Mais tarde naquele dia Shinichiro questionou pela primeira vez o que ele tinha que fazer para ter Takemichi em sua vida pra sempre já que Mansaku, poucos meses antes, disse que eles teriam que se afastar antes que Shinichiro completasse seus dez ano...
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— Não entendo por que estamos aqui — Takemichi resmungou subindo em cima do balcão. Cruzou os braços e as pernas, as bochechas infladas.
— Porque um cliente me ligou. Já te disse isso — Shinichiro fez seu melhor para não olhar para Takemichi, sabendo que ao fazer isso se distrairia do trabalho. O de olhos azuis não havia ficado quieto por um segundo desde que acordaram.
— Um cliente que não vai pagar o suficiente nem para jantar no seu restaurante favorito.
— Eu não tenho a oficina por isso monstrinho, você sabe. Entre Hanagaki e Sano a última coisa que eu preciso me preocupar é dinheiro. Rei faz questão de me pagar muito bem pelos meus serviços e vô jamais deixou faltar qualquer coisa que eu queira. Trabalho porque gosto.
— Deve ser maravilhoso poder trabalhar abertamente em algo que ama. Eu amo matar estupradores, mas infelizmente não é um emprego que o governo vê com bons olhos.
— Não que isso te impeça — Shinichiro deu de ombros
— Não que isso me impeça — Takemichi concordou. Por alguns minutos ficaram em silencio, antes do mais novo bufar — Isso é tão chato. Vamos matar alguém?
— Vai lá. Tenho que terminar isso aqui.
— Ah não Shiro, é minha folga, quero fazer algo contigo!
— Bem, é sua folga, não minha. Fiquei a semana inteira com a oficina fechada acompanhando Tita nas missões.
— Me acompanhou porque quis, eu falei para não ir várias vezes. Ai agora que eu não tenho que trabalhar você não pode me dar atenção.
— O que aconteceu monstrinho? — Shinichiro largou a ferramenta e pegou um pano para limpar as mãos, se virou para o mais jovem — Eu lembro que você gostava de ficar aqui me vendo trabalhar.
— E eu ainda gosto Bruxo. Mas agora eu estou com tedio.
— Então vai matar alguém e volta aqui. Você não leva meia hora para isso.
— Eu não quero matar alguém.
— Foi o que você sugeriu para fazermos — O Sano deu de ombros indo até a vitrine e baixando a cortina, o sol da manhã pegaria exatamente onde ele estava trabalhando em alguns minutos e lhe atrapalharia.
— Exato. Nós, não eu.
— Então decida algo para fazer — Baixou a outra cortina.
— Eu não quero.
— Mas está com tedio.
— Muito! — Takemichi quase gritou.
— Então...
— Eu não quero! — O Hanagaki decretou interrompendo Shinichiro que suspirou pesadamente enquanto baixava a cortina da porta.
— Em momentos como esse eu me pergunto se você só sabe ficar quieto com um pau na boca — Não era para ser uma provocação maliciosa, era apenas a força do hábito. Mas ao se virar piscou surpreso.