Capitulo 10: As novas sociedades

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Encontramos um veículo funcional bem depois da ponte, já no interior da cidade. Pouco mais de duas horas depois do encontro com Demétrius, enfim chegavamos ao destino.

Eu estava no banco de trás junto a Karol e Ric, os outros meninos estavam na caçamba, Joudith dirigindo e Alessa apenas olhando o mapa em seu bracelete para que não nos perdessemos.

O silêncio e o tédio de ficar olhando tudo ao redor destruído em combinação com os constantes baques do carro em pedras grandes me deixam maluca. Olhar para esses prédios é como repetir uma mesma imagem milhares de vezes; nada muda, o que vejo são comércios de portas quebradas, prédios altos aos pedaços e, claro, muita coisa verde envelhecida, além de Infectados se machucando como se estivessem gostando de rasgar os braços ou quebrar o pescoço ao se chocar com o chão gelado. Olhei para o lado esquerdo onde uma rua surgia e ela estava abarrotada com Infectados, todos eles estavam pegando fogo. Talvez alguém da cidade quisesse se livrar deles e impedi-los que chegassem mais próximo dos recursos vitais — hospitais, mercados, postos de combustíveis, usinas e caixas d'agua ou apenas era maldosos.

Nas paredes dos prédios antigos haviam pichações estranhas, principalmente de vândalos dizendo que o mundo estava acabando e outras inscritas em roxo "Matias commands!", e outras ainda mais estranhas "Matias is the king!".

Depois de tanto tempo, decidi então quebrar aquele maldito silêncio e evitar ficar pensando no que estava vendo, perguntar algo a Joudith seria o melhor começo.

— Joudith, vi que você é boa em artes marciais e armas, o que fazia antes de... tudo isso? Digo, quando era funcionária do governo.

Encontro seus olhos através do espelho do carro refletindo seus olhos brilhantes e concentrados na estrada até eles se desviarem levemente até mim quando ela joga os cabelos para o lado.

— Em cargos públicos nós sempre nos desdobramos em três, não é, Alessa?

— Ah, sim — ela riu. — Perdi muitas festas por causa das reuniões com o secretariado, e olha que eu era apenas um talento na Central. Você também.

— Acho que sempre me quiseram como futura diretora — ela interagiram. — Mas, Maggie, respondendo a sua pergunta: trabalhei como guarda-costas oficial do secretário-geral do FBI. Eu devia ter uns dezessete anos.

— Contratavam gente tão nova assim?

— Para os Estados Unidos, idade é apenas um número. Uma vez lá... seria difícil sair com o que eu sabia. Então eu me envolvi com a área científica... pesquisas... ciência... humanidade. Hoje eu apenas observo Alessa fazendo a parte interessante; mexer com corpos, extrair DNA de Infectados, estudar fórmulas e tal.

— E você, minha deusa, tem o poder de decisão sobre todos... inclusive eu — ela ergueu a sobrancelha, oferecida.

— Queria decidir a nossa próxima posição — Cesar cruzou os braços, emburrado, resmungando.

Eu abracei o seu braço enquanto as via conversar.

— Relaxa, vai encontrar sua loira — sussurrei. — Namorado bastante?

— Sim.

— Nem me esperou.

— Você ficou quinze anos no gelo, carne boa tem que estar quente.

— Pouquinho machista, mas compreensível — ri.

Cesar e eu sabíamos que não iriamos transar um com o outro, mas nada impedia que transassemos com outras pessoas e continuássemos a nossa amizade com uma boa tensão sexual envolvida; contaríamos sobre a nossa primeira vez quando ela chegasse.

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