Estava tudo perfeito, tirando os enjoos matinais. As crianças já estavam conosco a quase 2 meses e graças ao acompanhamento com o psicólogo estavam evoluindo muito.
Bernardo apesar de tudo o que passou era um filho maravilhoso e um ótimo aluno, Levi estava mais seguro mesmo sendo muito dengoso e já estava conseguindo fazer ele mamar apenas pra dormir e Davi já se sentia seguro para chorar, mesmo que o fizesse pouco.
Eu estava com 13 semanas de gestação e estava tudo bem. Acabamos de sair da consulta e eu só precisava cuidar um pouco mais da alimentação e tomar minhas vitaminas.
Magnus me levou pra um hotel, pois desde que descobri a gravidez meu apetite sexual que já era grande ficou maior, sou viciado no meu grandão, e com as crianças a gente só conseguia fazer algo rapidinho, isso quando não éramos interrompidos.
Então criamos o hábito de darmos uma fugidinha durante o dia para termos nosso momento de casal, as vezes só ficávamos abraçados apreciando a companhia um do outro, mas a maioria das vezes fazíamos amor até cansar.
Desde que minha mãe voltou pra fazenda convidamos Lila e Juliano para morar aqui com a gente para ajudar com as crianças e eles aceitaram.
Eu continuava indo pro escritório e advogando normalmente, as vezes sentia aquela sensação de que estava sendo observado, mas atribuía isso a minha gravidez que já se evidenciava com um pequeno volume em meu ventre. Talvez as pessoas estranhassem ainda um homem no meu estado.
Decidi deixar isso pra lá e não comentar para não deixar Magnus preocupado. Sai do tribunal depois de ganhar mais uma causa e resolvi ir no shopping comprar um livro que Bernardo pediu, meu menino era um leitor voraz como eu.
Dirigia conversando com minha mãe por vídeo chamada e assim que estacionei me despedi dela. Comprei o livro e alguns brinquedos para os meninos e depois de colocar tudo no porta malas senti um pano com um cheiro ruim ser pressionado em meu nariz e logo a escuridão me tomou.
....
Estava agoniado e resolvi ligar pro Brian pra saber como foi o julgamento e como ele estava, há muito tempo não me sentia assim, mas a chamada ia direto pra caixa postal, e me preocupei. Liguei pro seu escritório e a sua secretária avisou que ele foi ao shopping e de lá iria pra casa.
Fui pro shopping e pelo localizador encontrei seu carro no estacionamento, parei ao seu lado já em alerta, pois o porta malas estava aberto e seu celular quebrado no chão. Logo um frio percorreu minha espinha.
Fui direto a sala de segurança me identifiquei e pedi para ver as imagens das câmeras do estacionamento e o que vi partiu meu coração e fez meu sangue ferver. Um homem de preto com boné levou menino desacordado em seus braços até uma Van cinza e partiu.
Logo acionei minha equipe, enviei as imagens para tentar conseguir alguma pista e fui para a Sede da PF. As horas passavam e nada, encontramos a Van num beco sem câmeras e nenhum sinal do meu Neném.
Eu estava em desespero, avisei a meu pai e meu irmão e pedi a eles pra darem um suporte com as crianças até minha sogra chegar. Só pedi pra ela voltar sem entrar em detalhes, pois tinha esperança de encontrá-lo antes dela chegar.
Fui em casa e nunca vi uma confusão como aquela, os três meninos choravam querendo o mamá deles. O pequeno Davi chorava a plenos pulmões como nunca tinha visto antes. Ana, Lila e meu pai não estavam dando conta deles.
Assim que me viram Bernardo e Levi correram pros meus braços e eu consolei os dois dizendo que o mamá deles precisou ficar no hospital um pouquinho pra descansar. Eles pararam de chorar e foram jantar pra dormir enquanto eu acalmava Davi que se aninhou em meus braços e dormiu ainda soluçando.
Depois do jantar coloquei Levi pra dormir e deixei ele na nossa cama abraçado ao travesseiro do Brian. Então fui no quarto do Bernardo que ainda estava choroso. Assim que ele me viu correu e me abraçou.
- Aconteceu alguma coisa com o mamá, não foi? - ele perguntou me encarando.
