Capitulo 13: O início de uma revolução

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Me sinto como se tivesse passado em um liquidificador potente após o duro treinamento; um chiclete mastigado, uma bola de tênis batida, um ovo mexido.

Ele me bate bastante e não tem piedade alguma — quer me calejar —, e eu também já aprendi que não devo escolher entre ELE me bater e OUTRO me bater; era pior que eu escolhesse outros, porque esses tinham autorização e força para bater em mim com bambu e treinar a minha resistência a dor, mas eu tento aguentar já que essa é uma das partes do treinamento militar que o exército fazia todo dia — até mais leve, disse Cesar. Acho que depois disso eles se acostumam a levar porrada e eu não sou um bom exemplo de aguentar porrada sem querer correr para a mamãe.

Cesar me deu o último golpe, me derrubando com as costas sobre o tatame macio, eu resmunguei de dor mas me contive para talvez demonstrar uma força maior do que a acreditava ter.

— Muito bom, Megs, você aprende rápido. Vamos ver o que aprendeu: qual a missão dos Defenders?

— Espero que não bata desse jeito na sua futura esposa — digo brincando. — Proteger a humanidade!

— Mulher gosta de uns tapas — ele me pegou de surpresa enquanto eu recuava ao meu ponto, ele me deu um tapa no traseiro, eu ri. — Qual a missão dos Defenders!

Nós nos posicionamos e nos encaramos por um instante, ele estava suado e um pouco ofegante, sua barba estava úmida, mas a expressão em seu rosto era severa e confiante, ele estaria pronto para me matar se quisesse. Eu avancei sobre ele e tentei aplicar um golpe.

— Servir e proteger!

Ele atinge um tapa bem no meio da minha testa que me deixa tonta, mas não é o suficiente para me deter, tanto que eu reagi e consegui quebrar a sua defesa, nossos punhos se bateram em pleno ar, ele golpeou o meu peito com uma pequena brecha que dei.

— Qual o nosso lema?!

— Servir, agir e proteger! — eu brando igualmente confiante.

— Você me respeita?

— Sim, Cesar, senhor!

Ele me dá um novo golpe no peito que me deixa desnorteada e com falta de ar, só que eu reajo rangendo o dente e o espanco múltiplas vezes no ombro onde ele é mais fraco, nos braços e na coxa calejada que é o suficiente para derrubá-lo de joelhos.

— Rosalie! — uma voz gritou ao longe me fazendo parar na hora quando Cesar segurou meu braço a um centímetro do seu nariz, nós dois nos olhamos e depois nos ajeitamos.

Era o General Orthus, ele assumiu uma posição de respeito e ambos batemos continência.

— General, senhor, o que houve?

— Acaba de ganhar uma missão solo!

Eu pulei do ringue com tatame.

— Ótimo! O que tenho que fazer?

Cumprir missões conferia patentes e privilégios, os relatórios eram a essência das operações e incursões; quanto mais detalhes, mais pontos.

— Parabéns, você acaba de ser incumbida de escoltar as duas famílias em segurança até o ponto de extração.

Na hora do seu anúncio eu senti perder o equilíbrio, literalmente, já que estava com um dos pés levantados sentindo um formigamento após chutar tanto.

Eu desfiz o meu sorriso na hora.

— Mas... mas... por que precisa ser eu, general? — quero gritar de desagrado.

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