O café da manhã chegou com muitas coisas que eu gosto e Magnus me fez comer de tudo um pouco e foi muito bom poder comer sem medo.
Depois do café a enfermeira Abi (Abigail) me ajudou a tomar banho, quase morro de vergonha, mas ela me deixou bem a vontade e disse que ficaria perto só pro caso de eu sentir alguma tontura ou dificuldade com o gesso.
Já arrumado sentamos para conversar.
- Neném, vamos começar pela parte boa. Eu conversei com o reitor da universidade e ele vai te dar a chance de refazer esse período até o final das férias por causa do excelente histórico que você tem, mas você vai ter que se esforçar bastante e eu vou te ajudar. E seu emprego com o Alan também está seguro, ele me garantiu.
Ouvir isso me trouxe uma grande alegria, meu maior medo era me prejudicar na universidade e perder a oportunidade de trabalhar com o juiz Alan.
- Como você conseguiu isso? - perguntei envergonhado.
- Eu me formei na mesma universidade que você está estudando e usei um pouco do meu título para pressionar o reitor também. E com o Alan foi mais fácil, somos muito amigos.
- Hum, entendo!
- E eu já conversei com sua mãe e até você se recuperar por completo e enquanto você quiser você vai ficar na minha casa.
- Você já fez muito por mim, não quero te incomodar mais, grandão.
- Meu lindo, você nunca vai me incomodar. Então estamos combinados, a partir de hoje você vai morar comigo e eu vou te ajudar nos estudos.
- Mas e as minhas coisas?
- Eu já peguei tudo o que você vai precisar na sua casa, inclusive sua moto que a vó Margarida me mostrou. Boa moto!
As suas duas esmeraldas quase pularam em mim quando falei da moto, foi engraçado.
- Mas agora eu preciso que você me conte com calma o que de fato aconteceu com você, pois até agora eu só estou trabalhando com suposições.
Ele estava nervoso e parecia muito envergonhado, mas logo começou a contar desde o primeiro encontro com a trombada na rua, a suposta morte da mãe, da perda da casa e do emprego e então quando ele falou do convite para passar um tempo em seu apartamento ele desabou no choro.
Eu o puxei pro meu colo e ele se encolheu tanto que parecia uma bolinha e eu só ouvia os seus soluços contra meu peito que ele desabotoou minha camisa e esfregava seu rosto até se acalmar enquanto eu alisava suas costas.
Depois que ele se acalmou voltou a falar, contou sobre a ameaça, as surras, as humilhações, os abusos, a privação de sono e comida, os trabalhos pesados excessivos, a extorsão e tudo mais. Meu peito queimava de ódio. Só um monstro pensaria em fazer algum mal a uma criatura tão doce e indefesa como Brian.
Eu sabia que a resposta seria não, mas eu precisava ouvir ele dizer isso e então perguntei com a voz controlada com uma calma que no momento eu não tinha.
- Neném, eles alguma vez tocaram ou mecheram em você intimamente?
Depois de um longo suspiro e mais lágrimas ele falou, meu coração pareceu ia explodir.
- Eles tentavam as vezes, mas eu escapava ou um parava o outro.... mas.... mas.... uma vez o Pedro botou a boca lá embaixo, me machucou e doeu muito, então o Paulo chegou e bateu nele. Mas eles só faziam isso porque tinham que me entregar virgem ainda.
Eu tive tanto ódio que ele percebeu a mudança na cor dos meu olhos e foi até engraçado ouvir ele falar.
- Seus olhos assim combinam com meus cabelos.
Depois de um tempo nos encarando ele me contou que no dia que fugiu ele seria vendido e entregue a uns velhos em uma fazenda que fica a pelo menos 5h daqui, que foi o que ele tinha ouvido da conversa entre Paulo e Pedro.
Mostrei a foto que D. Margarida tirou e ele confirmou que eram eles mesmo e que pelos telefonemas tinha mais pessoas envolvidas nisso.
Passei todas as informações para minha equipe e logo eles começaram a trabalhar em cima das quadrilhas de tráfico de pessoas e exploração sexual.
Depois do almoço Abi administrou as últimas doses dos remédios, tirou o acesso do braço com ele dormindo em meu colo que as vezes fungava pelo tanto que chorou por tudo que passou por ter confiado no tal de Paulo.
Depois que tive alta em pouco tempo saímos do hospital com Magnus me levando em seu colo como uma criança. Seu carro era uma caminhonete preta enorme. E em 30 minutos chegamos na sua casa que era linda com 2 andares e bem grande.
Assim que chegamos fomos recebidos por D. Lilian que tinha um sorriso lindo e uma cara de vó com aquele coque branquinho.
Magnus me levou pro quarto com uma cama enorme tão macia que eu quase chorei lembrando do tempo que dormia no chão e logo D. Lilian chegou com uma bandeja cheia de coisas deliciosas e meu chá preferido que D. Margarida falou pra ele.
Nós comemos tudo e depois ele foi me mostrar seu escritório e o espaço que ele fez para meus estudos com todos os meus livros arrumados em uma estante só pra mim. Ele também me mostrou os deles e disse que podia usar o que precisasse.
Depois voltamos pro quarto e ele disse que ia preparar um banho bem quentinho pra tirar o cheiro do hospital de mim. Eu estava morrendo de vergonha e não queria que ele me visse nu. E acho que ele percebeu minha apreensão quando saiu do banheiro.
- Calma, neném! Eu só vou te ajudar no que você precisar, você vai entrar na banheira e eu vou lavar seu cabelo porque com uma mão só não dá, certo.
Eu só assenti com a cabeça e ele me levou no colo até banheiro e me sentou numa cadeira passou o plástico filme no gesso do braço e do pé para proteger e ficou de costas esperando eu tirar a roupa.
Fiquei só de cueca e ele virou de olhos fechados e me colocou dentro da banheira com o pé num apoio pra não molhar e começou a lavar meus cabelos e depois esfregou minhas costas enquanto eu esfregava as outras partes.
Era incrível como eu me sentia seguro com ele, na hora de sair da banheira eu deixei toda a água ir embora e com o chuveirinho tirei o resto de espuma do meu corpo e com muita vergonha tirei minha cueca e o chamei.
Ele virou ainda de olhos fechados com a toalha em uma mão e me estendeu a outra sem olhar. Eu segurei, fiquei em pé e ele me embrulhou como um charuto e me pegou no colo, só então ele me olhou e sorriu.
- Viu como deu certo? Até você tirar o gesso do pé vamos fazer assim pra você não escorregar e se machucar.
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O amor que me resgatou
RomanceBrian um jovem de 18 anos estudante de direito, enganado e mantido refém de um homem mais velho sofrendo abusos e maus tratos até que se vê obrigado a escolher entre arriscar fugir ou ser vendido como um objeto sexual. Será que ele conseguirá sobrev...