▫️Capítulo 40▫️

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NICK DONIVAN

Tudo parecia um borrão a minha frente. A minha visão estava sensível e uma sensação terrível, de boca seca e a garganta arranhando. Parecia que eu não tinha voz e a única reação que tive, foi de tossi. Eu queria poder falar, mas nada parecia sair. Até que alguém apareceu na minha frente e tampou a frecha de luz que saia de algum lugar, me fazendo cerrar os olhos e focar melhor a minha visão. E lá estava ela. O meu anjo, com os olhos verdes e imundados em lágrimas, que molhavam o seu rosto.

- N-Nick... você, v-ocê realmente acordou? - Ela tateia os meus braços e rosto, tentando ter a confirmação do que queria.

Eu tento dizer que sim, mas só consigo balançar a cabeça e sibilar poucas letras, para lhe pedir o que tanto me ajudaria naquele momento; água.

- Á-gur... - Ela entende rapidamente o que eu disse e no mesmo instante, vai buscar, mesmo não querendo se afastar de mim de imediato; eu conseguia ver a sua relutância.

Ela enche um copo de água e o traz para mim, que nem em um passe de mágica. Sinto as suas mãos me acariciarem e tocar de leve o meu queixo, aproximando o pequeno copo a minha boca e me fazendo beber devagar, para que eu não engasgasse com todo o conteúdo. Bebo o que ela me oferece e de uma certa forma, me sinto aliviado por umidificar a minha garganta. Estava muito seca.

- O-brigado. - Digo, sentindo os seus olhos pesarem sobre os meus.

Eram tantas perguntas, tantas notícias para ela me dizer, que nem sabíamos por onde começar. No entanto, só de ter a sua a presença ali, já me reconfortava. Um pouco antes de me ver perdido na minha própria escuridão, as minhas últimas lembranças, foram das suas mãos me acariciando no rosto e me pedindo para não lhe deixar.

Se aquilo havia sido a minha força para voltar para a luz, eu não sei, mas não havia nada que eu não pudesse fazer pelo meu anjo, a não ser lutar e realizar o seu desejo. E ter conseguido acordar e ver o seu rosto, era tudo o que eu precisava.

Assim, ela imediatamente disse que iria chamar o médico para me avaliar e que depois, ela me contaria tudinho o que havia acontecido nesse meio período em que estive desacordado. No pouco tempo em que lhe analisei, notei que ela também parecia ter perdido um pouco mais de peso e ter os olhos mais profundos. Ao redor do meu leito, tinha várias coisas pessoais. Livros, lençóis, cremes, almofadas, luvas de boxe, troféus e porta-retratos; acredito para que tudo para parece-se um pouco mais com um quarto normal. Além, de ter algumas roupas e acessórios da Lunna, espalhada por ele. O que me agradou bastante, mas que também me deixou confuso, quanto ao tempo em que fique desacordado e ela por ali.

Logo, com alguns segundos depois o médico adentra no meu quarto, seguido por uma enfermeira e a Lunna em seu encalço. Tudo parecia estar transcorrendo naturalmente, até saber por tudo aquilo que eu havia passado e por quanto tempo havia ficado em coma. Nunca pensei que aquele desgraçado tivesse me ferido tanto, ao ponto de me deixar daquele jeito, entre a vida e a morte. E o paradeiro dele, era o que mais me intrigava agora.

Será que ele havia se safado?

Será que ainda continuava perseguindo a minha família?

E o meu mestre? Como ele está?

Eu precisava saber se eu havia cumprido a minha promessa, de proteger aqueles que eu amava.

Assim, quando o médico terminou de me avaliar e viu que eu estava respondendo bem, aos estímulos que ele fazia, ele acrescentou que iria pedir mais alguns exames por desencargo e que me deixaria por mais alguns dias por ali no hospital, para que eu pudesse me recuperar melhor. Eu aceitei e assim que ele e a enfermeira me deixaram a sós com a Lunna, eu já estava pronto para lhe perguntar sobre tudo aquilo que estava me atormentando. Contudo, quando vi o seu sorriso se formar, eu me desmanchei inteiro e esqueci até sobre o que iria falar. Era um sorriso lindo, daqueles que aqueciam até uma alma que havia acabado de voltar dos mortos. Eu voltei por você, meu anjo.

