Capítulo 22

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A dor aumentava e eu lutava pra me manter calmo e não desmaiar pelo bem das minhas pérolas. Eu chorava baixinho e chamava meu grandão em meu coração.

...

Uma angústia tomou conta do seu ser, eu precisava agir, meu menino mais do que nunca precisava de mim. Reuni a equipe e nos dividimos.

Invadimos a casa e Paulo estava na cozinha fazendo um mingau. Peguei ele pelo pescoço e ele sorria.

- Você chegou tarde dessa vez, delegado. - ele falou com desdém.

- Onde ele está? - perguntei pressionando a arma em seu rosto deformado.

- Bem longe e quando os ratinhos nascerem vão ser vendidos também. - ele ria como uma hiena.

Não resisti e bati com a arma em sua cabeça o fazendo desmaiar, mesmo a minha vontade sendo de matá-lo. Entreguei ele ao agente que o algemou e o levou pra fora da casa.

Olhamos cada canto da casa e nenhum sinal do meu Neném. Eu estava desesperado. Mas não fazia sentido o sinal vinha dali.

Procuramos ao redor da casa e nada. Resolvi entrar novamente revirando cada cômodo novamente e num quarto tinha apenas um grande tapete velho no chão, que quando levantei revelou um alçapão.

Desci com cautela e a cena que vi me fez chorar, meu pequeno estava chorando baixinho, encolhido como uma bolinha numa cama suja e acorrentado.

- Aguentem só mais um pouquinho, minhas pérolas. O papai vai encontrar a gente, ele sempre encontra. - ele falava com a mão na barriga.

Ele não tinha notado a minha presença ainda, então chamei ele baixinho. Ele levantou a cabeça, sorriu pra mim e desmaiou.

Corri em sua direção, quebrei a grade de madeira que prendia a corrente e o peguei no colo saindo daquele lugar imundo.

Quando sai da casa todos comemoraram e antes de entrar no carro atirei naquele miserável e mandei jogarem ele dentro da casa e tocarem fogo. Nunca mais ele sequer veria meu pequeno.

Fomos direto pro hospital da cidade, pois Brian estava sangrando. Tive medo de perder os bebês e mais ainda de perdê-lo. Enquanto ele era atendido avisei ao meu pai que havia encontrado ele e contei o que tinha acontecido.

Depois de quase 3h de espera o médico apareceu para dar notícias.

- Conseguimos estabilizar o paciente e parar a hemorragia, mas as próximas horas vão ser decisivas.

-Posso ver ele?

O médico assentiu e me levou até onde meu menino estava. Segurei sua mão e beijei sua testa. Ele estava mais pálido do que o de costume. Seu coração estava lento e sua boca que antes era tão vermelha agora estava cinza. Eu chorei como nunca na vida com uma mão em seu ventre.

- Meus amores, papai tá aqui. Eu encontrei vocês como o mamá disse que eu faria. Por favor, aguentem firme. Meu amor, não me deixe! Eu te amo tanto, meu Neném!

Eu chorava com as mãos em seu ventre e a cabeça sobre seu leito. Eu não iria suportar perder meu menino. Eu estava tão desolado que pensei estar alucinando quando ouvi sua voz fraquinho chamando por mim.

- Grandão, você veio?

Levantei meu rosto e vi seus olhos se esforçando pra abrir e logo segurei seu rosto.

- Sempre meu amor, nunca vou te deixar! - respondi colando minha testa na dele.

Ele voltou a dormir e em desespero solicitei um helicóptero para nos levar de volta, mesmo a contragosto do médico, meu menino precisava de cuidados especiais e eu não ia ficar aqui esperando. Avisei a Mirela e pedi a ela que nos esperasse no hospital.

O amor que me resgatouOnde histórias criam vida. Descubra agora