pato pato ganso

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Notas do Capítulo: Aí meu Deus, me desculpa por essa capa, eu devo ter um problema sério mas ri d+ KKKKKKKKKKKKKKKK realmente não consigo fazer capítulo sério e triste que abordam temas pesados sem fazer umas piadas pra descontrair, desculpem kkkkkk
Então eu tenho cinco avisos:
1° CUIDADO ⚠️ esse capítulo tem gay panic kkkkkkkk Todo mundo zoa o Light (principalmente nesta plataforma), mas dessa vez não foram dele, vou dar um desconto 😔✊
2° Desculpem só postar agora, mas acabei de terminar meu TCC então acho que consigo fazer mais um esse mês e é isso, tava atolado de lição. Mas eu sobrevivi kkkkkkkkk
3° não me cancelem pelas coisas que o Matt fala kkkkkkk
4° Talvez esse capítulo tenha gatilho sobre pedofilia, então se for um tema sensível pra vc, já sabe. Eu sei que não parece, mas é uma fic adulta né
5° eu amo Beyond.
Obrigado pela atenção 😅
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L se sentara no mesmo lugar desde o início das aulas. Fora uma alegre surpresa descobrir que a coordenação conversara previamente com os professores e explicara sobre suas necessidades, tanto sobre ter de se sentar preferencialmente nas carteiras da frente, longe das janelas e das demais distrações para que não perdesse o foco, como sobre sua maneira peculiar de faze-lo, acima dos pés ou abraçando um ou ambos os joelhos para que não tivesse de abdicar de 40% do raciocínio para se equilibrar. Todavia, não obtinha laudo médico que comprovasse sua condição, afinal, jamais fora diagnosticado, portanto, tais medidas eram o máximo que poderia exigir e, consequentemente, somente o que obteria. Não que estas não fossem o bastante, não, sequer estava em posição de requerer ou impor alguma além destas, no entanto, também não era como se pudesse ignorar o desejo por uma concessão de dispensa vitalícia para toda e qualquer aula de educação física. E, como já havia faltado em praticamente todas as aulas anteriores, teria, obrigatoriamente, de comparecer a àquela. Era um bolsista, não podia se dar ao luxo de ficar de recuperação ou estourar em faltas, fosse em qualquer matéria. Somente uma ou duas notas abaixo do "regular" já eram o suficiente para pôr sua vaga em xeque. Não apenas tinha de ser tão bom quanto os alunos mais exemplares, como tinha de ser melhor do que o mais genial deles para compensar as defasagens decorrentes de sua condição.

No terceiro período caminhara muito tristemente até a quadra de basquete, o que revelava que provavelmente jogariam basquetebol, fariam diversos tipos de exercícios de ginástica ou, piormente, jogariam queimado. 35%, 15% e 50% de chance, respectivamente, pensou ao calcular a probabilidade das alternativas. Era bom com números, bom com palavras, na verdade, basicamente tudo relacionado a capacidade de pensar e calcular era muito fácil, isto sem contar sua hiperativa imaginação que poderia se considerar tanto um proveito quanto um maleficio, afinal costumava perder a concentração rapidamente em conversas (principalmente aquelas que não lhe interessavam). Todavia, quando se tratava de qualquer atividade física, Lawliet era totalmente ineficaz, desastrado, desequilibrado, um completo fracasso. Era como se seu corpo não acompanhasse seu cérebro. Para se locomover, fosse para correr ou levantar uma caneta, tinha de pensar primeiramente na ação que gostaria de executar; se fossem mais de uma, teria de aplicar o dobro ou o triplo de atenção e aquilo se tornava demasiadamente exaustivo. Ademais, haviam momentos em que tinha a impressão, para não dizer certeza, de que seus braços e pernas conspiravam contra si, o desobedecendo como se obtivessem livre arbítrio. Se sentia uma marionete fadada a andar destrambelhada.

E, como se as circunstâncias já não estivessem preocupantes o suficiente, teria de vestir o uniforme apropriado de ginástica que consistia em uma bermuda azulada com listras brancas em sua lateral e uma camisa branca de manga curta. Se pegasse um modelo grande de shorts, estes poderiam cobrir até um pouco abaixo de seus joelhos, contudo nada do que fizesse iria ocultar a cicatriz horrenda em seu pescoço que se estendia até sua saliente clavícula pois, independentemente do tamanho de sua camiseta, o formato da gola revelaria boa parte da marca muito visível em sua esbranquiçada pele. Não sabia como B se sentia em relação às suas, mas L detestava olhar-se no espelho, abominava sua imagem e tinha aversão à seu corpo. Aquilo ia além de uma crise de autoestima, de falta de aceitação corporal muito decorrente na adolescência em virtude dos padrões de beleza irreais e inalcançáveis expostos pela mídia. Não suportava se ver, pois inconsciente e quase instantaneamente, ao olhar suas tão desagradáveis cicatrizes, se lembrava de como havia as ganhado, se recordava de seu pai e, as vezes, se lembrava do dia em que perdera sua mãe. Eram todas memórias nocivas, penosas e infelizes que lhe impeliam a reviver o verdadeiro inferno em que estava preso durante os seis primeiros anos de sua existência.

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