Mesmo estando de férias minha rotina de estudos não parava, fazia cursos de férias e sempre participava de palestras, seminários e grupos de estudos de casos. Eu estava ansioso para começar o quarto período, pois já poderia estagiar e estava ansioso por isso.
Mas as coisas em casa começaram a ficar diferentes. Paulo estava muito irritado, sempre no celular e chegava cada vez mais tarde em casa e as vezes até sentia cheiro de bebida nele.
Até que um dia eu cheguei de uma palestra e ele não estava em casa. Fiz um sanduíche e fiquei na sala esperando por ele enquanto assistia um filme, que acabou e nada dele chegar. Liguei, mas chamou até cair na caixa, comecei a assistir outro filme e adormeci. Despertei 2:30h da manhã e nada dele. Fiquei preocupado e liguei novamente, mas a chamada foi direto pra caixa.
Fiz um chá e continuei no sofá, mas já não tinha clima pra filme. Eu estava preocupado e se ele tivesse sido assaltado ou sofrido um acidente, enquanto eu estava perdido em meus pensamentos, ouço um barulho na porta e logo ele aparece, parecia estar bêbado. Eu me levantei assustado para ver se ele estava bem.
- Você está bem? Onde você estava? Já está muito tarde!
A minha voz saiu um pouco mais alta por causa da preocupação, mas o que aconteceu a seguir foi assustador. Ele me segurou pelo pescoço enquanto segurava meu braço esquerdo em minhas costas me empurrando na parede ao lado da porta. Ele falava grosseiramente em meu ouvido enquanto se esfregava em mim.
- Por um acaso eu te devo alguma satisfação da minha vida? Você é minha mulher ou minha puta pra me cobrar horário de chegar em casa?
Ele falava e eu só chorava pela situação que eu nunca imaginei viver e pela dor em meu braço e pescoço.
- Responda, putinha! Você quer que eu te foda? - ele zombava de mim enquanto esfregava seu membro duro em meu bumbum.
Eu estava em estado de choque e o desespero me invadiu. Ele iria me estuprar? O que eu deveria fazer? Eu só pensava que tinha colocado um monstro dentro de casa. Então ele me empurrou e sem fôlego cai no meio da sala e ele parou na minha frente me olhando com raiva, enquanto eu tossia e massageava meu ombro que doía muito.
- Eu não gosto de viado! - ele falou entredentes e foi pro seu quarto.
Eu corri pro meu quarto e tranquei a porta, coisa que eu não fazia há um bom tempo. Eu me encolhi na cama e chorei até adormecer. Acordei tarde como a muito tempo não fazia e logo o medo tomou conta de mim ao me lembrar do que houve de madrugada.
Tomei um banho quente e quando me olhei no espelho as marcas roxas dos seus dedos estavam lá no meu pescoço super branco e eu chorei desesperadamente.
Sai do banheiro e vesti uma blusa com gola alta e uma calça de moletom e voltei a me deitar. Tempos depois escuto batidas suaves na porta, mas não respondi, apenas me encolhi sob o edredom. E as batidas continuavam suaves e espaçadas.
- Pequeno, me perdoa? Abre a porta e vamos conversar? - sua voz era baixa e triste.
- Por favor, pequeno. Me ouça e depois eu juro que vou embora. Eu não sou assim.... eu não queria...
Ele continuou pedindo pra eu abrir a porta e sua voz parecia cada vez mais miserável e meu coração doeu. Levantei, abri a porta e o que vi foi aquele homem enorme ajoelhado no chão se lançando aos meus pés e a sua mala perto do sofá.
- Me perdoa, Brian? Eu estava louco, sei que não justifica, mas eu estava frustrado por ser rejeitado por mais uma empresa e perdi a cabeça. Me perdoa!
Ele falava aos soluços e ajoelhado abraçava minha cintura sem olhar em meus olhos.
- Eu estou muito envergonhado, minha mãe morreria se soubesse o que me tornei. Você me ajudou tanto quando eu mais precisei e nao tinha ninguém lá por mim, eu sou um monstro. Eu já arrumei minhas coisas e vou embora. Eu só quero seu perdão, por favor, pequeno.
Eu levantei seu rosto e encarei seus olhos vermelhos determinado a mandá-lo embora, mas meu coração mole me traiu e eu o perdoei.
- Você promete que aquilo não vai mais acontecer? - perguntei choroso.
- Prometo, meu pequeno! E prometo que nunca mais vou aparecer na sua frente. Eu vou embora, não deveria ter aceitado morar com você. Eu só te trago problemas.
- Calma, não fique assim. Vamos esquecer isso, você não precisa ir embora. Vai ficar tudo bem.
Ele se levantou e me pegou no colo como um bebê e sentou no sofá comigo em seu colo e eu só chorava baixinho em seu peito.
- Você é um anjo pra mim, pequeno. Obrigado por me perdoar. Eu vou ser bom pra você e nunca mais vou beber.
Ele me segurava como se eu fosse uma criança e era assim que eu me sentia nesse momento, e quando nos acalmamos ele me levou pra mesa e me alimentou ainda em seu colo e foi muito bom, me fez lembrar meu pai.
E tudo voltou ao normal, ele voltou a sorrir e a assistir séries comigo. Minhas aulas começaram e eu estava super animado.
Cheguei em casa no fim da tarde depois de um dia cansativo de aulas e palestras e quando fui tomar banho não saia água no meu chuveiro, mas como no banheiro social tinha peguei minhas coisas e fui tomar banho lá.
Eu estava muito cansado e acabei não trancando a porta. Terminei meu banho, me enxuguei e quando ia vestir minha cueca a porta se abriu e por um segundo eu congelei antes de puxar a toalha e colocá-la na frente do meu corpo. Eu tenho vergonha dos meus mamilos de mocinha e do meu membro minúsculo, sem contar que tenho 19 anos e não tenho um pêlo sequer no corpo.
Ele me olhava de uma forma que não consegui identificar e logo saiu batendo a porta. Terminei de me vestir o mais rápido que pude e saí do banheiro correndo pro meu quarto e quando me olhei no espelho estava vermelho como um tomate. Ninguém fora minha mãe tinha me visto nu e isso já tinha muito tempo.
Em todo esse tempo sempre respeitamos o espaço um do outro, nunca entrei no quarto dele, nem ele no meu e hoje eu me descuidei. Mas eu estava com fome e resolvi sair do quarto, não podia me esconder pra sempre. Ele estava na cozinha, mas não se virou.
- Me desculpe, eu esqueci de trancar a porta. Meu chuveiro está com problema amanhã vou chamar alguém pra ver isso. - falei envergonhado.
- Tá tudo bem, a casa é sua. Amanhã vejo isso pra você. - ele respondeu com a voz suave.
Jantamos sem interação nenhuma e logo fomos pros nossos quartos. Saí logo cedo e quando voltei o chuveiro já estava funcionando, o que eu agradeci.
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O amor que me resgatou
RomanceBrian um jovem de 18 anos estudante de direito, enganado e mantido refém de um homem mais velho sofrendo abusos e maus tratos até que se vê obrigado a escolher entre arriscar fugir ou ser vendido como um objeto sexual. Será que ele conseguirá sobrev...