Capítulo 20

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Depois de todos prontos e tomados café, Magnus foi trabalhar e eu fui pro jardim com Bê enquanto Davi e Levi ficaram com a avó e a bisa.

Sentados na grama embaixo da árvore, de frente um pro outro comecei a conversa.

- Filho, lembra dos exames que você fez com a tia Mi?

- Lembro sim.

- Então, eu estava certo, você não tem doença nenhuma, mas tem uma coisa que preciso te contar.

Peguei minha pasta de exames e mostrei a ele. Que olhava, mas parecia não entender nada. Até que seus olhos se arregalaram.

- Você pode ter um bebê na sua barriga?

- Posso sim, querido. O que você acha disso? - perguntei cauteloso.

- Eu acho demais! Mas isso não é coisa de menina?

- Não, meu bem, isso é coisa de quem tem um útero saudável.

- Se você pode ter bebês por que ficou com a gente? Você vai devolver a gente quando tiver o seu bebê?

- Nunca, vocês são meus filhos que nasceram do meu coração e eu nunca vou devolver vocês. - falei já em lágrimas.

- Então é pra sempre?

- É, é pra sempre e pra tooooda vida! Eu sempre vou amar vocês!

Ele ficou tão feliz que se jogou sobre mim e caímos deitados e rindo na grama. Mas eu ainda precisava falar sobre ele. Com ele deitado em meu ombro e abraçado a mim permaneci acariciando seu cabelo e alisando suas costas.

- Sabe, amor! Sua tia Mi descobriu nos seus exames que nós somos iguais.

- Como assim iguais?

- Assim como eu, você também pode ter um bebê em sua barriga um dia, se você quiser.

Senti seu corpo estremecer em meus braços e logo lágrimas molhavam minha camisa. Continuei o abraçando, mas agora era mais forte o aperto, queria que ele sentisse que eu estava ali pra ele.

- E se eu não quiser? - perguntou baixinho.

- Não tem problema nenhum, amor. Isso é você que decide no momento certo. Eu mesmo nunca pensei em ter filhos até conhecer seu outro pai.

- Sério? - perguntou curioso.

- Sério! Eu só pensava em estudar e me formar. Eu conheci seu pai com 19 anos e só tive meu primeiro beijo aos 20.

- Poxa, que demais!

- É! E hoje a tarde nós temos uma consulta com a tia Mi e ela vai te explicar tudo direitinho, mas durante um bom tempo, mocinho, você só precisa se preocupar com seus estudos. Combinado? - falei beijando a ponta do seu nariz.

- Combinado. - respondeu com um grande sorriso.

Ficamos mais um tempo abraçados aproveitando o momento, até que escuto o Levi vir correndo em nossa direção e churumingando. Meu coração acelerou e ele se jogou sobre a gente.

- Levi que tetê, mamá! - falou choroso.

Peguei meu pequeno no colo emocionado, ele me chamou de "mamá", ofereci meu mamilo que logo foi sugado com pressa, mas logo suavizou. Ficamos os três debaixo da árvore e enquanto Levi mamava eu fazia carinho na cabeça de Bê que estava encostado em mim.

Quando dei por mim, a nossa frente já estava sendo montado um piquenique com muitas gostosuras e todos sentados conosco, logo meu grandão se juntou a nós.

No consultório da Mi ela explicou tudo direitinho pro Bê e nós decidimos usar um anticoncepcional subcutâneo de 6 meses nele pra ver se ele se adaptaria e tudo resolvido com ele. Fui fazer meus exames de rotina e no momento da ultrasson a Mi travou.

O amor que me resgatouOnde histórias criam vida. Descubra agora