Mais tarde naquele dia Shinichiro questionou pela primeira vez o que ele tinha que fazer para ter Takemichi em sua vida pra sempre já que Mansaku, poucos meses antes, disse que eles teriam que se afastar antes que Shinichiro completasse seus dez ano...
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Seishu Inui observava em silencio enquanto Takemichi andava por entre os membros, parando em um ou outro para conversar. Ele conhecia mais gente do que imaginava, muitos dos membros que pertenciam a BD. A maioria, é claro, eram mais antigos do que a decima geração no qual Taiju liderou, eles frequentavam S.S Motors e talvez seja daí que se conheciam. Pensando agora era incrível que pelos longos anos que ia até a oficina não tenha visto Takemichi sequer uma vez.
Pensou também que Shinichiro estaria acompanhando o noivo, mas ele não estava. Bem, talvez ele tivesse um lugar para estar que não ali, não seria surpresa agora que sabia que Shinichiro era um agente da yakuza. Não que estivesse familiarizado com a máfia, ainda, Takemichi havia lhe dito como esperava contar com ele como um executivo, alguém grande dentro da yamaguchi-gumi.
Quando Takemichi se aproximou ele apenas parou ao seu lado com as mãos do bolso, observando junto a ele as conversas e interações.
— É assim que Black Dragons devia ser — O Hanagaki disse, um tom contemplativo e admirado em sua voz — Shinichiro queria que esse lugar, essa bandeira, fosse como uma família para todos eles. As vezes a única para muitos deles.
— Mesmo sendo um sindicato da yakuza.
— Você descobrirá uma coisa sobre nós Inupi. Yakuza é família. Pode não parecer, é normal que não sejam associados já que somos criminosos, mas há muito mais do que isso — Takemichi sorriu suave — O que mais valorizamos não é o dinheiro, não é poder, status, domínios. São os laços. Quando for até a sede notará como é clara a diferença. Nenhum de nossos clãs seguem o Rei porque ele é o chefe do crime, mas porque ele é nosso pai. E para aqueles que não tem nossos laços, são apenas mercenários, funcionários.
— Parece... diferente.
— Você está acostumado a lidar com bandidos, delinquentes, escoria. Esses caras não são eu e minha família, é um equívoco nos colocar no mesmo lugar quando não estamos juntos — Takemichi colocou a mão no ombro de Inui — Você se tornará um de nós. Será minha família. Meu filho. Porque o Rei cuida de seus soldados como filhos — O sorriso divertido surgiu no Hanagaki — Apesar de que será fácil, Shiro as vezes fala como se você fosse mesmo seu filho.
— Seremos criminosos. Vilões.
— Vilões. Assassinos. Assaltantes. Torturadores. Coloque o que quiser na lista, menos estupro, claro. Mas você não será, você é — O de olhos azuis movimentou a mão para sinalizar a gangue — Faz parte de uma gangue. Vende sua violência. Extorquindo, ameaçando, espancando. Você presencia, participa, encobre tantos crimes quanto eu no dia a dia.
— Não somos iguais — Inupi observou, mesmo concordando com Takemichi — Você é muito maior do que eu.
— É por isso que eu sou o chefe — O assassino piscou — Vamos começar?
— A reunião vai começar — Inupi bateu as mãos chamando atenção dos membros, esperou que todos se aproximassem mais — Como todos sabem a dois meses fomos contatados pela elite da yakuza, desde então Taiju Shiba, comandante da decima geração, tem tentado acordos vantajosos para nós. É claro que, conhecendo nosso ex-comandante, todos sabem como ele fez, nosso resultado foi que nenhum dos lados estava aceitando as propostas. Mas é a yakuza, eles mandam no país. Infelizmente Black Dragons seria facilmente subjugada por eles, como aconteceu — Inupi deu alguns passos, se aproximando mais da multidão — Para aqueles que não estavam presentes na semana passada nós recebemos a presença de três homens do topo, não apenas uma intimação ou ordem. Após Taiju ser equivocado em achar que conseguiria confrontar o segundo e perder pateticamente a vontade deles nos foi imposta.
