Até amanhã

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Ultimamente, sua vida estava tão conturbada... Primeiro, se via em meio a uma mudança muito grande. Certo, para alguns, trocar de domicílio deslocando-se de uma cidade para outra podia ser uma alteração na rotina não tão usual e, ainda assim, relativamente pequena. Conquanto, para Lawliet era definitivamente significante. Tudo o que tinha eram seus irmãos e Watari, sua casa e seu convívio com seus familiares eram sua vida. Pela primeira vez, desde seu lar com sua mãe biológica e verdadeira, havia criado raízes somente para ser sufocado por elas e em seguida despedaçado por seus rompimentos. E, como se não fosse o suficiente, veio a mudança de escola. Infelizmente, com esta já estava devidamente familiarizado assim como o doloroso e sofrido processo de socialização e habituação. Eram os mesmos garotos, sempre com as mesmas atividades e ações. A única coisa que se alterava entre tantos ambientes eram os rostos e os endereços. Ademais, de maneira mais recente havia Beyond com sua inaceitável e inacostumável forma deturpada e violenta de lhe proteger.

- Ele tá meio estranho, né? - Questionou o ruivo ao lado de L após terminar de mastigar a bala de goma vermelha que Mihael lhe dera. Sentaram-se nas arquibancadas para que pudessem comer vinte dólares em doces e porcarias calóricas enquanto aguardavam o término da quarta aula. Matt estava na terceira fileira jogando em seu Console Nintendo New 3DS-XL comumente apoiado nos joelhos do loiro que, por sua vez, estava na quarta ao lado de Near, alternando entre mordiscar seu chocolate e levar balas de gelatina em formato de ursinhos a boca dele. Embora tivesse reclamado do atrevimento do amigo ao lhe pedir que assim fizesse, recusando o requerimento de maneira veemente, lá estava ele, selecionando as cores dos doces pertinentes aos sabores cujo o ruivo mais apreciava: laranjas, vermelhas e verdes, respectivamente.

- Estranho como? - Perguntou Mello certo de que ele referiu-se a B. No momento, o mais velho estava do outro lado das arquibancadas com Ryuk, propositalmente no campo de visão deles ainda que afastado o suficiente para não poder ser ouvido. Provavelmente queria evidenciar que não estava fazendo nada repreensível e, ao mesmo tempo, não sentia-se a vontade para ficar próximo.

- Ele não quis se sentar aqui. - Disse River com um pirulito entre os lábios enquanto brincava com seu robô favorito.

- Acho que ele só tá puto. - Opinou Keehl.

- Mas ele deu dinheiro pra gente. - Contrapôs Mail de forma desinteressada, ainda que de fato estivesse (parcialmente) concentrado na conversa; Mario também precisava da sua ajuda...

Nate voltou sua atenção para o moreno a muitos metros de distância: assim como disse Mello, ele parecia aborrecido, entretanto B havia acabado de sair de uma briga. - Talvez só esteja esgotado. - Teorizou fundamentado no fato de que, quando exaurido, Beyond costumava não somente se zangar, como descontar sua fúria em todos aqueles que ousassem respirar perto dele.

- Me dá uma verde, vai. - Ordenou Jeevas concernente as balas de ursinho obviamente, fazendo com que o loiro bufasse desgostoso, agarrando com certa brutalidade o pacote disposto ao seu lado para procurar os malditos doces.

- Não tem. - Disse ríspido, após alguns segundos de busca.

- Amarela?

- Vai ser branca. - Afirmou impositivo, recolhendo cuidadosamente cerca de quatro balas com coloração esbranquiçada ainda que transparentes, as retirando de seu recipiente plástico e colorido.

- A branca é ruim... - Choramingou melosa e dramaticamente ao observa-lo mesmo que de ponta cabeça, afinal estava com ela encostada em seus joelhos, quase em seu colo.

- É só não comer. - replicou grosseiramente, oferecendo as balas à ele que, contraditoriamente, abriu a boca para recebe-las, mastigando-as apressada e inadequadamente.

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