhamos más intenções com isso.

Shinichiro suspirou. Todos estavam curvados a ele, exceto os dois. Todos entenderam a situação que estavam, exceto eles. O assassino estava esperançoso de não ter que fazer nada contra os dois, não queria ser obrigado a matar um dos melhores amigos. Mas agora a carga pesava em seus ombros, todo de uma vez. Se recusava a notá-la antes, mas não tinha para onde fugir, onde jogar. Ajudava Takeomi com essa mesma esperança de que ele tomasse jeito, mesmo quando tinha que desviar todo o dinheiro que ganhava na oficina para o ex-vice-líder.

Se perguntou como ele chegou na situação. Ele não era tão prepotente na infância, suas qualidades não eram soterradas pelos erros e defeitos como agora, por isso tinha o escolhido como seu vice. Talvez tenha sido aí que errou, dando tanto poder a alguém com uma mente fraca, que não poderia ter tanto em mãos como teve.

— A partir do momento que vocês usam nossos contatos, se denominando como um sindicato, devem seguir nossas regras. E dentre tudo não aceitamos insubordinação — Shinichiro se virou, quebrando contato visual com os irmãos — Um líder que não controlamos é um sindicato que não controlamos, uma gangue que não controlamos. E se não controlamos então se torna um problema. Problemas devem e são eliminados.

Ninguém se moveu, mesmo aqueles que ainda estavam curvados. Eles tinham experiencia com a máfia, não havia como mudar o destino se o homem em pé não quisesse. Ele tinha suas vidas em mãos. Nem mesmo lutar era uma opção, eles não mandariam alguém que não poderia dar conta, mesmo sozinho contra os duzentos da Brahman.

— Não, minha gangue... — Senju levou a mão a boca, olhou para o irmão que estava pronto para protestar.

— Mas eu entendo — O Akashi suspirou aliviado com a interrupção — Os homens nem sempre devem sofrer pelos erros de seus líderes. Além disso, os conheço, sei que o problema não são vocês, mas quem está no comando — Andou até Wakasa — É por isso que Leopardo Branco, Wakasa Imaushi, a partir deste momento é seu comandante.

— Não! É minha! Brahm... — Senju interrompeu o grito quando Shinichiro apontou uma arma para si. Deu um passo cambaleante para trás.

— Ei! Abaixe essa arma! Eu não quero minha irmã morta Sh... — Takeomi foi interrompido pelo som seco do disparo. Levou a mão a garganta sentindo o sangue já escorrendo. Olhou apavorado para Shinichiro depois para a irmã.

— Takeomi! — Senju gritou, se virou olhando para Shinichiro com raiva — Maldit...

Wakasa encolheu os ombros em um espasmo com o novo som, seguido do corpo caindo no chão. Takeomi tentou gritar, mas a visão já estava muito turva, a vida já se esvaindo. Sua última visão foi sua irmã com uma perfuração na cabeça, respingos na parede atras dela.

— Leopardo branco, Wakasa Imaushi, a partir desse momento é seu novo comandante — Shinichiro repetiu, sua voz alta reverbou pelo espaço silencioso. Ninguém ousou sequer respirar mais forte e chamar atenção para si — Espero que minha presença não seja necessária para aplicar punições.

— Não será, senhor — Wakasa levantou a cabeça, mas não conseguiu ver os olhos do Sano, ele estava olhando para o chão longe deles.

— Velem seus antigos líderes — Foi a última coisa que Shinichiro disse antes de sair calmamente.

[...]

— Os matei — Shinichiro contou, permitindo que sua voz passasse tudo que sentia, sabendo que Takemichi entenderia.

Acabarei com a reunião nesse momento.

— Não, pode ficar tranquilo.

Não precisa se preocupar, sempre darei preferência a você. Sempre você.

 Sempre você

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