Cabo de Guerra

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☢️⚠️🚸 Cuidado! Esse capítulo tem cenas hetero ✋
Desculpa o sumiço, tava com depressor pq voltei a trabalhar 😔
Mas tem uns 5 capítulos prontos pq eles tavam com umas 20mil palavras e tive que cortar em 2. Então provavelmente já já atualizo dnv
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Tudo bem, estava tudo bem. Certo? Óbvio. Faltavam exatos 13 minutos e quarenta e três segundos para o início do intervalo, 13 minutos e quarenta segundos para que ele viesse lhe buscar na porta da sala para almoçarem juntos. 13 minutos e trinta e cinco segundos para se cumprimentarem e Matt sentir o ar faltar em seu peito, suas mãos suarem e o chão se mover abaixo de si como se estivesse prestes a desmoronar. 13 minutos e vinte e seis segundos para sentir seu rosto arder em constrangimento e seu peito se retorcer em ansiedade, sem saber o que deveria fazer. Deveria beija-lo? Não, não tinham nada. Literalmente sequer se conheciam. Ademais, ele era muito mais alto, teria de ficar na ponta dos pés e isto seria demasiadamente embaraçoso. Não que, obviamente, se fosse mais alto do que ele fosse criar coragem para fazê-lo. Deveria segurar sua mão? Não, aquilo lhe parecia ainda mais íntimo do que beija-lo. E por Deus, o que faria se não conseguisse faze-lo rir? Estava perdido. Não compreendia o porquê caralhos aceitara almoçar com ele, no entanto, algo dentro si, não apenas o tesão acumulado, mas sim as pequenas e quase inexistentes, mínimas e ínfimas partículas de dignidade e autoestima que ainda residiam em seu ser, mesmo que no mais profundo de seu âmago, o convenceram (com a ajuda de Beyond) que talvez merecesse isto. Talvez tomates também pudessem sair com outras frutas, para variar. Além disto, se compadecera com o pedido de desculpas de Jack. Ele insistira em pagar seu almoço e se desculpara muitas vezes por beija-lo sem permissão, por mais que não tivesse sido isto exatamente que lhe fizera ter um dos piores ataques de ansiedade que sofrera desde que Watari saíra do hospital. Ademais, como se não houvessem motivos suficientes, Jack era um garoto. Mesmo que fosse muito bem resolvido com sua bissexualidade, nunca conseguira se relacionar com meninos. Esta oportunidade lhe deixava curioso e, infelizmente, excitado, às vezes de um jeito bom e, na maioria das vezes, como no presente momento, de um jeito péssimo. Como deveria segura-lo durante o beijo? Onde deveria colocar suas mãos? Tinha de ter iniciativa ou isto faria ele? E se ele quisesse fazer sexo? Não iria dar a bunda! Havia apenas um homem no mundo que aceitaria ser passivo e esse homem era Keanu Reeves. De toda forma, ainda possuía muito tempo para sofrer de ansiedade. Cerca de... 3 minutos.

3 fodendo minutos.

Iria morrer. Não conseguiria. Seu coração latejava loucamente, e sua garganta paulatinamente se fechava, forçando-o a cessar sua respiração nasal e lutar por sua vida ao inspirar pela boca. Sentia-se zonzo, como se há muito não comesse mesmo que em seu estômago o café da manhã se revirasse, o nauseando. Definitivamente iria morrer. Já podia sentir Jesus lhe tocar gentilmente o ombro e lhe chamar pelo apelido, o que seria um pouco estranho, afinal não apenas imaginava que se Deus realmente existisse, queimaria no inferno por todos os pecados que cometera, tanto em seu nome quanto em nome de Mihael, como, no mínimo, que ele lhe chamaria pelo nome de registro, ou seja, Mail, ou invés de Matt. Independente disto, o homem lhe sacudiu o ombro quando não respondera, afinal estava ocupado demais tentando não ter uma crise de pânico, chamando-o novamente agora muito mais irritado e impaciente.

— Matt, cacete! Vai ficar aí até quando!? – Indagou a figura ao seu lado. Definitivamente não era Jesus. – Já deu o intervalo! – Vociferou Mello ao desistir de lhe sacudir como um feirante frustrado expulsa os mendigos que tentam lhe surrupiar algumas uvas, cruzando seus braços.

Incrédulo, o ruivo observou o ambiente a sua volta, podendo constatar que, de fato, seus colegas já estavam de saída e mesmo o professor de literatura já havia recolhido seus pertences, se desesperando. Não planejava voltar a falar com Mihael tão cedo, embora bem soubesse que, independente de um pedido de desculpas que certamente não viria, hora ou outra acabariam por reatar o confuso relacionamento. O problema era que Keehl havia escolhido o pior momento possível para parar de lhe ignorar, afinal não iria almoçar com ele e sim com o motivo de, primeiramente, estarem brigados. Consequentemente, se, ou melhor, quando ele descobrisse, porque definitivamente não era homem o suficiente para lhe dizer, ele surtaria novamente e Matt ficaria ainda pior. — A-Ah... É-É! – Apressou-se em responder antes que ele ficasse ainda mais impaciente, tentando pensar em uma desculpa plausível para ficar na sala e não acompanhá-lo até o refeitório. Jack havia insistido em lhe buscar em sua sala, logo menos ele estaria ali e não queria sequer imaginar o que Mihael faria se o visse. – É-É que eu... – Rápido, era só pensar em uma desculpa boa o suficiente para ficar na sala, não era tão difícil, era só dizer literalmente qualquer coisa. – Ainda não terminei de... Coçar a perna. – NAAAAAAAAAAO, burro, burro, burro!

That's LifeOnde histórias criam vida. Descubra agora