Projeto Maggie

Capitulo 5: Recomeço

Estou com um pouco de sono, talvez algumas horas para descansar me ajudem a frear os pensamentos sobre esse mundo esquecido por Deus.

Há alguns dias... Anos, eu era apenas uma caçadora com um sonho de descobrir o meu porque, hoje acho que sou apenas mais uma garota sobrevivente de um desastre biológico e atualmente parte de um experimento que irá mudar o mundo mais uma vez. Não sei nada sobre ele, mas vou saber quando estiver pronta e outra vez poderei acreditar que talvez eu não vá desaparecer.

Projeto Maggie.

Deram um nome para uma operação onde eu sou protagonista.

Eu nunca protagonizei nada na minha vida.

Nada.

Caminhei desnorteada até a biblioteca, ela mudava todo o cenário sendo uma sala imensa feita de madeira nobre em verniz escuro, o teto possuía três lustres dourados com luz a velas e dezenas de armários com livros dos dois lados organizados lado a lado, nela estavam diversos possíveis médicos e pessoas envolvidas nessas coisas técnicas, (vou perguntar depois o significado de cada vestimenta, mas onde vou encontrar Malone? Nem sei como ele é).

Abordei duas garotas ruivas que vinham na minha direção.

— Com licença, onde posso encontrar Malone?

— Ele está logo ali no canto lendo — uma delas apontou para o canto direito onde havia três computadores seguidos de várias mesas redondas para leitura.

Me aproximei devagar e por fim me deparei com alguém lendo, ele aparentava ter uma estatura mediana, pardo, os olhos claros, cabelos curtos e lisos de uma cor acinzentada com castanho escuro além de uma barba e bigode ralos. Ele usava um agasalho de lã cor vinho sobre camiseta branca e calças pretas, óculos quadrado de leitura e tinha dois brincos nas orelhas, um rosto ovalado. Eu o abordei pela frente.

— Com licença... Malone?

Ele levantou os olhos e abaixou o livro, fechando-o logo em seguida.

— Sim, em que posso ajudá-la?

— Alessa me pediu para encontra-lo... Eu... sou... Maggie Rosalie. A do tubo de vida, sabe?

A biblioteca é um lugar bem confortável e acolhedor, além de ter uma temperatura agradável pelos ventiladores, até respirar o ar que não é frio parece mais fácil que lá fora.

— Então você está mesmo viva... é um imenso prazer conhecê-la pessoalmente, Maggie. Sou Malone, diretor de auxílio científico. Joudith me deu algumas instruções, quer conhecer os dormitórios primeiro? — ele desceu seus óculos de leitura e os colocou no bolso.

— Sim, por favor, preciso dormir um pouco — ele me pediu para acompanhá-lo. — Então... Malone, me fala um pouco sobre como funciona essa central.

— Aqui nós convivemos em uma sociedade harmoniosa e justa para todos. Temos hierarquia e líderes. Compartilhamos tudo o que podemos; comida, conhecimento, roupas, armas, tecnologia. Não usamos mais dinheiro... ele costuma perder o seu valor quando não temos o que comprar e nem pessoas para vender. O homem deixou tudo para trás quando partiu, provando que a filosofia existencial do básico era mais verdadeira do que pensávamos em um cenário de desastre. Todos temos nossa função aqui, da senhora da limpeza as próprias Alessa e Joudith.

Nos corredores o primeiro rosto conhecido que vi foi o de Joudith vindo em nossa direção, ela comia pipocas doces e parecia muito feliz com isso, assim como eu estaria se estivesse comendo alguma coisa!

— Malone, mantenha ela confortável, por favor! E não deixa essa garota sair daqui de nenhuma maneira — decretou ela.

— Certamente, Joudith. Vou deixá-la no seu dormitório, mas não garanto que ela ficará por lá depois.