Mais tarde naquele dia Shinichiro questionou pela primeira vez o que ele tinha que fazer para ter Takemichi em sua vida pra sempre já que Mansaku, poucos meses antes, disse que eles teriam que se afastar antes que Shinichiro completasse seus dez ano...
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1995.
Masaru andou com calma e deixando os pés fazerem o maior barulho possível para que Shinichiro identificasse que era ele e não um inimigo. Parou ao lado do garoto que estava olhando para o chão, em uma mão uma pistola, na outra uma faca. O corpo e o rosto estranhamente neutros estavam sujos de sangue.
— Então, valeu a pena?
— Algum deles mereceu?
Masaru olhou para os corpos espalhados pela sala de conferência do hotel. Vinte homens e seis mulheres. Quando os conselheiros disseram a Shinichiro que seus alvos precisavam sofrer eles não especificaram como, foi feito de forma melhor que esperado. O mais velho bufou, maldito sangue hanagaki que corre em suas veias.
Shinichiro cumpriu com as expectativas para decepção de Masaru. Não porque não queria vê-lo se sair bem, mas porque no momento que Mansaku foi citado o atual Rei soube que os conselheiros iriam usar Shinichiro para mais do que jamais lhe contariam. Mas o mais novo foi tão claro quanto poderia, mais claro do que qualquer outra criança de nove anos poderia ser.
Ele estava ali única e exclusivamente por Takemichi Hanagaki e para ficar próximo dele. Não queria nada com a Yakuza e, por isso, estava ali para entrar no clã das sombras.
Então Masaru estava decepcionado que ele fosse bom, assim ele entraria mais e mais nos planos dos conselheiros. Mas até ele tinha que admitir, aquilo era incrível para alguém de dez anos, alguém que não foi treinado desde que aprendeu a andar a matar pessoas. Se bem que ele ainda era neto de Mansaku, o velho jamais deixaria seu neto desprotegido, para dar o golpe final não estava tão distante.
Havia também o detalhe de Shinichiro estar preso, não havia como sair mais. Todos sabiam, é claro, que algumas missões são gravadas e guardadas, a primeira sendo uma delas. O que ninguém sabe é o motivo, o que não podia ser mais obvio, no entanto. Uma garantia, uma corrente. Você não pode trair, abandonar ou ignorar a Yakuza uma vez que faz parte dela, é como um pacto com demônios, eles possuem sua alma e sua vida em mãos. Mesmo o Rei estava isento. Todos, absolutamente todos, possuíam provas que os levariam ao corredor da morte na melhor das opções.
Shinichiro Sano, com dez anos e uma crueldade e frieza surpreendente durante sua primeira missão, agora estava com o destino entrelaçado ao submundo.
— Procure por qualquer nome dos que estão mortos nessa sala e você não achará nenhuma lei dos homens infringida — Masaru finalmente respondeu.
— Se for para ficar com Takemichi então sim, valeu a pena
— Eu gosto de como você considera meu filho Shini — Masaru colocou a mão no ombro do garoto — Mas tenho certeza de que o Sa-chin já lhe falou que a lealdade cega é o caminho para a morte.
— Não me importo de morrer por Take, se é o que quer saber — Masaru se ajoelhou e segurou o cano da arma de Shinichiro.