Você está bem?

272 23 90
                                    

Acordou com o toque do despertador de seu celular que ficava ao lado de seu colchão, carregando em uma tomada próxima a sua cabeça. Sentou-se no grande coxim basteado e desplugou o aparelho telefônico, se espreguiçando antes de levantar preguiçosamente e dobrar seus cobertores. Percorreu o corredor levemente empoeirado e desorganizado com inúmeras camisas, calças e sapatos espalhados pelo chão em conjunto com algumas embalagens de salgadinhos, doces e outros alimentos nada saudáveis até o banheiro, passando pelo aro sem porta com a cabeça um pouco inclinada para não bate-la na madeira, retirando as correntes finas de prata cujo quase nunca tirava e as colocando na pia, não precisando se despir já que estás eram a única coisa que usava. Se colocou em baixo do pequeno e já velho chuveiro tomando uma rápida ducha, lavando apenas as partes cujo achava extremamente necessárias. Secou o corpo já muito marcado seja de cicatrizes seja de tatuagens, saindo novamente nu do pequeno banheiro apesar do frio que fazia naquele outono, voltando a adentrar seu quarto para se vestir. Entrajou a primeira cueca que encontrou em seu armário cujo duas de três gavetas e uma de duas portas estavam quebradas, assim como a camisa mais limpa, embora amassada, que achara. Localizar e posteriormente vestir sua calça jeans negra fora mais fácil já que a usara e a colocara ao lado de seu colchão no dia anterior, assim como suas botas largadas em um canto estratégico do cômodo. Juntou seu celular e seus indispensáveis fones de ouvido à seus materiais em sua mochila, obviamente negra, repleta de vários bottons de diversas bandas de rock, por fim vestindo sua jaqueta de couro também negra (na realidade, a única peça de roupa de coloração diferente em seu corpo era a box vermelha). Voltou rapidamente ao banheiro para recolocar as correntes que ganhara de seus irmãos aproveitando para trocar seus alargadores e saiu de sua casa, despedindo-se de Diana, seu pastor alemão, e andando cerca de vinte minutos até o ponto de ônibus.

Chegou à residência do japonês às 7:30 como de costume, já o avistando fechar a porta atrás de si e se aproximar dele com duas maçãs. Ficava extremamente feliz quando Yagami lhe trazia comida, fosse sua fruta favorita ou não, afinal não tomava café da manhã. Já acordava às quatro por ter de pegar dois ônibus até a sua casa e não gostaria de levantar ainda mais cedo para comer, fora o custo que isto traria. Normalmente, só se alimentava na escola para não ter de gastar dinheiro com comida. — Eae, Light! – Cumprimentou ao contornar o ombro do menor com o braço. – Essa maçã é pra mim?

.

— Espera, espera, espera. Deixa eu ver se entendi. – Disse enquanto gesticulava com as mãos, segurando-se para não rir. – Ele te chamou de burro? – Light havia dito o que acontecera quando ambos tentaram terminar o trabalho de ciências sociais na biblioteca e bom... Ele deveria ter ido consigo comer aquele cachorro-quente. Lawliet disse que "superestimava a capacidade" do japonês e ainda o destruira no xadrez. Talvez ele fosse mesmo um gênio tão genial quanto ele, talvez até melhor.

— Praticamente. – Respondeu ríspido e impaciente. Até ele concordava, não havia outra maneira de se interpretar, Yagami finalmente havia encontrado alguém que o odiava e aquilo parecia lhe enfurecer tremendamente.

— Mas... O que "você desistiu" significa? – Indagou antes de abocanhar sua maçã pela última vez, engolindo seus restos por completo, com semente e caule, sem se importar. – E "e muito mais cedo do que eu esperava"? – Lawliet era muito mais esquisitão que Beyond...

— Provavelmente é só um pensamento que ele disse alto demais para expressar a decepção por eu não conseguir exceder o limite que ele impôs, cujo é humanamente inalcançável, – Salientou. – para permanecer na companhia dele e a culpa é toda de sua própria ignorância a respeito de sua insuportabilidade. – Não, Light estava irritado por ter perdido, por ter encontrado alguém tão psicologicamente capaz quanto ele.

— Nooossa... Impressionante como eu não entendi nada do que você falou. – Comentou inicialmente sério até que acabou rendendo-se à risada já entalada em sua garganta.

That's LifeOnde histórias criam vida. Descubra agora