Capítulo 8

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Meu nome é Magnus Albuquerque, tenho 35 anos, 1,95 mt de altura peso 105kg bem treinados e distribuídos, meus olhos são âmbar, mas quando estou com muita raiva eles ficam igual fogo. Tenho cabelo liso e preto um pouco abaixo dos ombros com o pé desenhado e minha pele é morena clara. Tenho uma barba farta e bem aparada.

Sou delegado da Polícia Federal, mas a minha família é da medicina, temos alguns hospitais e clínicas. Inclusive estou indo pra um deles agora não sei porquê, mas meu coração está ardendo em angústia. Meu irmão é o diretor de lá aproveito para ver ele.

Estacionei próximo a entrada da emergência e vejo os socorristas tirando uma maca da ambulância e a única coisa que consigo  ver é um pequeno corpo com uma cabeleira feito fogo e meu coração erra uma batida. Vou atrás para saber o que houve.

- Foi um atropelamento, senhor! Mas parece algo mais.

O socorrista falou correndo com ele para dentro de uma sala.  Imediatamente liguei pra meu irmão.

- Estou na emergência!

Falei e desliguei sem esperar resposta. E logo meu irmão estava na minha frente branco como cera e ofegante. Ele é 6 anos mais novo que eu, tem 1,80 e cabelos curtos com tapete loiro, é casado com uma médica e tem 2 filhas.

Sem dar explicação mandei ele ir cuidar do menino e apontei a sala que levaram ele. Antes de ir ele me repreendeu e ergueu o dedo médio pra mim.

Ouvi um senhor no celular conversando com alguém e me aproximei.

- Querida, eu não tive culpa você sabe como sou cuidadoso, o garoto que me atropelou. Ele parecia estar fugindo de alguém.

Quando ele me viu logo encerrou a ligação.  Me identifiquei e pedi para ele me contar o que aconteceu.

O senhor disse que o garoto vinha correndo na calçada e olhando para trás quando de repente atravessou a rua sem olhar e trombou com a lateral do carro e antes de apagar pediu ajuda. Quando acabou o relato o senhor me entregou a mochila que estava com o menino e eu o liberei depois de pegar seu contato e o nome da rua onde tudo aconteceu.

Já passava das 2h da manhã quando recebo uma mensagem do meu irmão me chamando em sua sala. E assim que entrei logo fui questionado.

- Quem é aquele menino, Magnus?

‐ Não sei.

- Porra, você quase me faz ter um infarto por um desconhecido, seu idiota!

- Desculpa,  irmão!  Mas eu não sei o que deu em mim. Como ele está?

- O caso dele é grave. Muito grave, vai ser um milagre se ele escapar. Ele está com uma pneumonia severa, desidratado, desnutrido, 2 costelas quebradas do lado direito, 3 costelas trincadas do lado esquerdo, tornozelo direito trincado, o osso do braço esquerdo está trincado e do antebraço quebrado, alguns dedos da mão esquerda deslocados, várias contusões na cabeça e um corte na testa. Sem contar com inúmeros hematomas por todo o corpo e marcas de mordidas também.

Eu estava em estado de choque só de ouvir o que meu irmão falou, eu nunca me senti assim. Um sentimento de impotência e de ódio brigavam dentro de mim.

- Eu posso ver ele?

- Assim que ele for pro quarto.

- Providencie que isso seja rápido e cuide você pessoalmente dele e qualquer pessoa que procure por ele eu quero ser informado imediatamente. Eu vou sair e já volto.

Sai da sala como um foguete e enquanto dirigia até a minha casa fiz algumas ligações para meu pessoal checar as imagens das câmeras de onde aconteceu o acidente e outros relatórios de outros casos que eu iria precisar.

Arrumei uma mala pequena com algumas roupas e itens pessoais e voltei pro hospital e só quando fui pegar minha mala lembrei da mochila do garoto e a levei junto.

Ele já estava no quarto e seu estado era péssimo, levantei um pouco o lençol e pude ver os hematomas e mordidas em seu pequeno corpo. Ele parecia ter 15 anos. Tomei um banho e comecei a trabalhar, não iria consegui dormir.

As enfermeiras entravam e saiam administrando os remédios e nada dele acordar. Meu irmão disse que ele deveria estar muito sobrecarregado e precisava descansar.

Logo cedo vasculhei a sua mochila e encontrei 3 celulares, o notebook, uma pasta de documentos e sua carteira. E me espantei pois em 15 dias ele fará 20 anos.

Vi que ele era estudante do curso de direito e que trabalhava com um juiz amigo meu. E resolvi ir lá saber mais sobre ele. Mas antes chamei um amigo para desbloquear os celulares.

Quando terminei meu banho um dos celulares tocou e na tela o nome "mamãe " brilhava e eu atendi a vídeo chamada. Logo seu semblante mudou de alegre para confusa.

- Bom dia! Quem é o senhor e onde está o meu filho?

- Bom dia, senhora! Eu sou Magnus Albuquerque, delegado da PF e estou no hospital com seu filho, mas ele vai ficar bem. - respondi bem calmo.

- O que aconteceu com meu bebê? - a mulher estava aos prantos.

- Calma, senhora. Ele está com pneumonia e sofreu um pequeno acidente. Mas ele já foi medicado e está dormindo agora.

- Eu sabia que tinha algo errado com meu bebê, ele andava estranho, triste. O que eu vou fazer? Eu não posso sair daqui agora, minha sogra está muito doente e somos só eu e ela.

- Entendo, e a senhora não precisa se preocupar que eu vou cuidar dele. E vou te manter informada.

- Oh, eu agradeço, Magnus e me chame de Katrina, querido.

Nos despedimos e eu fui na universidade, é a mesma que eu cursei e pra minha surpresa fiquei sabendo que Brian era um excelente aluno, mas que desde o semestre passado estava diferente,  disperso e faltando muito. Expliquei por alto o que estava acontecendo com ele ao reitor e pedi que fosse dada a ele uma chance de recuperar o semestre sem prejuízo para seu currículo e ele concordou.

No gabinete do juiz Alan não foi diferente, Brian foi muito elogiado, mas tinha algo estranho com ele e faltava muito. Com Alan pude contar minhas reais suspeitas e o quadro em que ele se encontrava. Ele prometeu ajudar no que fosse preciso e garantiu que a vaga dele seria mantida.

Voltei pro hospital e já com os celulares desbloqueados pude ver o teor das conversas e era nojento. Vi uma pasta com o nome "montagem" e quando abri tinha várias fotos do Brian e logo eu fechei, não quis ver mais nada. Meu sangue queimava em minhas veias.

O amor que me resgatouOnde histórias criam vida. Descubra agora