Aquele terrorista plantou uma tatuagem bomba em mim, provavelmente se aproveitou quando eu estava desacordada para me tocar e fazer o que a sua consciência quisesse.
Eu não imaginava que algo assim fosse acontecer. Não imaginava que alguem como ele teria essa imaginação fértil para me mandar para casa junto com uma bomba armada onde haviam militares, tecnologia e segredo. Parece que era isso o que ele queria e sempre quis; mandar um recado, para a Central, para as Cidades do Eixo e seus ditadores.
Dois dias depois do meu sequestro, eu estava admirando a beleza da fonte de sereia e apreciando o que restava de natureza nesse ambiente questionável. Nela havia apenas algumas flores e folhas que nasceram provavelmente a muito tempo, o cheiro era de plantas molhadas, mas a leveza disso tudo é muito boa e me recorda bons momentos no parque com minha mãe e meu pai.
Saquei o tablet que sempre levava no bolso de qualquer roupa que eu estivesse, hoje no caso uma calça preta de linho apertada e uma camiseta vermelha cereja com um decote que exagera o tamanho dos seios.
Abri um novo arquivo, uma espécie de texto curto.
"... Duas pessoas foram escolhidas para o primeiro experimento com humanos da cura para a doença 'Maltad'. Eles não tem idade suficiente para expor opiniões e é até difícil o trabalho com eles devido à dificuldade de comunicação; não sei se sentem, apenas vejo que sofrem. A... cobaia 002, da qual falo com um pouco de engulho, contém um raro elemento em seu DNA, não devo revelá-lo nesse texto por deixá-lo muito exposto, mas a cientista Joudith Madison poderá guardar tal informação com sigo mesma".
Era o que dizia, e o que me pegou obviamente foi ver o nome de Joudith escrito. Parece que há coisas complicadas acontecendo com esses cientistas e eu preciso dar um jeito de organizar tudo isso para não enlouquecer vendo tantas informações diferentes.
Depois desse, um outro arquivo me chamou a atenção, era um vídeo com um minuto e meio que eu o abri.
"O presidente Deller está resistindo às ofensivas. Não vamos conseguir prendê-lo sem causar uma convulsão social. Perdemos alguns homens na incursão de ontem, mas os remanescentes do exército estão marchando para cá e não temos muito tempo para reagir".
Dizia uma voz.
Uma voz feminina.
Joudith!
Complementando o texto que eu vi logo a cima, eu fiquei pasma.
Minha distração foi tanta que eu nem vi quando Eleazar e Rudy chegaram até mim, já nem dava mais tempo de guardar o tablet.
— Bom dia, Maggie — sorriu Rudy.
— Maggie, Joudith quer falar com você sobre a revelação que ela faria ontem.
— Tudo bem... já estou indo.
No caminho de volta, os meninos davam a liderança, mas algo me assustou e me fez parar; como se eu tivesse visto aquele garoto da família principal andando bem a minha frente, mas na verdade era apenas um garoto muito parecido com ele que vinha carregando uma espécie de cilindro e sorriu para mim.
— O que houve, Maggie?
— Nada, Rudy, acho que foi apenas uma distração!
Permaneci cabisbaixa por todo o caminho. Sempre repenso esse garoto e às vezes o vejo na minha frente, eu não contei para ninguém porque ficaria bem pior, eles vão me punir e as famílias ainda podem me matar, mas talvez conversar com Joudith sobre isso me ajude um pouco já que ela provavelmente faria o mesmo quando tivesse a oportunidade.
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Projeto Maggie
HorrorO Virus Maltad transformou homens em criaturas-infectadas quando, na esperança de encontrar uma solução para a sua rápida disseminação e alta taxa de contágio, a humanidade criou um desastre biológico que mutou o seu próprio DNA. Em uma sociedade en...