37 - Thirty seven

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Estava caminhando pela casa do meu avô, girando meu vestido roxo florido, enquanto um sorriso radiante adornava meu rosto. A casa, com suas paredes adornadas por lembranças de tempos passados, tinha um jeito especial de me fazer sentir em casa. As memórias ecoavam em cada canto, e a luz suave que entrava pelas janelas parecia dançar ao ritmo dos meus pensamentos.

Leon não viria hoje; ele havia me avisado um dia antes. Era uma rotina estabelecida entre nós, um dia sim e no outro não. Eu costumava esperar ansiosamente por suas visitas, pois sempre trazia consigo uma sensação de aventura e novas histórias. Mas hoje, a expectativa foi substituída por uma estranha melancolia. Não sei bem por quê, mas uma parte de mim desejava que ele estivesse ali.

De repente, escutei a porta se abrir com um rangido familiar e o som de um par de sapatos velhos ecoou pelo piso de madeira recém-rejuvenescido. Os passos se aproximaram, e minha curiosidade foi despertada. Olhei para a porta e vi um homem alto, vestindo um terno preto, me encarando de longe. Seu olhar era penetrante, quase como se tentasse decifrar cada pensamento que passava pela minha mente.

— Princesa, sabe me dizer se Antony está? Tenho assuntos a tratar com ele. — Sua voz era profunda e suave, e um leve sorriso se formou em seus lábios.

Senti um calor estranho se espalhar pelo meu rosto enquanto esboçava um sorriso doce, tentando esconder a confusão que começava a se formar dentro de mim. Aqueles olhos negros tinham um poder hipnótico que me deixava intrigada e, ao mesmo tempo, um pouco assustada.

— Ele está descansando, passou a noite inteira acordado. — Respondi, tentando parecer mais confiante do que realmente me sentia.

— Será que posso esperar até ele acordar? — perguntou ele, enquanto se acomodava no sofá da sala.

— Acho que o vovô não se importaria. Quer uma água? — ofereci, ansiosa para tentar aliviar a tensão que pairava no ar.

Ele apenas assentiu com um sorriso sutil enquanto eu me dirigia até a geladeira. Peguei um copo de água e voltei até ele, entregando-o com um gesto cuidadoso.

Aqui está. — Me virei para ir ao segundo andar, mas antes que pudesse dar um passo, senti seu toque firme segurando meu pulso delicado. A sensação era ao mesmo tempo reconfortante e inquietante.

— Posso tirar uma dúvida com você? Estava mexendo no meu celular da última vez, não estava? — Ele indagou, seu olhar fixo em mim, como se estivesse esperando uma resposta que poderia mudar tudo.

Assenti, lembrando-me da última reunião em que ele me entregou seu celular para assistir a alguns vídeos no YouTube. Um momento inocente que agora parecia distante e irrelevante.

Pode se sentar aqui. — Ele bateu a coxa esquerda com a mão, me convidando a me juntar a ele. Fui, de forma inocente, sentando-me em seu colo, como se fosse algo normal. Meu avô sempre fazia isso quando queria me dar um carinho, mas a diferença entre os dois homens era abismal.

— Tenho uma dúvida sobre algo que encontrei em meu celular, queria saber se foi você que abriu isso. — Ele pegou seu celular e abriu um link no Chrome. Um novo mundo, cheio de imagens e vídeos que eu nunca havia visto, se desdobrou diante de mim. Algumas mulheres estavam completamente nuas, e meu coração disparou.

Minha mamãe não me deixa ver isso, titio. — Sussurrei, sentindo um nó se formar em meu estômago. Sua mão gigante, em comparação ao meu corpo pequeno, segurou minha cintura, enquanto ele continuava a rolar a página, exibindo imagens ainda mais perturbadoras.

Quero saber se foi você, princesa. — Ele inclinou-se e beijou a lateral do meu rosto, e quando tentei me levantar, sua mão pressionou meu corpo contra ele.

Gortoz a RanOnde histórias criam vida. Descubra agora