1990.
Quando a enfermeira saiu do quarto em que Emanuella e Masaru estavam, finalmente, Shinichiro estava em pé dando voltas e voltas no corredor, torcendo as mãos e murmurando sem parar. Não conseguia ficar quieto, era muita energia, muita ansiedade para esperar sentado como o avô.
— Ele está muito agitado e chorando, mas se quiserem já podem entrar.
Emanuella tinha saído do parto a um dia e só agora era permitido visitas, Masaru esteve ao lado da esposa durante todo o tempo e toda a família que lhes restava sanguineamente se resumia a Hana Hanagaki, Mansaku Sano, Makoto Sano e Shinichiro Sano. Hana era a guardiã de Masaru e seu braço direito, estando segurando a barra na yakuza pela ausência momentânea do Rei. Makoto, bem, Masaru tinha muita raiva dele para o querer em sua vida, o que de qualquer jeito não era possível pois o homem se preocupava mais com o buraco para enfiar o pau do que sua família. Mansaku e Shinichiro, por outro lado, eram próximos, tão próximos que acompanharam de perto a gravidez da rainha. Não que qualquer um soubesse disso, Mansaku havia forjado sua morte e ninguém além dos três elite sabiam de sua nova identidade. O que continuaria por alguns anos ainda.
Então Shinichiro, encantado e animado para conhecer o bebê que acompanhou o desenvolvimento e já tinha grande afeto, correu para dentro do quarto antes que seu avô sugerisse esperar.
Quando o sano mais novo entrou no cômodo a primeira coisa que viu foi um bebê com a pele branca e um cabelo ralo e escuro como piche se debatendo e chorando nos braços de Masaru, Emanuella na cama deitada sobre vários travesseiros que deixavam sua postura elevada e os olhando com olhos fundos pelo choro e um sorriso cansado. Cansado, mas feliz, completo.
— Takemichi Hanagaki — Emanuella disse assim que viu Shinichiro na porta. Eles não sabiam o sexo até o nascimento, mas já havia decidido nomes para as duas possibilidades.
— Takemichi — Shinichiro disse baixo e com calma, saboreando como soava agora que um nome era apresentado — O pequeno Takemichi.
— Você também é pequeno — Masaru sorriu quando o filho pareceu se acalmar um pouco, olhou interessado para Shinichiro — Quer pegar ele?
— Ele está muito agitado — Emanuella se preocupou.
— Ele se acalmou. Eu acho que foi por causa da voz do Shini — Masaru se aproximou do mais novo que ainda estava parado próximo a porta olhando para o bebê em seus braços — A enfermeira nos disse que ele poderia se acalmar se ouvisse uma voz conhecida. Ele reconheceu a voz do primo.
— Ele também é meu primo? — Shinichiro o olhou confuso — Mas a Hana diz que nós não somos primos de verdade, que sou muito distante para isso. Se eu não sou primo dela, também não sou dele.
— Primo é apenas um jeito que chamamos — Masaru garantiu — Do mesmo jeito que eu te chamo de filho e você não é meu filho.
— Bem, o senhor cuida de mim como um pai, já que meu pai não faz isso — Shinichiro olhou para o avô que entrou finalmente — Quer dizer, o vô também cuida de mim como de fosse meu pai, mas qualquer um é melhor que meu pai que não cuida de mim.
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Eu que mando aqui
FanfictionMais tarde naquele dia Shinichiro questionou pela primeira vez o que ele tinha que fazer para ter Takemichi em sua vida pra sempre já que Mansaku, poucos meses antes, disse que eles teriam que se afastar antes que Shinichiro completasse seus dez ano...