▫️Capítulo 37▫️

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NICK DONIVAN


"Minha Luz"

"O meu anjo não estava em perigo."

"Eu não a perdi... Ela estava aqui comigo."

Vejo a sua força e fúria nos olhos, pronta para arriscar a vida por mim. A sua voz havia chegado até mim, mesmo que distante. Pensei que fosse uma ilusão ou um delírio da minha mente, mas ela estava aqui. Ela não havia sido sequestrada e abusada fisicamente. Ela não parecia ter passado por aquilo que o meu oponente havia me dito e implantado na minha cabeça. Ele sabia que eu não iria a trazer para cá. Sabia, que aquele seria um momento vulnerável e que facilmente, ele poderia ter articulado contra mim e atingido o meu ponto fraco. Dando a entender, que eu havia falhado e que aquela luta, não era nada para ele, pois ele ainda sairia vitorioso; mas não era bem aquilo. Ele havia blefado e brincado com a minha cabeça.

Logo, agora iria ter volta. Embora eu tenha gostado de ver toda aquela garra na minha gata, pronta para atacar o meu oponente, eu não a deixaria se machucar daquele jeito. Agora eu tinha a determinação da qual eu precisava. O Paulo se aproxima da Lunna e vejo que logo atrás dele, também estava a minha irmã e mais um cara, que a segurava firmemente, tentando ampará-la. "Quem era ele?" A minha cabeça lateja, mas sei que agora não era hora para pensar nisso. Eu tinha que encerrar aquele lutar e acabar de uma vez por todas com aquelas ameaças infundadas.

Assim, eu solto a mão da Lunna e giro o meu glóbulo ocular, buscando a localização do meu inimigo, sem me entregar completamente. Ele poderia ter pensado que havia me vencido, mas essas lutas só acabavam, quando o outro adversário não tinha mais chances alguma para lhe rebater. Logo, na primeira oportunidade que ele havia me dado as costas e passado por entre as minhas pernas, eu o puxei com o calcanhar e o trouxe novamente para o chão.

Olha-lo tão de perto, me fez ver o quanto ele estava surpreso com a minha reação e por eu ainda ter conseguido ter forças, para me levantar e lhe atacar novamente; eu podia estar fraco e gravemente ferido, mas a fúria que havia crescido dentro de mim a partir daquele momento, era mais forte do que todas as dores no meu corpo. A adrenalina estava a todo vapor, querendo me vingar e selar aquilo que há muito tempo antes dessa luta, havia começado.

Desta forma, eu o prensei contra o chão e comecei a disparar vários golpes neles; socos, cotoveladas e ganchos; mesmo que eu não estivesse o enxergando direito, eu sabia aonde eu deveria o mirar. "Ele era grande demais, para eu errar os meus movimentos".

A fúria me consumia e eu não sabia mais mensura a intensidade na qual eu desferia os meus golpes ao lhe bater. Eles eram tanto pelo meu mestre, como pela Lunna, minha irmã, minha família e por todo a preocupação e desgaste que ele havia me causado nesse tempo todo. Mais sangue era escorrido do seu rosto e as poucas feridas que eu havia causado antes, agora estavam ainda mais abertas e profundas. Ele poderia ser o terremoto, o tsunami, o furacão, a porra toda que ele quisesse ser, mas na minha família, ele nunca mais tocaria.

Assim, tendo como um pequeno flash de sanidade, lembrando-me, do que o mesmo havia me acusado de ter feito com o seu irmão e disparo um soco bem próximo do seu rosto, só para lhe alertar e não lhe apagar de uma vez, como sei que ele teria feito isso comigo há poucos segundos atrás.

— Eu posso ter batido em muitas pessoas anteriormente, mas nunca fui um monstro e destruir com a vida de alguém. Se o seu irmão se machucou gravemente nessas lutas, a culpa também foi dele, por participar delas. Não me culpe totalmente, por algo que ele mesmo procurou. — E com as mãos em punho, eu as afasto do seu rosto, para não fazer jus ao que ele tanto dizia que eu era ser. — E por isso, foi que eu sair dessas lutas. Eu não queria que pessoas que me amassem tanto, se sentissem da mesma forma que você está se sentindo agora... — E com um semblante ainda mais sério, eu complementei. — Espero que você nunca mais volte a mencionar ou se aproximar de alguém que eu conheço. Caso o contrário, eu mostrarei realmente o mostro que eu posso ser.

Dessa forma, eu me ergo de cima do seu corpo e meio que cambaleante, eu dou alguns passos para trás, não enxergando quase nada ao meu redor. E é nesse momento, que eu sinto mãos pequenas e femininas, me rodearem pela cintura e me puxarem para si.

"Minha Lunna".

Ergo o meu rosto para cima, tentando buscar o fôlego e o equilíbrio, que eu quase não consigo encontrar e me permito ser embalado, pelo seu carinho e sustento; agora mais do que tudo, eu estava em paz. O meu anjo estava seguro e ela não havia sujado as suas lindas mãos, por algo que eu mesmo havia causado. Embora eu quisesse a erguer e dizer o quanto estava feliz, por ela continuar ser a coisa mais linda que eu já havia posto os olhos e não ter sido corrompida pelo meu inimigo, o meu corpo já estava quase desabando no chão.

— Nick!! Você conseguiu, ok? Você conseguiu, amor!!! — A sua voz sai chorosa e não consigo definir o misto de emoções que corriam dentro de mim. Pensei que o meu fim, pudesse ter sido pior. Pensei que nunca mais fosse lhe ver, depois do café da manhã que eu a havia preparado mais cedo. Contudo, nos meus últimos segundos, ela estava ali; me segurando e impedindo que eu caísse de uma vez por todas no chão. — Você precisa de cuidados. Você precisa ir no médico.

Ela me ampara, mas tudo agora parecia um borrão na minha mente. As dores que antes eu havia ignorado para usá-las como força, para combater o meu adversário, agora haviam vindo com tudo de uma vez. As minhas costelas latejam, as minhas orelhas, boca e olhos, queimavam. Por mais que eu me esforçasse para me manter acordado, eu sentia o cansaço e o sono serem muito bem vindos naquele momento. Os meus pulmões pareciam estar sendo comprimidos e dificultando ainda mais minha respiração, o que contribuía facilmente, para a falta de oxigenação não no meu cérebro. Assim, sentindo que brevemente eu iria apagar, eu usei daqueles meus poucos segundos, para falar com ela, a doce menina que havia crescido e me salvado da escuridão.

— Sempre soube que seria você, anjo. Você nunca teve medo de mim e de quem eu realmente era. — Um sorriso genuíno escapa do meu rosto e busco pelas pequenas brechas dos meus olhos, o seu olhar. — A minha força sempre esteve dentro de você. — Respiro fundo, tentando ainda me manter acordado. — Agora eu sei, porque você sempre brilhou tanto para mim. — Aliso o seu rosto e pouco a pouco, eu me vi sendo engolido pela a minha própria escuridão; só que agora, ela era mais confortável do que antes, eu via o rosto da minha Lunna nele.

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😩😢🙈❤️‍🩹

Capítulo curtinho... mas o próximo está enorme!


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