- Vem cá... vem. - A chamei tocando de leve com a mão no colchão e ela veio prontamente, se aconchegando melhor ao meu lado da cama. Ela teve cuidado para não bater nas minhas costelas, mas mesmo assim, ainda conseguimos fazer o encaixe perfeito entre a gente.

- Eu nem acredito que você está aqui... que você realmente acordou. - Ela respira fundo, se aconchegando um pouco melhor no meu peito. - Eu tive tanto medo, Nick. Pensei que nunca mais iria ouvir a sua voz ou ver os olhos me encarando novamente. - Ela chora silenciosamente, catucando de leve alguns fios da bata, em que eu estava vestido. Ela parecia estar extremamente sensível e tocada com o meu despertar.

- Ei... eu estou aqui, não estou? - Acaricio o seu rosto, tentando fazê-la me encarar. - Você pediu para eu não te deixar, não foi? Eu só precisei de um tempo, para me recuperar. - Ela tenta secar as lágrimas, mas eu mesmo fiz isso por ela.

A Lunna me olha toda linda e sinto que a qualquer momento, o meu coração poderia parar novamente, ao constatar, o quanto eu amava aquela garota e me sentia o cara mais sortudo do mundo, por ter ela ali comigo. No fundo, eu sabia que ela não havia saído nem por um segundo do meu lado, em quanto estive nesse hospital. E ao ter essa grande constatação, eu pude perceber o quanto ela também tinha fortes sentimentos por mim; pois, se não tivesse, ela já teria partido para outro e desistido de mim.

- Eu te amo, princesa... Acho que durante toda a minha vida, eu esperei por você. - Aliso o seu rosto e uma forte emoção, invade o meu peito. Merda! Eu não me lembro de ser tão meloso assim, mas pela Lunna, eu poderia as vezes me permitir ser desse jeito. - Você cresceu e agora, depois da minha quase morte, você ainda me esperou. Apesar de todas as minhas merdas, você ainda está aqui. O que só me resta, tentar ser tudo aquilo que um dia você sonhou. - Ela me olha com os olhos cintilantes e cheios de emoções.

Ao sentir o seu toque no meu rosto, eu me vi sendo perdido nos seus olhos, ao ouvir as suas próximas palavras.

- Você já é o meu sonho, Nick... Não há nada que eu queira mudar em você. Eu te amo do jeitinho que você é! - Nos encaramos por um tempo, até pequenas lágrimas escorrerem pelo meu rosto.

Eu acho que tudo aquilo que eu mais sonhei na vida, era poder ter alguém que me amasse do meu próprio jeito e não questionasse os meus gostos. Eu era capaz de fazer de tudo pela Lunna. Se ela quisesse um engomadinho filho da puta, cheio da grana e com uma empresa nas costas, eu correria atrás para ter tudo isso por ela. Contudo, ela não queria nada de mim, além de ser quem eu já era para ela. E isso, foi uma puta de uma emoção na minha vida. Eu finalmente havia conseguido algo que eu tanto queria. E no fim, sempre foi ela. Sempre foi a minha Lunna.

Ela chegou.

Ela Cresceu; e mudou toda a minha vida.

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Demorou, mas chegou... Último capítulo do nosso livro.🥹❤️ Espero que tenham gostado... 👐🏻👐🏻✨✨
(Tive alguns probleminhas para concluir esse livro, mas finalmente ele saiu.)

Deixei um epílogo... para vocês terem um gostinho a mais, resumindo as próximas cenas, depois que ele saiu do hospital. --->>>>

Ela cresceu Onde histórias criam vida. Descubra agora