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Estava no meu escritório revisando o caso de um dos meus clientes quando a porta abriu, olhei na direção vendo Rodrigo Lombardi, meu assistente jurídico segurar a maçaneta

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Estava no meu escritório revisando o caso de um dos meus clientes quando a porta abriu, olhei na direção vendo Rodrigo Lombardi, meu assistente jurídico segurar a maçaneta.

— Tem umas pessoas querendo te ver. —anunciou, abrindo a porta antes de eu falar qualquer coisa.

Os meus dois filhos Isaac e Aaron, de 5 e 7 anos correm até à mim, abro bem os braços, recebendo-os nos meus braços.

— Surpresa! — Bárbara, minha esposa vem logo atrás, com várias sacolas da Gucci.

Deve ter gastado milhões, outra vez vez.

— Oh meus amores! — aperto-os nos meus braços, beijando o topo da cabeça de ambos  e virando o rosto na direção de Bárbara, retribuindo o selinho.

Isaac e Aaron são meus bens mais preciosos.

— O que você achou da surpresa, meu bem? — Bárbara pergunta do meu lado, com a mão na cintura e a outra mão no meu ombro.

— Eu achei a surpresa ótima! Você sabe que eu adoro quando vocês vêm me visitar no trabalho. — Bárbara sorriu sem mostrar os dentes.

— Que horas você vai chegar em casa, papai? — Isaac pergunta sentado na minha perna.

— Provavelmente tarde, filho. Você e seu irmão não precisa me esperar, tá bom? — dou um beijo na bochecha dele e um beijo na bochecha do Aaron. — Até porquê amanhã, eu já entro de férias, e passaremos bastante tempo juntos.

Os dois comemoram e um sorriso se forma no meu rosto.

Bárbara também parece feliz com a notícia. Estranho. De uns anos pra cá ela se rebelou uma pessoa totalmente diferente do que era.

Ela finge muito bem ser uma pessoa boa.

— Agora vamos, o pai de vocês precisa trabalhar. — os meninos descem do meu colo depois de eu dar um beijo e um abraço apertado neles. — Tchau Wagner, até mais tarde.

Bárbara dá um selinho em mim,  retribuo como se estivéssemos bem, quando na verdade, não estamos. Na frente dos meninos e das pessoas precisamos mostrar que estamos bem.

— Aproveita o seu último dia de trabalho. — Bárbara diz pegando as sacolas e saindo da minha sala.

Os meninos dão "tchau" com a mão e eu faço o mesmo sorrindo.

— Eu vou voltar pro meu trabalho, Wagner, só vim aqui mesmo porque a Bárbara pediu. — explica. — Qualquer coisa me chama.

— Tá bom Rodrigo, vai. — digo, concentrado no caso. Anoto algumas coisas e nem noto ele saindo da minha sala.

A noite começou à cair, os raios de sol já não iluminava mais a minha sala através das janelas enormes de vidros.

No relógio da tela do meu macbook marcava 23:56, quase 00:00.

Eu terminei de exercer o meu trabalho com sucesso mais uma vez, pego meu palitò escuro da cadeira que estava sentado, vestindo. Desligo meu Macbook, guardando-o na minha maleta cinzenta de metal com vários compartilhamentos, junto com papéis importantes.

Deixo o prédio, entro na minha Range Rover preta e dirijo para o apartamento em Copacabana, durante o caminho começa uma chuva forte.

Ao chegar em casa, estranho só a luz do corredor está acesa, Bárbara e os meninos com certeza já deve está dormindo.

Deixo a maleta em cima da mesinha que tem na sala e vou até o quarto dos meninos, abro a porta e não vejo nenhum dos dois na cama, estranho. Bárbara deve ter levado eles para a casa da avó, mas por quê?

Enquanto caminho sentido ao meu quarto, ouço murmúrios e paro no meio do corredor, ouvindo a escandalosa da Bárbara.

Dou mais uns passos até a porta entreaberta, lançando o meu olhar para dentro do quarto, Rodrigo e Bárbara transando na minha cama.

Bárbara de quatro na cama, Rodrigo em pé comendo ela, agarrando os cabelos dela e segurando a cintura com outra mão, parecendo uma égua sendo domada.

O meu coração acelera, meu corpo inteiro esfria, sinto uma pontada de angústia, amargura e ódio.

Há um tempo atrás percebi os dois trocando olhares, eu deveria ter desconfiado.

O meu sangue ferve vendo essa cena. Eu casei com Bárbara sem amá-la de verdade, ela sabe disso porque eu mesmo contei um tempo depois, mas me pergunto o porquê de eu está desse jeito se eu não a amo. Quando os pais dela descobriu que ela estava grávida do Aaron fizeram uma pressão do caralho para nós nos casar, e casamos, com o tempo eu desenvolvi um carinho de amigo muito grande por ela, agora a única coisa que eu sinto por ela é nojo.

De repente me vejo socando a cara de Rodrigo, o sangue dele no meu palitò, nas minhas mãos. Bárbara gritando para eu parar de bater nele. O coloco pra fora do apartamento do mesmo jeito que ele estava, pelado.

A vadia da Bárbara chora no chão do quarto. Agarro o braço dela com força e arrasto ela para fora do meu apartamento.

— Wagner, não faz isso Wagner, eu te peço pelo amor de Deus! —  Bárbara pede caída aos meus pés em prantos.

— EU TE ODEIO!

Bárbara assustou, até parou de chorar com medo de mim, porém continuou caída nos meus pés.

— Me desculpa, eu não queria ter feito isso com você, meu amor. — Bárbara voltou a chorar e não me aguento quando ela me chama de "Meu amor.".

A peguei outra vez pelo braço levantando ela do chão, abro a porta e coloco ela para fora, fecho a porta com força morrendo de raiva, ódio mortal.

— WAGNER! — Bárbara grita batendo na porta para eu abrir. — WAGNER, ABRE A PORTA, POR FAVOR!

Ouvir a voz dessa desgraçada me dá ainda mais raiva. Afasto da porta passando a mão no cabelo, atordoado.

Eu ainda não acredito no que eu vi.

Algumas lágrimas ameaçam cair mas respiro fundo, com os olhos marejados.

— Eu não vou derramar nenhuma lágrima por quem não merece. — digo com uma amargura no peito e indo até o quarto, jogo as roupas dos dois desgraçados pela janela, nem nessa cama vou dormir hoje.

Vou até a cozinha, abro uma garrafa de whisky e bebo no gargalo, faço uma careta sentindo queimar a minha garganta.

Ameaça voltar tudo e eu seguro. Jogo a garrafa na parede e ela quebra em mil pedaços.

O meu grito de dor, angústia misturado com raiva ecoa no apartamento.

Minha morena | Wagner Moura & Camila PitangaOnde histórias criam vida. Descubra agora