Capitulo 27: Uma batalha interna

2 0 0
                                    

Entramos no carro com a autorização de Owen e logo pegamos nossas armas para recarregá-las com as munições novas que pegamos em um depósito de armas.

Os policiais acenaram a liberação e Owen deu ré, descendo pela ladeira. Logo no fim dela havia um infectado do qual ele nem fez questão de buzinar e o atropelou, jogando-o para o lado. Saímos pela avenida à esquerda e enfim pude ver um pouco de luz já que no interior da torre era tudo muito artificial.

Logo na primeira rua demos alguns tiros com as armas pesadas para pelo menos passar sem bater em nada. Enquanto isso, os militares os espalhavam com tiros de metralhadora e a laser para liberar o caminho.

Passamos por cima de uma ponte com algumas falhas, viramos numa longa avenida que surgia à esquerda, ela tinha quatro mãos em diferentes sentidos, mas Owen virou na primeira a direita com uma perícia incrível, seus olhos mal piscavam com a concentração na estrada de asfalto quebrado e cheio de grama crescendo por debaixo.

Viramos uma rua à direita saindo próximo do Central Park pelo leste.

— Vamos pegar a direita de novo até o final, ela leva para o subúrbio, lá tem uma ponte que leva para os limites. — Disse Karl apontando, ele era um bom guia de viagem, tê—lo aqui é melhor do que um GPS.

— Tudo bem. Vamos recalcular a rota. — Owen olhou num dos acessórios do carro.

* * *

Enfim, o silêncio permaneceu dentro do carro após passarmos pelas barreiras que os homens rebeldes haviam deixado antes de morrerem, além das pilhas de corpos decompostos de gente e de Infectados se amontoando longe dali. Além de mutantes que se feriam nas armadilhas e nas trincheiras feitas a bomba.

Depois daquilo, eu poderia enfim verificar o meu bracelete e entrar em contato com a base.

Tentei conectar.

— Vou avisar para Joudith como a gente está.

Mas apenas recebi estática.

— Por que que a gente não está sincronizando com a Central?

— Instabilidade no canal — sugeriu Karl.

— Desde Washington? — perguntei.

— Isso está estranho — Ric questionou.

— Central, Reportando 03. Alô, Central? — chamei.

Mas, nada, apenas silêncio.

* * *

Depois de cerca de quatro horas, continuávamos na estrada, só que fora dos limites de Nova Iorque seguindo por uma extensa auto estrada que ia até onde os olhos enxergavam. Ric disse que ela era nova e um projeto dos governadores para uma rota de comunicação segura que levasse menos tempo entre Nova Iorque e Jersey. Ela se chamava Interestadual Frederick, e não há referências em qualquer lugar, apenas um espaço imenso, sem vida e sem sinal de destruição, apenas terra marrom quase preta com alguns buracos causados pelas chuvas ácidas.

O sol alaranjado rasgava o horizonte de um lado ao outro, talvez a terra estivesse se preparando para uma nova estação, é muito difícil se usar calendários onde os dias se transformam em apenas horas, não há muitos dias frios e nem totalmente quentes — Com exceção de não estar usando o bracelete com escudo contra o sol, a meu ver nem deve nevar ou ter época de chuvas já que elas ocorriam aleatoriamente.

Talvez levasse milênios para que os humanos vissem um céu lindo e azul de novo, talvez jamais soubesse o quão bom era visitar a praia e sentir a água frente tocar o corpo ou o sol com seus raios gentis dando brilho e cor aos nossos corpos, o ar puro com cheiro de água salgada no beira-mar.

Projeto MaggieOnde histórias criam vida. Descubra agora