Orthus me guiou centro a dentro enquanto tentava me explicar o que é o que, e então ele disse:
— Você não está se contentando de vontade em ver o seu amigo.
— Perdão, senhor, me distrai um pouco.
— Por causa disso, Cesar será encarregado do seu treinamento. Avise-o, sob minha autoridade, sim?
Colocou as mãos para trás, me forçando a olhá-lo como quem questiona: sério? Facil assim? Vou ter o que eu quero sem ter que lutar por isso? Está brincando, isso vai custar bem caro, eu tenho certeza.
Mas, de forma infantil eu apenas sorri e o deixei para trás quando segui na direção onde tinha visto Cesar pela última vez.
E ele estava lá, a 12 botas de mim; era assim que mediamos a distância em passos entre nós e o nosso alvo.
— Cesar... — chamo-o apenas uma vez, o suficiente para interromper sua conversa com o pessoal e voltar sua atenção para mim.
— M-Meg... Megs... MEGS! Eu não acredito! — disse ele, juntos corremos um na direção do outro e nos chocamos para um caloroso abraço de saudação que nos levou ao chão, ajoelhados, ternos. — Maggie... — suas mãos de calosidades esfregam o meu rosto macio, afastando os meus cabelos, aproximando os meus olhos dos seus. — Eu não acredito. Eu senti tanto a sua falta — ele esmaga seus lábios contra minha bochecha e depois mergulha em meu pescoço.
— Eu também, achei que já tivesse morrido! — dou um soco leve em seu braço e depois mais um abraço.
— Acho que ganhei uma segunda chance.
— Veio se juntar aos Washington Defenders?
Sua empolgação serviu para me incentivar e aumentar a minha energia, estou elétrica apenas de falar com Cesar após tanto tempo, dava até vontade de gritar seu apelido "Cesare" só para provocá-la. Eu aperto sua bochecha e depois acaricio o seu rosto, pouco ele me lembrava do Cesar antigo, ele virou um homenzinho, seu rosto ganhou traços bastante masculinos, os cabelos continuavam desgrenhados, além da altura que deve chegar a 1,80.
— Sim — comemoramos juntos e então levantamos. — Joudith me designou para cá para que eu aprendesse a me defender sozinha, e o general te encarregou de me treinar pessoalmente... o tom dele parecia mais uma punição por eu estar desatenta do que um ossinho.
— Só me faltava essa — ele revirou os olhos antes de me puxar para mais um abraço caloroso e doloroso pela pressão com que me tomou. — Sobreviver ao apocalipse foi mais fácil.
Ele me convida para nos sentarmos em um banco e de um acessório em suas costas recolhe uma garrafa de água, eu sorrio e não consigo me distanciar do seu corpo, apenas debruço sobre seu ombro e me permito descansar um pouco onde sei que estou segura.
— Eu tive tanto medo, Cesar. Cheguei nesse lugar estranho, sozinha, não sabia o que tinha acontecido e eles me disseram que eu só estava viva por um milagre da ciência.
— Sabe, Maggie, quando te vi próximo da calçada com aquele ferimento na cabeça eu queria te pegar no colo e te levar para um lugar seguro, mas então uma Joudith com metade da idade, super gostosa, chegou junto com uns agentes de preto e te resgataram, eu disse que ficaria com você para onde fosse.
— Como foi sobreviver a esses anos?
— Bem, eu... quase fui canibalizado pela minha mãe, meus irmãos tiveram a cabeça estouradas por tiros de escopeta por forças de segurança e o meu pai não viveu por muito tempo depois de tudo o que houve; acho que morreu de tristeza, estava com tanto medo de continuar por essas bandas que desistiu de viver. Fora isso... primeiro veio o caos, depois a incerteza, então o silêncio. Foram assim os anos.
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Projeto Maggie
HorrorO Virus Maltad transformou homens em criaturas-infectadas quando, na esperança de encontrar uma solução para a sua rápida disseminação e alta taxa de contágio, a humanidade criou um desastre biológico que mutou o seu próprio DNA. Em uma sociedade en...