Capítulo 14

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Entrei em casa com ele no colo seguido por Katrina e D. Nini que já sabiam que algo de errado tinha acontecido. Enchi a banheira com água bem quentinha e dei um banho nele, o enxuguei e vesti uma blusa minha. Deixei ele enrolado na cama enquanto explicava a elas tudo o que tinha acontecido.

Sabia que ele iria preferir não contar, mas isso tinha acabado hoje e não tinha como esconder mais essa história.  Mas ainda assim ocultei os fatos mais doloridos pra ele.

Elas choraram muito e eu voltei pra ficar com meu Neném. Não queria que ele acordasse sozinho. A noite foi bem agitada, ele chorou, gritou, mas não acordou e em todo tempo eu o segurei em meu colo como ele gosta de ficar.

Katrina ficou no quarto com a gente fazendo carinho em seus cachos chorosa. Foi uma noite dolorosa para todos, mas ele estava a salvo conosco.

Ele acordou assustado quase 10h da manhã, mas quando viu que estava em meus braços chorou baixinho se agarrando a mim. Eu apenas o acalentei até ele se acalmar, depois Katrina e D. Nini trouxeram nosso café da manhã na cama e nós todos comemos juntos.

Depois do almoço o delegado me ligou para contar as novidades. Eles encontraram mais dois jovens presos no porão da casa, muito material de pornografia infantil e os 6 homens presos foram presos junto com André e os seguranças que estavam fazendo guarda e eles também confirmaram que Pedro e Paulo estavam mortos.

Com isso a gente não iria mais precisar se preocupar. Ele só pediu para que Brian fosse prestar seu depoimento para não precisar retornar depois. Conversei com ele e nós fomos até a delegacia e 2h depois estávamos liberados.

Nosso voo era a noite, então ficamos os 3 mimando mais um pouco nosso menino o restante do dia. E antes de ir embora no finzinho da tarde eu chamei os três para conversar na sala.

- Sabe Katrina e vó Nini, desde aquela tarde que eu fui atraído ao hospital, sem entender o motivo na hora, e vi o Brian ainda desacordado naquela maca eu sabia que nosso destino estava entrelaçado. Daquele momento em diante eu não conseguia mais me afastar dele, meu coração só deseja mimar e proteger meu Neném. Por isso eu quero pedir a vocês autorização para namorar o Brian.

Ouvir o pedido de namoro do Magnus foi a coisa mais linda que já me aconteceu. Meu coração pulava em êxtase e minha mãe e minha vó choravam olhando para nós. Ele não largava a minha mão e estava visivelmente nervoso.

- Eu fico feliz que meu filho tenha encontrado alguém que goste e queira cuidar dele, vocês tem a minha benção e sei que onde seu pai estiver também abençoa vocês. - minha mãe falou segurando a mão de minha vó que só assentia com a cabeça.

- Então meu lindo, você aceita ser meu namorado? - ele perguntou se ajoelhando em minha frente.

Minhas lágrimas molhavam minhas bochechas, mas agora era de alegria. Eu não conseguia falar e com um grande sorriso assenti com a cabeça. Ele tirou uma caixinha vermelha do bolso e abriu revelando nossas alianças em ouro branco. A minha tinha uma pedra âmbar e a dele uma esmeralda.

Nós colocamos as alianças um no outro e nos preparamos para voltar. Eu não cansava de olhar para minha mão com o mais novo símbolo da nossa ligação.

- Você sabe porquê escolhi essas pedras para as nossas alianças, neném?

- Por causa da cor dos nossos olhos?

- Mais do que isso. A sua significa que eu só tenho olhos para você e a minha significa que quero os seus olhos sempre sobre mim.

Ele falou olhando em meus olhos e pela primeira vez nos beijamos de verdade. Eu não sabia bem o que fazer, esse era meu primeiro beijo e ele foi bem delicado me guiando num beijo suave e cheio de paixão.

Nos despedimos de minha mãe e minha avó no aeroporto e embarcamos. Passamos o voo inteiro entre beijos e carícias, eu estava literalmente nas nuvens.

Cada dia que passava nós estávamos mais grudados, era muito bom ter seu carinho e atenção. Eu me dedicava aos estudos e ao meu trabalho, mas nas horas vagas que ele estava de plantão eu aprendia com a Lila a fazer seus pratos preferidos.

E o Natal estava chegando e nós resolvemos fazer a ceia aqui em casa e todos viriam pra cá. Eu estava muito animado e até ia ajudar a Lila na cozinha.

A casa já estava enfeitada, minha mãe e minha avó já tinham chegado, estávamos só aguardando a família de Magnus chegar, o que não demorou para acontecer.

Matheus, Mirella e as gêmeas Laura e Luiza foram os primeiros a chegar. Logo depois o Alan e em seguida o Miguel, pai dos meninos. Ele detesta ser chamado de senhor.

O jantar foi maravilhoso com a presença de Lila e seu esposo Juliano que já faziam parte da família também. Tivemos o momento dos presentes e eu nunca ganhei tantos na vida. Mas o que mais me surpreendeu foi o pedido de casamento do Magnus.

- Eu gostaria de aproveitar a presença de toda a nossa família nesta data tão especial e assim como eu pedi a autorização para namorar o Brian, hoje eu quero renovar esse pedido. Mas dessa vez quero pedir a sua mão em casamento. A senhora me concede a mão de nosso bebê em casamento, minha sogra?

- Ah, meu Deus! É claro, meu genro querido! - Katrina falou em lágrimas.

- E você Brian, aceita se casar comigo? - perguntei ajoelhado em sua frente.

Se ajoelhando também diante de mim, ele selou nossos lábios e respondeu que sim! E as nossas alianças foram complementadas por outro par que se encaixavam nas de namoro, a dele era cravejada de brilhantes e a minha não. Nós tiramos as primeiras e trocamos para fazer o encaixe e assim colocá-las novamente.

A festa seguiu super animada, minha mãe e meu sogro conversaram a noite toda. As gêmeas dormiram logo cedo e estavam no quarto aqui embaixo mesmo. E eu enquanto fui buscar chá e café para acompanhar a torta de cacau ouvi Alan, Magnus e Matheus conversando.

- Você tirou a sorte grande Magnus. Eu ia tentar conquistar o Brian, mas quando você apareceu no meu gabinete pra falar sobre ele, ali eu percebi que não teria chance alguma. E vendo vocês juntos só me confirma isso. - Alan falava com admiração.

- A ligação desses dois é coisa de outro mundo, Alan. Esse maluco quase me faz ter um infarto pra socorrer o Brian sem nem conhecê-lo e desde então eles não se desgrudam. - confirmou Matheus.

Eu fiquei feliz por saber que nosso amor era tão forte que podia ser visto e sentido por nossa família.

Todos foram embora e antes de minha mãe ir deitar ela me chamou no seu quarto.

- Você já contou a ele sobre aquilo? - ela perguntou baixinho.

- Ainda não. Eu tenho medo de estragar tudo. - confessei nervoso

- Confie no amor de vocês, meu bebê. Vai dar tudo certo.

Minha mãe me beijou e me abraçou e logo eu fui encontrar Magnus no nosso quarto.

O amor que me resgatouOnde histórias criam vida. Descubra agora