Capítulo 5

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- Vamos bichinha, meu café está esfriando!

Ele se divertia com meu terror. E sem saída fiz o que ele mandou e logo senti a força de seu braço quando seu cinto golpeou minhas costas e freneticamente atingiu meu bumbum até que não suportei mais e cai no chão tremendo de dor.

- Viado fraco. Se arrume e venha sem demora.

Ele falou saindo do quarto enquanto eu buscava forças pra me levantar. Passei a mão em meu bumbum e estava cheio de vergões que ardiam muito. Me vesti novamente, lavei o rosto, arrumei meu cabelo e fui para a cozinha. Ele apontou pro chão e logo entendi que tinha que ajoelhar e o fiz.

Ele jogou um pedaço do ovo no chão e eu fiquei olhando sem entender, ainda soluçando baixinho.

- Pode comer. - ele falou naturalmente apontando com o garfo para o chao.

Eu nem estava mais com fome, só sentia a dor e pensava que chegaria atrasado a aula. Então, não me mexi.

- Você precisa se alimentar, viadinho. Não pense que vou tolerar você não suportar uma surrinha de nada outra vez. Coma!

Eu não queria aborrecer ele novamente e quando fui pegar o ovo ele pisou em minha mão com raiva.

- Criaturas sujas como você tem que comer de quatro lambendo o chão. Agora coma!

Ele estava muito alterado e com medo eu fiz o que ele mandou. Minhas lágrimas se misturavam aos pedaços de comida e ao suco que ele derramou no chão. Lambi tudo e continuei ajoelhado ao seu lado.

- Muito bem, um viadinho obediente. Você vai me deixar sem almoço hoje, mas amanhã acorde mais cedo para deixar o almoço pronto ou não irá a aula.

- Si... sim se... senhor. Posso ir agora... senhor?

- Vai logo, viado imundo, antes que eu me arrependa.

Eu me levantei com dificuldade, peguei minhas coisas e quando estava saindo ele me chamou.

- Viadinho, bico calado. Todas as suas sujeiras estão com meu amigo e se você me denunciar ele vai fazer muito pior do que eu disse que faria.

Eu só assenti com a cabeça e sai fechando a porta. Além da dor no meu corpo, minha alma doía. Como eu ia viver assim? Como eu ia olhar nos olhos da minha mãe e da minha avó? Como eu ia me livrar dessa situação?

Eu estava tão absorvido pela minha dor que nem percebi quando cheguei a universidade. Fui direto pro banheiro me recompor, não poderia chegar assim na sala de aula.

Eu que sempre e sentei no canto mais afastado da sala e quando fui questionado pelo professor disse que estava gripado e preferia ficar longe. Ele acreditou. No fim da aula tomei um remédio pra dor e fui pro meu trabalho.

Correu tudo bem, só era difícil no momento de levantar ou sentar. Quando encerrou o expediente me deu um desespero de ter que voltar pra casa e ver aquele homem me tratando como um animal imundo. Eu queria minha mãe, mas se eu ligasse logo ela saberia que tinha algo errado.

Cheguei em casa e ainda bem que não tinha ninguém. Tomei um banho rápido com medo dele chegar e quando a água encontrou minhas costas e meu bumbum eu me arrependi da ideia. Me enxuguei, passei pomada onde alcancei,  me vesti e fui fazer o jantar. Não queria apanhar novamente.

Ele chegou quase 22h, tomou banho e sentou esperando a janta que logo o servi e me ajoelhei ao seu lado me segurando para não chorar. Ele comeu tudo, bebeu o suco e depois colocou o resto do que sobrou no seu prato no chão junto com os ossos do frango e apontou.

Resignado me coloquei de quatro e comi tudo deixando o chão limpo. Limpei a cozinha e fui falar com ele na sala. Fiquei em sua frente e me ajoelhei sem olhar pra seu rosto.

- Se... senhor, posso escovar os dentes e ir dormir? Eu já limpei toda a cozinha.

‐ Pode sim, bichinha.

- Obrigada, se...senhor!

- Tá aprendendo ligeiro o seu lugar.

Eu fui logo pro meu quarto, escovei os dentes e vesti uma roupa mais quente. Logo ele entrou no quarto, me olhou, sorriu e entrou no banheiro.

Eu estava esperando pra saber onde eu iria dormir e como se fizesse de propósito ele demorou muito a sair de lá. Mas quando seu celular tocou ele saiu para atender e confirmou que iria sim dizendo que sentia que hoje a sorte estava do seu lado.

Eu permanecia sentado olhando para os meus pequenos pés tamanho 35. Quando ele me chamou e eu estremeci.

- Viadinho, eu vou sair e se tudo der certo vou ganhar muito dinheiro na roleta hoje e vou foder uma b*ceta. Aí de você se me acordar amanhã de manhã, vai levar outra surra daquela. Hoje você pode dormir numa cama no outro quarto.

Eu agradeci e logo fui me deitar, vou ter que acordar muito cedo pra fazer o café e o almoço desse demônio e meu corpo doía muito.

Como o programado acordei cedo fiz o almoço e o café da manhã dele, tomei banho e fui pra minha aula. Hoje eu estava um pouco melhor, mesmo assim ainda me sentei longe e como ainda tinha tempo liguei pra minha mãe.

- Oi, meu bebê! Dormiu bem?

- Dormi sim, mãe.

- O que aconteceu? Você andou chorando?

- Não, mãe! Acho que é só um resfriado ou cansaço do fim de semestre, não sei.

- Tem certeza?

- Tenho sim, mãe. Agora tenho que ir. Te amo muito!

- Também te amo! Se cuida!

E assim os dias iam se passando sempre que podia ele me humilhava e me xingava. Nesse tempo de quase um mês apanhei mais duas vezes uma por que fiquei tonto e derramei suco nele e outra porque ele não gostou da janta, mas tenho certeza que ele só queria descontar em mim a raiva de ter perdido no jogo.

Eu era muito cuidadoso e silencioso, fazia de tudo pra ele não notar minha presença e buscava sempre uma atividade extra na universidade pra não ficar em casa pela manhã e a tarde eu estava a salvo no meu trabalho.

Tive que fazer alguns saques pra ele esse mês e isso me preocupava, pois quando meu dinheiro acabasse o que ele faria comigo?

Eu iria pro quinto período, metade do meu sonho! Mas eu estava começando a me sentir doente e meu rendimento estava caindo, pois minha alimentação e meu sono eram péssimos.

Ele saia quase toda noite e quando chegava quase sempre me acordava pra colocar sua janta. As vezes ele chegava muito bêbado, se esfregava em mim, me apalpar e me levava pra dormir na cama com ele com seu membro entre as minhas pernas. Eu chorava e morria de medo de ser violado. Mas o máximo que acontecia era ele me chutar da cama depois. Eu vivia com marcas roxas, mas preferia isso a ser violado.

O amor que me resgatouOnde histórias criam vida. Descubra agora