— E é aí que eu entro — Takemichi acenou com um sorriso aberto e animado — Meu nome, para quem não me conhece, é Takemichi Hanagaki. Tita aceitou a designação de Seishu Inui para que eu assumisse o comando de Black Dragons.
— Para os que não conhecem a história de nossa gangue, Black Dragons tinha relações amigáveis com yakuza em sua origem, o que a permitia que crescesse sem a sombra de ser destruída pela máfia. Shinichiro Sano sempre teve os mais fortes ao seu lado — Inupi viu a surpresa de muitos, mas nem mesmo ele sabia desse detalhe até pouco tempo — O Rei fraco é conhecido por todos nós e a cada geração desejávamos atingir o que ele atingiu. Chegar aonde ele chegou. Ter sua benção era meu desejo por três gerações — O loiro se virou a Takemichi, um leve curvar de lábios — Eu consegui. E todos nós conseguiremos, basta seguir a liderança desse homem. Takemichi Hanagaki foi designado por mim, por Tita de ataque e pelo próprio Shinichiro Sano, seu noivo, a ser o comandante da decima primeira geração.
— Uma informação que poderia ser deixada de lado por hora — O segundo balançou a cabeça — Assim eles vão achar que foi meu relacionamento que me colocou aqui.
— Isso não vai durar muito tempo — Kokonoi gritou de onde estava um pouco afastado — Verão com os próprios olhos que não há qualquer ligação entre suas competências e seus relacionamentos.
— Espero — Takemichi maneou a cabeça — Bem, a apresentação concluída vamos repassar as regras. Não há surpresa, nosso território é o mesmo e deve ser protegido. Não há necessidade alguma de continuar cobrando por nosso auxílio as empresas, ao menos não usando ameaças como estavam fazendo. Qualquer abuso será visto como traição e traição é punível com morte. Não aceito insubordinação e espero que suas ordens sejam seguidas a risca e com o máximo empenho. Dentre os dez mandamentos que foram criados em nossa fundação não farei nenhuma alteração, apenas os trazendo a tona novamente. Valores foram perdidos com o passar dos anos, mas isso acabou.
— Não procurem encrenca com outras gangues, mas não abaixem a cabeça. Somos a maior de Kanto e continuaremos assim por muitos anos — Inupi observou.
— Manterei Kokonoi Hajime como tesoureiro e a forma que Taiju lhes beneficiava financeiramente baseado em méritos. Inupi cuidará da supervisão. Como um sindicato da yakuza obviamente teremos trabalhos a fazer em seu nome. Designarei cada missão que nos for enviada baseado nas habilidades de cada um, então passem a Inupi até o final da semana qualquer observação que possa influenciar na hora de escolher, limites morais é um exemplo. Todos serão respeitados e eu jamais mandarei alguém que não quer matar para tirar uma vida.
— Para aqueles que tem mais de 18 anos devem procurar o comandante pessoalmente para conversarem sobre a permanência e adquirir a tatuagem da yamaguchi-gumi. Façam isso sabendo que é um caminho sem volta. Para os menores de idade venham até mim — Inupi sacudiu o bastão que carregava e o colocou nos ombros — Aqueles que não desejam participar dessa nova era apenas deem as costas e saiam agora. Mas saiam sabendo que ou sua boca é um tumulo, ou ela estará em um.
— Aos que ficarem, sejam bem-vindos a minha família — Takemichi abriu os braços com os olhos brilhando. Encarou um por um — Espero que não me comparem ao Taiju que era um ditador maldito. Estou ansioso para participar da vida de cada um de meus soldados.
Enquanto a dupla de líderes esperava que alguém saísse o telefone do Hanagaki tocou, ele se afastou brevemente para atender. Quando voltou sinalizou para Inupi.
— O novo uniforme será entregue a próxima reunião e as formas de contato já foram disponibilizadas. Com isso encerramos essa reunião — O loiro se virou a Takemichi — Bom trabalho presidente.
— Bom trabalho presidente!
— É uma sensação legal — O Hanagaki sorriu — Não vou poder ficar conversando, vou até Shiro agora.
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Minha frase favorita é "ou sua boca é um túmulo, ou estará em um"