Algumas horas deviam ter passado desde o momento em que fechei os olhos para descansar. Eu me movimentei na cama e um leve sorriso cruzou o meu rosto, isso por saber que estava embalada nos braços de Theo Compton, segura, confortável e revigorada por saber que enfim estava em casa e com as pessoas que tanto amava e prezava.
Então me desgrudei de seu corpo quente, seu peito revestido por pelos suaves e macios, ele parecia ter um sono pesado já que não se manifestou até o momento em que me levantei, apenas de calcinhas e sutiã e caminhei até o canto esquerdo do quarto onde peguei as partes das minhas roupas — para sempre limpas —, e vesti primeiro o agasalho.
— Adorei essa vista...
Eu sorri, ao olhar para trás e encontrá-lo se deliciando com a visão do meu lindo e adorável corpo feminino sem a parte de baixo. Eu terminei com o agasalho e me juntei a ele, ajoelhada sobre o colchão quando me agarrou com uma mão firme e me beijou.
— Bom dia.
— Talvez eu me acostume com tudo isso.
Ele me soltou, permitindo que terminasse de subir a minha calça, então ele subiu o zíper da minha jaqueta.
— Talvez role se você parar de insultar ou olhar feio a nossa líder.
— Joudith me odeia tanto quanto eu odeio ela, parece que esse ódio passou de pai para filho, porque o velho me contou o que ela fez com a velha república dos Estados Unidos.
— Bem... nós não estamos no passado, Theo Compton. Hoje é Joudith quem dá a vida pela nossa; o que ela fez até aqui não é para qualquer um. Acharia justo que você desse uma chance para ela.
Ele balançou a cabeça, mas não discordou do meu discurso tendo noção de que Joudith tinha boas intenções com a gente e o seu passado deveria ficar lá, no passado, ou nos faria sofrer no presente e num futuro onde somos tão poucos que dava para contar nos dedos.
— Tudo bem.
— Ótimo! Final feliz! Vou até a central ver se eles precisam de algo, ok?
— Certo.
Theo se ergueu um pouco para que me beijasse uma última vez antes de se recobrir dos pés à cabeça, e quando eu virei a minha cabeça, apenas toquei os meus lábios com um sorriso que não dava para ser medido de tão grande que parecia.
Quando sai, desfiz o percurso que fiz ontem pelo entardecer com Joudith, virei à primeira direita e depois passei pelo corredor estreito onde três Defenders e Amanda — a minha amiga —, estavam vindo. Ela apenas sorriu e continuou andando.
Cheguei à sala dos computadores com uma onda de frio que devia estar vindo dos corredores e dispus as mãos nos bolsos do agasalho.
Joudith e Eleazar estavam do lado de trás, próximo de onde ficava a escada, eles debatiam algo em frente ao computador grande.
Demétrius!
Foi a primeira coisa que vi logo que olhei para a tela, ele e os outros quatro cientistas do projeto de cura.
— Bom dia, dorminhoca — cumprimentou Eleazar, a voz gentil como sempre.
Ao ouvi-lo falar, eu me lembrei de Rudy e do seu tom gentil com que falava, sempre acompanhado por um sorriso de disposição.
Um cruel e falso sorriso.
— Falando assim me lembrou do Rudy — me inclino sobre a mesa do computador grande.
— Ele fez as próprias escolhas... não é mais tempo para lamentar.
— Você... deixou alguém importante?
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Projeto Maggie
TerrorO Virus Maltad transformou homens em criaturas-infectadas quando, na esperança de encontrar uma solução para a sua rápida disseminação e alta taxa de contágio, a humanidade criou um desastre biológico que mutou o seu próprio DNA. Em uma sociedade en...