Capítulo 29

136 10 0
                                    

Tudo combinado, hoje era o dia que iríamos conhecer o orfanato e o casal o que o administra S. Nonô e D. Lili, era assim que gostavam de ser chamados.

E na hora marcada estávamos lá eu, Magnus, Bernardo e Marcos. Fomos muito bem recebidos e de primeira pudemos perceber o amor naquele lugar e a falta de recursos quase na mesma intensidade.

Bernardo olhava tudo muito curioso e vez ou outra fazia alguma anotação no seu Tablet e tirava algumas fotos que o casal já havia permitido. Nós conversamos sobre o lugar e eles nos contaram a sua história.

Eles nunca puderam ter filhos biológicos, mas desejavam muito ter filhos, D. Lili se voluntariou para trabalhar nesse orfanato a quase 40 anos atrás, se apaixonou pelo local e logo trouxe S. Nonô para conhecê-lo e o resultado foi o mesmo.

Eles começaram a ajudar o local que era administrado por um casal uns 20 anos mais velhos que eles na época. Seu Nonô era um pequeno empresário na época e ajudava com o que podia junto com sua esposa. Dez anos se passaram e a esposa do senhor que cuidava do orfanato faleceu num acidente e ele não conseguiu aceitar.

Ele doou a casa que abrigava as crianças para o novo casal e foi embora sem dar explicações e desde então eles assumiram o orfanato. Mas hoje devido as suas condições financeiras eles só tem conseguido o mínimo para pagar as contas básicas e oferecer as 3 refeições diárias para as crianças.

Quando falamos sobre nossa história com os nossos filhos e da ideia do Bernardo eles se emocionaram e nós deixaram a vontade para realizarmos a sua festa de aniversário.

Saímos de lá felizes por conhecermos pessoas tão bondosas e crianças tão amadas e bem cuidadas, já Bê e seu avô eram só cochichos e caras sérias.

Lá tinham 17 crianças de ambos os sexos, de 1 a 14 anos e ele fotografou cada uma delas e cada cômodo da grande casa. Sua área externa era enorme e cheia de árvores.

Como a escola de Bê era uma das melhores da cidade e seus colegas eram filhos de pessoas bem sucedidas, ele personalizou cada convite com fotos das crianças e do casal também e fez um texto contando resumidamente a história do orfanato, suas necessidades e o objetivo da festa. E o principal que era o presente, este deveria ser voltado para  as crianças, seriam aceitos alimentos, roupas, produtos de higiene e brinquedos.

Enquanto ele distribuía os convites, nós organizávamos a festa, alugamos vários brinquedos que seriam montados na área externa, encomendamos doces, salgados, o bolo e todas as guloseimas que as criancas gostam. Minha mãe sugeriu alguns super-heróis comandar as brincadeiras e todos amaram a ideia.

O dia da festa chegou e Bê estava super ansioso. Ele tinha comprado um presente para uma das crianças e eu acho que sei pra quem era. Tinha um menino um pouco menor que ele, moreno claro com os cabelos pretos e cacheados, seus olhos eram castanhos claros. Ele tirou  várias fotos dele, a maioria quando ele estava distraído.

Chegamos logo cedo no local da festa para ajudar e também para receber os convidados. Pouco antes da festa começar Bê veio até mim e o Magnus de mãos dadas com o menino das fotos, ele estava visivelmente envergonhado.

Bê se aproximou de Magnus, sem soltar a mão do menino que olhava pro chão, e falou algo em seu ouvido. No segundo seguinte os dois estavam abraçados e eu e o menino só observávamos a cena.

Assim que se soltou do abraço ele apresentou o Enzo para nós que logo o abraçamos e ele parecia menos envergonhado.

Bê falou algo no ouvido do Enzo que assentiu com a cabeça  e então ele me chamou para um lugar um pouco afastado deles. Nós sentamos num banco embaixo da árvore e ele se aconchegou em meus braços. Amo esses momentos com meu filho.

O amor que me resgatouOnde histórias criam vida. Descubra agora