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1995

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1995.

Masaru andou com calma e deixando os pés fazerem o maior barulho possível para que Shinichiro identificasse que era ele e não um inimigo. Parou ao lado do garoto que estava olhando para o chão, em uma mão uma pistola, na outra uma faca. O corpo e o rosto estranhamente neutros estavam sujos de sangue.

— Então, valeu a pena?

— Algum deles mereceu?

Masaru olhou para os corpos espalhados pela sala de conferência do hotel. Vinte homens e seis mulheres. Quando os conselheiros disseram a Shinichiro que seus alvos precisavam sofrer eles não especificaram como, foi feito de forma melhor que esperado. O mais velho bufou, maldito sangue hanagaki que corre em suas veias.

Shinichiro cumpriu com as expectativas para decepção de Masaru. Não porque não queria vê-lo se sair bem, mas porque no momento que Mansaku foi citado o atual Rei soube que os conselheiros iriam usar Shinichiro para mais do que jamais lhe contariam. Mas o mais novo foi tão claro quanto poderia, mais claro do que qualquer outra criança de nove anos poderia ser.

Ele estava ali única e exclusivamente por Takemichi Hanagaki e para ficar próximo dele. Não queria nada com a Yakuza e, por isso, estava ali para entrar no clã das sombras.

Então Masaru estava decepcionado que ele fosse bom, assim ele entraria mais e mais nos planos dos conselheiros. Mas até ele tinha que admitir, aquilo era incrível para alguém de dez anos, alguém que não foi treinado desde que aprendeu a andar a matar pessoas. Se bem que ele ainda era neto de Mansaku, o velho jamais deixaria seu neto desprotegido, para dar o golpe final não estava tão distante.

Havia também o detalhe de Shinichiro estar preso, não havia como sair mais. Todos sabiam, é claro, que algumas missões são gravadas e guardadas, a primeira sendo uma delas. O que ninguém sabe é o motivo, o que não podia ser mais obvio, no entanto. Uma garantia, uma corrente. Você não pode trair, abandonar ou ignorar a Yakuza uma vez que faz parte dela, é como um pacto com demônios, eles possuem sua alma e sua vida em mãos. Mesmo o Rei estava isento. Todos, absolutamente todos, possuíam provas que os levariam ao corredor da morte na melhor das opções.

Shinichiro Sano, com dez anos e uma crueldade e frieza surpreendente durante sua primeira missão, agora estava com o destino entrelaçado ao submundo.

— Procure por qualquer nome dos que estão mortos nessa sala e você não achará nenhuma lei dos homens infringida — Masaru finalmente respondeu.

— Se for para ficar com Takemichi então sim, valeu a pena

— Eu gosto de como você considera meu filho Shini — Masaru colocou a mão no ombro do garoto — Mas tenho certeza de que o Sa-chin já lhe falou que a lealdade cega é o caminho para a morte.

— Não me importo de morrer por Take, se é o que quer saber — Masaru se ajoelhou e segurou o cano da arma de Shinichiro.

— Você busca aprovação Shini?

Eu que mando aquiOnde histórias criam vida. Descubra agora