Corremos por muitos outros minutos até chegar à ponte. Ela é extensa, feita do mais puro concreto bruto que aparenta ser leve em todo o percurso até o outro lado, ela estava suspensa no ar por cordas de metal vermelho e uma espécie de arco gigante que sustentava todo o peso.
— Cesar... Minha mãe, sabe se ela morreu ou virou um Mutante? — perguntei de repente.
Desde que cheguei a central eu tive a esperança de que ela estivesse bem, viva, assim como minha doce irmã. Ou que eu pelo menos tivesse a oportunidade de encontrá-la como Infectado. Minha irmãzinha não está mais viva, eu posso sentir. Imagina como seria terrível ver um bebê, um anjo inocente parecendo com essas coisas horrendas?
O pensamento me deixa triste, eu suspiro dolorosamente.
— Não sei... lembro que a sua família estava no meio da confusão. Há uma esperança, Maggie, não apenas para a sua família mas para todas as famílias de Alphas de que os seus entes ainda estejam bem e vivos. Talvez tenham se refugiado em alguma cidade próxima, evacuados pelo exército para algum assento nos Estados Unidos.
Manter as esperanças quase sempre era o meu ponto forte num momento de dor tão terrível quanto esse. Eu realmente tenho esperança de encontrá-la, viva e bem. Ou viva, mas Infectada. De qualquer forma, sinto que ela está viva e essa certeza me faz dar mais um passo para frente.
Joudith e o pessoal esperavam metros à frente, alguns sobre o teto de uma caminhonete, provavelmente a que tomaríamos. Ela tinha uma cor azul marinho bem legal, além de uma caçamba aberta e pneus grossos.
Começamos a correr na expectativa de não fazê-los esperar mais.
Quando eu ia abrir a boca para anunciar nossa chegada, vi algo surgir à nossa vista.
Cinco Mutantes daqueles que pulam apareceram ou literalmente voaram sobre nós.
— De onde veio isso? — Alessa perguntou, tirando do bolso a sua pistola, logo mais três deles surgiram do nada.
Um deles pulou em mim e eu ginguei a lâmina, separando ambas as pernas dele e fazendo-o bater de cara contra um carro. Respingos cairam na minha roupa.
— Usem as armas pesadas! — Karol gritou.
Um dos monstros pulou em cima dela e ela o decapitou com o cabo de sua arma.
Eu saquei a pistola e sai atirando para todo lado de onde saiam infectados que pareciam infinitos. Achavamos que eram apenas três ou cinco, mas uma verdadeira horda surgiu do meio dos carros tombados, dos vãos na ponte, por todos os lados!
A cada morto, dois novos surgiam.
Até que todos que estávamos concentrados nos Mutantes vimos algo à frente, num desnível onde a ponte estava quebrada. O desnível formava uma plataforma instável que se elevava a uns dois metros de altura que começava no chão e se inclinava da direita para esquerda. Nela, a silhueta de duas pessoas tomaram forma.
— Não pode ser... — Joudith sussurrou boquiaberta, eu também fiquei boquiaberta ao perceber que se tratava de ninguém menos que o garoto mascarado que vi noutro dia, Theo Compton, acompanhado de um outro homem.
Ele era um pouco maior do que Theo, a pele bronzeada como se gostasse muito do sol, as marcas da idade visíveis por todo rosto, olhos de um tom café iluminado pela luz fantasmagórica dando um brilho a mais, o rosto quadrado oculto por uma máscara de gás com uma viseira transparente futurista, as sobrancelhas grossas, cabelos aparentemente lisos com um penteado espetado perfeitamente para cima com um ou outro fio perdido em um grisalho sensual. Ele usava um jaleco branco, calça jeans preta como o sapato elegante, camiseta de botões azul escuro e um estranho bracelete preto no braço esquerdo.
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Projeto Maggie
HorrorO Virus Maltad transformou homens em criaturas-infectadas quando, na esperança de encontrar uma solução para a sua rápida disseminação e alta taxa de contágio, a humanidade criou um desastre biológico que mutou o seu próprio DNA. Em uma sociedade en...