Capítulo 13

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Eu estava muito tenso e Magnus tentava me tranquilizar, mas dava pra perceber que ele estava mais tenso do que eu e ele não me deixou um minuto sozinho naquela noite e mais uma vez ele selou nossos lábios como fez naquele dia. Era como se fosse normal para ele fazer isso, mas meu coração sempre disparava.

Um mês se passou e eu cumpria minha agenda sem contratempos, mas nunca estava sozinho, se ele não pudesse estar comigo alguém da sua confiança sempre me acompanhava.

Estávamos no quarto assistindo um filme e comendo pipoca, sempre fazíamos algo quando ele não estava de plantão.

- Na próxima semana preciso voltar pro interior. - falei baixinho.

- O que houve? - ele perguntou preocupado.

- Sempre volto nessa data pra ficar com minha mãe e minha avó, é a data do falecimento do meu pai. - respondi com pesar.

- Sinto muito, lindo. Diga quando iremos para providenciar tudo.

- Mas e seu trabalho?

- Não se preocupe com isso, não vou te deixar sozinho.

Ele falou e me deu um selinho me abraçando mais forte e assim ficamos por um tempo.

Chegou o dia da viagem e estava tudo organizado. O voo foi tranquilo e quando pousamos elas já nos esperavam no aeroporto. Depois de muitos beijos e abraços fomos para a fazenda.

Minha vó encheu a gente de comida e de mimos. Minha mãe disse que nós ficaríamos juntos no meu quarto e eu corei violentamente.

Íamos passar 5 dias aqui e queria mostrar a fazenda pro Magnus. Depois do almoço saímos de caminhonete e ele gostou muito da paisagem.

A noite minha mãe reuniu os trabalhadores e fizemos uma pequena reunião ao redor da fogueira e ela nos apresentou um jovem chamado André que a 1 mês começou a trabalhar aqui. Ele era tímido, mas bem simpático e não sei porquê Magnus cismou com ele.

No outro dia depois do café fomos andar a cavalo e o levei no rio que corta as nossas terras. Tomamos banho e nos divertimos muito. A noite teve a missa em homenagem ao meu pai e como sempre era muito triste, pois ele foi arrancado de nós.

Amanhã nós iremos embora e resolvemos ficar em casa e aproveitar a companhia de minha mãe e minha vó. Depois do almoço Magnus foi pro quarto e eu fiquei na cozinha ajudando minha avó com o doce de abóbora com côco que eu amo quando André me chamou para ir ver uma vaca que estava parindo e como isso era normal de acontecer aqui e tinha muito tempo que não acompanhava um parto eu o acompanhei.

- Porque você trouxe meu cavalo?

- Vamos na porteira primeiro ver que parece que estourou a cerca. Você se importa? - ele perguntou parecendo envergonhado.

- Claro que não, vamos lá! - já respondi montando no Bruce e sai em disparada.

Chegamos na porteira e estava tudo no lugar. Desci para ver de perto e ele também. Quando ia me virar pra questionar se o lugar era aquele mesmo fui segurado e senti um pano com um cheiro desagradável no meu nariz e logo a escuridão me tomou.

Eu estava no quarto respondendo uns e-mails quando senti algo estranho no meu peito e decidi procurar Brian, na cozinha sua avó me avisou que ele tinha ido com André ver uma vaca que estava parindo.

Abri o aplicativo do rastreador que pedi ao Matheus pra implantar nele no dia que desmaiou no Café, sem ele saber, não queria que ele se preocupasse. Vi que ele estava indo na direção contrária ao curral e um frio percorreu minha espinha.

Imediatamente compartilhei a localização dele em tempo real com uns parceiros locais e já sai da casa numa ligação. Peguei a moto da fazenda e parti em disparada em sua direção, que se afastava da fazenda muito rápido quando vi seu cavalo passar por mim em disparada.

- Magnus falando, levaram Brian. Tô seguindo na direção dele, mande o alerta para me encontrar no destino com urgência e cuidado.

Desliguei e acelerei o máximo que pude, eu sabia que tinha algo errado com aquele garoto, mas eu não vou perder meu menino.

Nos encontramos numa fazenda e perto do anoitecer chegaram alguns carros que pararam em frente a sede com alguns homens armados. Eu estava muito nervoso, mas tinha que me controlar, pois a vida do meu pequeno dependia disso. Nada poderia dar errado.

Já estava escuro,  íamos invadir o local sem aguardar o restante do reforço e a ordem era resgatar Brian e prender a quadrilha,  mas se fosse necessário matar alguém eu mataria.

Acordei num porão iluminado apenas por um lâmpada amarela muito fraca e estava vestido com uma túnica com um tecido fino que revelava todo o meu corpo e logo me lembrei do André, do cheiro forte e do Magnus.

Será que o Paulo e o Pedro me acharam? Será que nunca mais verei minha família e o Magnus? Logo as lágrimas banhavam meu rosto. Me sentei no canto e abracei minhas pernas, não havia nada que eu pudesse fazer. Só tinha uma porta e estava trancada.

Meu coração doía de tão forte que batia. Ninguém me acharia naquele lugar, quando eles sentissem minha falta seria tarde demais. Eu estava em agonia quando a porta se abriu e um homem grande e gordo me jogou em seus ombros e me levou sem atender as minhas súplicas ou se compadecer de mim.

Subimos uma escada grande e mal acabada e quando passamos por uma porta de madeira e seguimos por um corredor, entramos em um ambiente muito luxuoso e logo ele me colocou sobre uma mesa baixa e redonda. Na penumbra pude ver 7 homens velhos sentados em cadeiras, que mais pareciam um trono, ao redor da mesa onde eu me encontrava encolhido tentando esconder meu corpo.

- Demoramos muito tempo para te encontrar, boneca! Se você não for mais virgem vai se arrepender de ter nascido, igual aqueles dois defuntos incompetentes. - falou o mais alto e forte e que parecia ser o mais velho.

- Hoje nós vamos tomar posse da nossa putinha fujona. - um velho asqueroso falou alisando suas partes íntimas.

Eu estava desesperado, meu corpo tremia e quando eles começaram a se aproximar de mim um estrondo ecoou pela sala.

Nós aproveitamos a pouca iluminação e a noite sem lua para avançarmos. Logo os 4 seguranças que estavam na frente da casa foram rendidos. Mas fomos pegos de surpresa por outros 2 que surgiram e enquanto os 3 colegas foram cuidar deles eu e o delegado da cidade invadimos a casa ao som dos tiros do confronto externo.

Eu tentei correr, mas um velho me segurou em sua frente e como sou muito pequeno logo ele foi atingido na cabeça me soltando e ao longe já eram ouvidos sons das viaturas e ambulâncias.

Os outros velhos logo levantaram as mãos quando mais 3 homens encapuzados entraram na sala. Assim que vi os olhos daquele homem encapuzado eu sabia que era meu grandão e desmaiei em seus braços.

Agradeci o apoio do delegado que ficaria para lidar com a bagunça e me despedi levando meu menino em meus braços depois de me certificar com os paramédicos de que ele estava bem, só desmaiou pelo estresse.

Subi na moto com seu corpo encaixado na frente do meu, preso a mim pela minha jaqueta e sai dali o mais rápido que pude, mas com muito cuidado.

O amor que me resgatouOnde histórias criam vida. Descubra agora