Capitulo 26: Revolução

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Após uns bons minutos de caminhada, chegamos ao andar da cobertura que tinha uma aparência digna da governança. Todo ele era revestido por uma madeira nobre que se destacava próximo ao portal de vidro com duas portas mais a frente, o corredor possuía duas recepções com cinco mulheres e era tão movimentada quanto a Central. Não havia nada a partir da curva a direita que viramos, com exceção da porta de madeira do elevador. Algumas mulheres ficaram nos encarando, buscando entender o que nós estávamos fazendo ali.

Até que uma moça loira com cabelos cacheados e salto alto veio correndo e gritando, todos paramos e olhamos para ela.

— Esperem! Vocês não podem entrar assim! — sozinha ela montou uma guarda próximo a porta para nos impedir.

Lá dentro havia dois homens conversando.

— Podemos sim, temos autorização.

— Não podem, precisam marcar horário com o governador para uma audiência.

— Viemos em missão diplomática, somos Defenders, minha senhora — intercedeu Owen.

— E... por que não entraram em contato com a gente antes?

— Assuntos de estado não podem ser discutidos por telefone, cláusula 010. — disse Ric de cara amarrada.

— Ok... certo, vou verificar se ele quer receber vocês — a moça não parecia ser tão prestativa quanto pensei que fosse.

Ela correu até a sala onde os dois homens conversavam com aquelas longas pernas num vestido chique vermelho escuro, entrou na sala.

— Pronta, Maggie? — Ric analisa minha expressão tensa.

Eu cruzo e descruzo os braços constantemente, analisando a porta e os instantes que anteviam o momento em que eu entraria lá e abriria a boca para tentar convencer um ditador de que ele não era deus e que levaria pirulitada se tentasse atacar Ohio.

— Estou um pouco nervosa, nunca estive diante de uma autoridade do governo — digo tamborilando minha perna com os dedos.

— Esses caras são influentes e muitas vezes não gostam que as pessoas contrariem ou discordem das suas opiniões, vai precisar usar as palavras certas — Karl aconselhou.

Uma garota ruiva e pequena com uma idade entre doze e quinze se aproximou, ela trazia numa bandeja prateada algumas taças com água, nós sorrimos ao recolhê-las.

Eu fiz que beberia, mas Trina abaixou a minha mão e acenou com a cabeça que não deveria.

Pelo seu olhar, passei a acreditar que aquela água pudesse estar envenenada.

Fim.

Não estou mais com sede.

Os outros também jogaram água nas plantas que haviam ali e esperamos.

— Posso ser influente quando precisar. Na minha escola gostava de apresentar trabalhos para a sala e quase sempre era a mais parabenizada da turma porque falava bem.

A moça loira voltou a passos acelerados e parou próximo da gente.

— O governador tem dez minutos para vocês. Prossigam, por favor.

Sorriso falso de secretária.

Nós partimos em direção a sala e entramos. Ela era pintada num tom de cinza com pontos pretos e fragmentos de madeira que formavam entalhes bonitos e destacados em cada uma delas. A nossa frente uma enorme vidraça que ia do chão ao teto e dava visão completa da parte norte da cidade, dava para ver muito além do Central Park. Fora isso ela tinha alguns móveis comuns e uma mesa gigante de madeira para dez pessoas.

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