▫️Capítulo 36▫️

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LUNNA CORBERTT

Estávamos correndo contra o tempo. A Brisa havia me mandado os endereços e já estávamos no terceiro galpão, onde aconteceriam as lutas clandestinas de hoje; mas nada do Nick. Nós ainda não havíamos o encontrado.

— Eu juro que vou endoidar!!! — A Brisa grita, ao bater a porta do carro do professor John; o que acabei de conhecer, no meio de todo essa confusão. — Se ele não estiver em uma grande encrenca agora, eu com certeza vou arrumar uma para ele. — Ela coloca a mão na testa e apoia a cabeça na janela do carro, bufando em frustação, enquanto o John, dirigia para o nosso último destino. O estacionamento do antigo supermercado Priston.

Eu não sabia o que pensar. Eu não tinha mais pra quem ligar. Já havíamos ido em todos os lugares possíveis e se não fosse pelo professor John, não teríamos em tantos lugares assim, em tão pouco tempo. Ele estava quebrando um galho imenso. Iria me lembrar de lhe agradecer e fazer vista grossa, por todo o interesse que ele parecia ter na Brisa. Embora a minha amiga negasse, eu sabia que ela se sentia atraída por ele. O seu olhar não me enganava. E realmente, ele não parecia ter a idade que tinha e a responsabilidade que um cargo como professor lhe concedia. Facilmente, ele seria confundido como um dos alunos. Embora mais bem arrumado e classudo, se é que entende. Maduro, eu diria.

Enfim, tirando toda a tensão que foi contar para a Brisa e levar uma bronca sua, por estar se envolvendo com o seu irmão, o que mais me preocupava agora, era pensar que o Nick pudesse estar em perigo e em risco de vida. Se não estivesse, ele também iria me ouvir. Porém, eu acreditava nos meus instintos. Eu nunca me enganei. Da mesma forma, foi com o meu pai. Eu que pressentir que algo estava de errado. Chamem de intuição feminina, sexto sentido, mas eu sabia que alguma coisa estava errada.

"Por favor, Nick! Não cometa nenhuma loucura." Faço uma pequena prece, pedindo para que eu esteja errada com tudo isso e o meu sexto sentido, tenha falhado. Eu aceitaria o fardo de ser chamada de louca ou neurótica demais, para ir atrás do namorado desse jeito. Mas, como eu havia aprendido a conhecer o Nick a cada dia mais nessas últimas semanas, eu sabia que o seu sumiço, sempre tinha um porque importante demais por trás, para ser deixado de lado. E se a sua irmã, que lhe conhecia tão bem ou melhor do que eu, também desconfiava que algo estava acontecendo, eu não estaria delirando. Logo, precisávamos ter certeza.

Com poucos minutos depois, chegamos no pequeno estacionamento de Priston. Vários carros, estavam estacionados por ali. E como o lugar estava abandonado há um tempo, significava que alguma coisa estava acontecendo por ali, para ter tantos veículos assim. Dessa forma, descemos do automóvel e nos encaminhamos para dentro do lugar coberto. Algumas luzes azuis e vermelhas iluminavam o local e dava um ar de festa na entrada, contudo, a gritaria e a euforia, após cada som de golpe que era desferido e ouvido no ambiente, logo foi entregue que ali acontecia alguma luta muito sangrenta.

Eu não sou de julgar, mas só o pouco tempo que passei ali, pude sentir o cheiro desinfetante, cigarro, bebidas e marcas de sangue no chão, fazendo rastros vermelhos no caminho e gemidos de dor, enquanto alguém se feria gravemente no ringue

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Eu não sou de julgar, mas só o pouco tempo que passei ali, pude sentir o cheiro desinfetante, cigarro, bebidas e marcas de sangue no chão, fazendo rastros vermelhos no caminho e gemidos de dor, enquanto alguém se feria gravemente no ringue.

Eu, a Brisa e o professor John, nos esprememos no meio da multidão e tentamos passar por entre as pessoas, para ver quem estava por ali e quais seriam as próximas lutas. Porém, assim que eu tive um pequeno vislumbre de um homem tatuado caído no ringue, enquanto passávamos e pessoas gritavam, para ele se levantar, eu ouvir o seu sobrenome ser chamado.

"Donivan".