- Eu vou trazer ele de volta. - respondi pegando ele no colo.
Alisei suas costas e fiz carinho em sua cabeça até ele dormir ainda soluçando. Coloquei ele na minha cama junto com Levi e fui tomar um banho.
Assim que desci as escadas Lila, Juliano, meu pai e meu irmão me encaravam.
- Levaram ele. - foi o que consegui dizer antes de cair de joelhos chorando.
Eles me abraçaram forte até que me acalmei e Lila levantou meu rosto me fazendo encarar seus olhos chorosos.
- Você vai se alimentar e vai trazer nosso menino de volta. Só você pode fazer isso, meu filho. - ela falou confiante e todos concordaram.
Nos levantamos, eu comi um pouco com sua insistência e fiquei um tempo relembrando nossos dias felizes ao redor daquela mesa agora vazia e triste.
- Nós já tentamos de tudo, parece que ele virou fumaça. - falei derrotado.
- Ele ainda tem aquele chip que você colocou escondido nele? - Lila perguntou esperançosa.
- Lila, você é um gênio! Como pude me esquecer disso.
Sai de casa correndo já ligando pra minha equipe.
...
Acordei sentindo uma forte dor de cabeça e assim que consegui abrir meus olhos vi que estava com meu pé preso por uma corrente numa cama de solteiro num quarto mal iluminado e fedorento.
Então me lembrei do shopping, do cheiro ruim, do Magnus, dos meninos e meu coração doeu. Eu não sabia onde estava, quem me raptou e nem o motivo. Tentei me acalmar pelos meus bebês e logo a porta se abriu.
Um homem de preto com boné escondendo o rosto entrou com uma bandeja nas mãos, ele trazia água, sopa e uns comprimidos. Ele colocou a bandeja do meu lado e saiu sem dizer uma palavra.
Eu bebi a água e tomei a sopa pelos meus bebês e escondi os comprimidos num buraco do colchão, pois tive medo de prejudicá-los.
Um tempo depois o homem voltou e num fio de voz tentei negociar com ele.
- Moço, porque estou aqui? Acho que o senhor pegou a pessoa errada.
- Você é a pessoa certa desde o começo. - ele falou com ódio.
Sua voz era estranha, mas quase familiar. E eu não entendi o que ele quis dizer até ele tirar o boné e olhar em meu olhos. Eu não esqueceria aquele olhar nunca na minha vida apesar do seu rosto deformado. Era ele, era Paulo e meu corpo estremeceu.
- Você está morto. - foi só o que consegui falar baixinho.
- Por sua causa eu quase morri mesmo, mas eu voltei só pra me vingar e como não consegui vender você, vou vender os ratinhos que você tem na barriga assim que eles nascerem.
Eu tentei levantar, mas logo cai de joelhos por causa da corrente e ele saiu me deixando em desespero. Eu chorava pensando se dessa vez Magnus também me encontraria, se dessa vez esse monstro conseguiria acabar com a minha vida e perdido em meus pensamentos nem senti quando fui levado à escuridão.
...
Conseguimos a localização do Brian, ele estava numa cidade a 4h daqui na zona rural. Partimos imediatamente, o dia já estava amanhecendo quando chegamos a cidade, em breve eu estaria com meu menino em meus braços.
Seja forte, meu amor! - pensei alto.
Como a região era de difícil acesso usamos um drone para nos guiar e logo podíamos ver uma casa velha de madeira com um carro coberto com uma lona estacionado ao lado. Tínhamos que agir com cautela, pois não dava pra ver ninguém na casa e não sabíamos quantos eram e muito menos quem eram.
Estávamos entre as árvores e a casa ficava numa clareira, teríamos que ser rápidos para nós sermos vistos.
...
Acordei com uma dor forte em minha barriga que parecia que iria me partir ao meio. Eu chorava com medo de perder meus bebês alisando minha barriga pedindo pra eles não me deixarem e logo percebi sangue em minhas pernas.
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O amor que me resgatou
RomanceBrian um jovem de 18 anos estudante de direito, enganado e mantido refém de um homem mais velho sofrendo abusos e maus tratos até que se vê obrigado a escolher entre arriscar fugir ou ser vendido como um objeto sexual. Será que ele conseguirá sobrev...