Era pra ser, sempre foi... - Shikamaru e Temari - Shikatema

Promessas e pressentimentos

Merda! Mal consegui pregar o olho essa noite. Espero realmente que Temari tenha conseguido dormir, pois temos uma viagem de três dias até o país do silêncio.

     Me levanto, faço minha higiene e pego uma maçã para ir comendo até o portão da vila. Pensando bem vou levar mais algumas para comermos no caminho.

     O dia mal amanheceu e o tempo está nublado, tomara que não tenhamos que enfrentar uma chuva em nosso trajeto.

     Ao chegar no portão, vejo Temari parada com sua mochila nas costas e com suas roupas de missão. Ela fica linda de qualquer jeito. Olho para o seu rosto e vejo sua bandana de Sunagakure do qual ela não havia usado todos esses dias. Como eu gostaria que ali tivesse o símbolo de Konoha. Mas infelizmente sua feição continua triste, e percebo seus olhos inchados de quem chorou.

     - Vamos? - Ela me olha com muita seriedade e apenas me diz isso.

     Também me reservo a não falar nada. Pelo jeito ela ainda não quer falar comigo e eu vou respeitar.

     Andamos por quase cinco horas em total silêncio. Quando ela se manifesta.

     - Podemos parar para reabastecer meu cantil?

     - Logo a frente tem uma cachoeira, podemos parar lá e descansar uns minutos.

     Ela concorda e continuamos.

     Ao chegar na cachoeira Temari enche o seu cantil e eu me sento em uma pedra embaixo de uma árvore para observá-la. Então, ela se senta longe de mim.

     Eu não resisto e vou até ela.

     - Por Deus,  Temari fala comigo... eu estou ficando louco!

     - Me desculpe,  mas você pode até não acreditar, mas ainda não consigo.

     Caio sentado ao seu lado.

     - Eu estou ficando louco de verdade, não consegui dormir essa noite, ontem eu fiquei por muito tempo sentado na frente da pousada e estamos andando a horas sem trocar uma palavra. Poxa, precisamos resolver isso! Não estou nem conseguindo me concentrar na missão.

     - Eu também não dormi,  e vi você sentado na praça,  mas eu já havia lhe falado que não tinha necessidade de vc ir até a pousada. - ela responde totalmente seca.

      Perdi a paciência,  não vou falar mais nada. Se ela não quer conversar, beleza. Quem não quer mais falar sou eu.

     Fico ali uns 10 minutos e então eu me levanto, pego minha mochila.

     - Vamos, chega de descanso. - fui mais seco que ela.

     Vejo que Temari me observou um pouco surpresa e pegou suas coisas também. 

     Vou andando na frente dela sem olhar para trás,  só escuto seus passos, mas estou a vigiando escondido através das sombras.

     Andamos mais umas três horas e paro pra abastecer meu cantil. Vejo então que ela também abastece o dela. Sua feição agora é de quem está exausta.

     - A uns 15 minutos de caminhada vamos ter uma caverna. Vamos parar lá para acampar.

     Ela apenas concorda com um movimento positivo.

     O clima está péssimo,  mas espero do fundo do meu coração que possamos resolver isso. Eu não gosto de desperdiçar tempo que eu poderia estar bem com ela com esse tipo de situação.  Mas o que mais me deixa louco, é que não sei exatamente o que passa na sua cabeça.