Eu estatelo no chão e puxo a Brisa juntamente comigo. Nós duas nos trombamos e ela olha exatamente, para o mesmo lugar em que eu estava olhando. E por mais que não quiséssemos acreditar no que os nossos olhos nos diziam, o homem que estava estirado no chão, levando uma surra e ensopando o chão inteiro, era o Nick. Tudo parecia ter perdido o foco. O meu coração sobe pela boca e a minha respiração ficar densa, quase que sufocante respirar. Eu nunca tinha sentido tal sensação na vida. O que estavam fazendo com o meu Nick? Aquilo deveria ser proibido. Ele já parecia estar inconsciente ou até mesmo morto.

O meu coração se aperta e nada mais parece ter sentido ou vida para mim. Eu precisava ir até ele. E como se o meu corpo estivesse sendo puxado e tragado para ele, eu começo a empurrar as pessoas e ir até o ringue, onde o Nick parecia estar desfalecido ou até mesmo, já sem vida.

— Nick!!!!!!!!!!! — Grito o seu nome, enquanto me aproximo. — NICK!!!!! POR FAVOR!!! NÃO!!!! — Tento chamar por ele e os meus olhos se banham em lágrimas, ao ver o quanto o seu rosto estava desfigurado e encharcado de sangue. "Ele não poderia ter morrido! Porque isso agora? Estávamos tão bem hoje de manhã... Porque você decidiu fazer isso e não me contou nada?" Me questiono internamente e fico preocupada, dele já estar morto, por não ver nenhum músculo seu se mexendo.

A Brisa se aproxima de mim e se estatela ao meu lado, ao ver o quanto o seu irmão estava desfigurado. A sua reação, foi de paralisar. Embora quiséssemos entrar no ringue e impedir tudo o que estava acontecendo, sabíamos que nada daquilo poderíamos fazer; pois, se entrássemos, seriamos massacradas vivas e sem piedade alguma. E se não fosse pelo John, ela mesma teria caído no chão. Os seus olhos também estavam cheios de água e em choque. Eu não podia aceitar aquilo.

— Nick... por favor...— A minha voz sai como uma suplica silenciosa e eu me aproximo do tatame, perto de onde o seu rosto ensanguentado estava. — Levanta daí, Nick!! Você disse que sempre estaria comigo. Não me deixa sozinha... — As minhas palavras ficam presas na garganta e eu não sei mais o que falar para lhe acordar.

Eu estava perdendo o meu primeiro amor, o meu salvador, o homem que me ensinou a ser forte e que sempre admirei na vida, mesmo, que ele tenha se mantido afastado de mim na maior parte do tempo. E quando eu finalmente havia conseguido me aproximar dele, ele estava escorrendo mais uma vez pelas minhas mãos. Porque tinha que ser assim...?

Olho para o cara que havia desferido os golpes e imagino, que ele deve ser o idiota imbecil, que vinha lhe ameaçando e querendo vingança. A raiva simplesmente me corroía. Eu queria entrar naquele ringue e acabar com ele, por estar tirando tudo aquilo que havia me trazido vida e felicidade novamente. Eu poderia morrer ali, mas ele iria receber aquilo que merecia, nem que fosse um pouco do que ele havia feito comigo e com o Nick.

E quando faço menção de subir ali no tatame, eu sinto uma mão firme, me segurar e me impedir de fazer aquilo que eu tanto queria fazer. Vingança, por aqueles que eu amava. Porém, quando eu abaixo o meu olhar para ver quem era, eu me assusto, ao ver que era a mão do Nick que me agarrava.

"Ele está vivo!"

"Nick!!"

"Ele está vivo!!"

Todos os meus sentidos ficam em alerta e tudo parece vibrar e se eletrificar dentro de mim. Agora mais do que tudo, que eu não o deixaria apanhar e sangrar até a morte. Iriamos escapar dessas juntos e eu iria lhe levar ao hospital. Contudo, o sorriso que se seguiu no seu rosto, mesmo com os dentes escarlate; por causa do sangue; e os seus olhos inchados, que mal conseguiam serem abertos, me fez paralisar mais uma vez. O que ele queria me dizer com aquilo.

— Você está aqui...

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🥹🥹🥹🥹🥊
Vamos pra luta, meu querido Dom!!! ♥️♥️♥️☄️

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