Capitulo 29: Anarquia dos Pacificadores

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Por alguns segundos eu esperei calmante com a cabeça do lado de fora, até que eu vi mais duas lanternas iluminando o lado direito em relação a nossa posição. Owen abriu a porta, o que trouxe os homens direito para onde estávamos e então nós atacamos os dois com socos na nuca, eles desmaiaram.

Nós tiramos as fardas deles para que pudéssemos nos passar por militares e os colocamos para descansar em dois armários onde havia produtos químicos de limpeza.

Depois de colocarmos as roupas, colocamos nossas mochilas e armas encobertas pelo casaco que ficou muito largo no meu corpo, talvez dois tamanhos a mais já que o homem que derrubei tinha quase dois metros.

Arrumamos a lapela e saímos discretamente.

— Não conte com compaixão, Maggie, o General não vai te achar uma pobre menina preocupada com o bem da humanidade, não tente persuadi-lo colocando sua estima para baixo, assim que vê-la ele vai querer te matar pela invasão. Você tem poucos segundos para explicar a situação e impedir que chame a segurança.

Eu concordei com a cabeça trazendo um gosto ruim à minha boca, algo azedo, talvez motivado pelo nervosismo de ter invadido um lugar onde não era convidada e nem bem-vinda e, pior, um lugar LOTADO DE MILITARES desumanos e armados até os dentes.

Nós dois suspiramos ao ver um casal de soldados vindo no nosso caminho, estávamos indo para frente se comparar a numeração crescente. 5, 6, 7, 8.

Os dois conversavam de forma preocupada enquanto nós dois estávamos estáticos, fixados olhando para frente, então eles passam por nós com um aceno de queixo e podemos soltar a respiração.

Passamos pelas portas seguintes em silêncio até eu querer quebrar o gelo com uma pergunta:

— Como líder... o que significa trazer homens vivos de volta de uma Incursão?

Me veio o questionamento sobre a integridade de Owen; se em algum momento ele sentiu alguma coisa ao ver os seus homens caindo diante dele, um a um, se culpado por não ter sido mais rápido ou mais forte quando precisava, como foi com Cesar ao precisar jogar uma bomba nele para nos dar tempo, ou quando encontrou Karl sobre Ric e o matou sem pensar duas vezes, ou quando Trina despencava daquele prédio sem poder agarrar a mão dela como fez comigo para tentar salva-la.

Ele já viu outros dos seus homens morrendo, talvez estivesse calejado daquela visão, mas era um soldado, diferente de mim.

— Meus homens são a garantia de sucesso de uma missão... sem eles não existe missão, propósito, batalha. Eles garantem a minha vida... eu tento garantir a deles sendo mais forte. Sempre voltamos. Quando não voltamos... quando um deles morre, ele não é uma baixa, ele é uma vida que se perdeu; um soldado que foi abatido ao combater o bom combate.

Eu abaixei minha cabeça e encarei o chão, simpatizando com seus sentimentos e compartilhando da forma mais dolorosa, sabendo que fui a responsável por arrasta-los até aqui ao invés de voltarmos para a Central. Nem Joudith que os designou para essa missão tinha mais culpa do que eu que insisti em começá-la sabendo que era o fardo a ser carregado nas costas por pessoas mais experientes.

Estamos desorientados desde que saímos de lá sem conseguir falar com a base, saber como estavam, o que estava acontecendo.

— Eu sei como é a perda, Owen... os Defenders são todos meus amigos, eu os conheço como sendo os heróis desse tempo. Nunca estive numa guerra, mas sei que nela há sacrifícios, é normal se sentir fraco, mas nós não somos isso, somos Defenders, certo? — eu sorrio ao me virar devagar para encontrar seus olhos e tentar arrancar um sorriso dele também.

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