Capítulo 2

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Todos se levantaram e saíram da sala.

Duas meninas que sentavam na mesma fileira que eu vieram à minha direção.

— Oi! Meu nome é Raquel.

— Oi, meu é Ayla. Quer ficar com a gente no intervalo?

Olhei pra elas surpresa.

— Ah Sim. Obrigada.

Peguei meu celular e fui com elas.

— Obrigada por me chamarem, ainda estou um pouco perdida por ser meu primeiro dia.

— Não foi nada. Eu também fiquei assim no meu primeiro dia, mas Ayla veio falar comigo e viramos amigas. Sei como é ruim ficar sozinha no primeiro dia.

Me senti aliviada.

— E então, por que se transferiu de escola faltando alguns meses pra formatura? — Perguntou Ayla.

— Minha mãe faleceu e acabei indo morar com meu pai, aí ele me matriculou aqui.

— Ah... Sinto muito.

— Está tudo bem, eu não era próxima da minha mãe.

— Não?

— Ela está doente então não teve muito tempo pra cuidar de mim.

Doente do vício...

— Ah...

Vi que elas ficaram um pouco sem jeito depois de perguntar sobre isso, então resolvi mudar de assunto.

— E vocês? Se conhecem há muito tempo?

Chegamos no refeitório e entramos na fila da comida.

— Um ano, Raquel veio pra cá ano passado.

— Que legal, e como são as coisas por aqui?

Escolhemos a comida e fomos para uma das mesas pequenas redondas.

— Muitas panelinhas, como qualquer outra escola. Mas as pessoas aqui levam muito a sério as notas.

— Fiquei sabendo disso e vi o mural com os nomes na parede. — Coloquei uma torradinha na boca.

— Sim. Como aqui é só ensino médio, até uma pessoa do 1°ano pode ficar em primeiro lugar, mas o nível de dificuldade da prova é o mesmo em todas as séries. Você vai perceber logo logo como isso acaba com a gente. É uma vergonha ter seu nome nos últimos lugares.

— Como assim?

— Os últimos lugares são os "burros" da escola.

— Por isso a gente se esforça tanto pra estudar. — Disse Ayla.

— No meu primeiro ano eu fui salva pela Ayla, ela me deu umas dicas para as provas. Você deve ter percebido a diferença de dificuldade dessa escola pra sua antiga.

— Nem me fale... E como conseguem se manter em uma posição estável?

— Meu pai contratou professores particulares para mim. — Disse Ayla.

— Minha mãe também. Ela viu como estava difícil eu me manter na média. Recomendo que peça para o seu pai o mesmo. Só as aulas aqui não são o suficiente para fazer as provas. — Disse Raquel

— Nossa, então o top 10 deve se matar de estudar.

— Nem todos.

Olhei para Ayla confusa.

— Killian Blanc ficou no primeiro desde que entrou na escola no 1° ano. Fiquei sabendo que ele não precisa estudar, só prestar atenção na aula e fazer alguns exercícios já é o suficiente.

— Tá brincando né? — Falei.

— Não, também duvidei quando Ayla me contou, mas é só que ele tem facilidade em aprender mesmo. — Raquel me respondeu

— Então ele é um gênio com um Q.I. altíssimo. — Falei. — Deus tem seu preferidos...

— Provavelmente.

Olhei em volta do refeitório e vi que tinha uma mesa distante com várias pessoas.

Ah! O garoto bonito e cheiroso que me ajudou!

Luci também estava na mesa dele junto outras pessoas.

As meninas viram a direção que eu estava olhando.

— Vejo que já achou o top 10.

— O que?

— Eles são todos da turma 01. Aquele de cabelo preto que está no meio é o Killian.

Olhei para Raquel surpresa.

— Sério?!

— Injusto né? Não basta ser inteligente, ele tem que ser ridiculamente bonito também.

— Tenho que concordar. — Balancei a cabeça em concordância.

— Recomendo não tentar se envolver com eles, principalmente o Killian. — Disse Ayla

— Por que?

— Eles precisam ficar na bolha deles. O que acha que vai acontecer se uma recém chegada for vista com o queridinho lindo número 1 da escola?

— Mas ele não é uma celebridade nem nada.

— Aqui ele é considerado uma. Só siga meu conselho, vai por mim, você não vai querer as rejeitadas atrás de você.

— Rejeitadas?! — Falei incrédula — Estamos no terceiro ano do ensino médio, não no fundamental pra ficar dando apelidos ridículos assim.

O sinal tocou e nos levantamos e fomos caminhando até a nossa sala.

— Além do fato dele ser bonito e inteligente, ele também vem de uma família respeitada no mundo business, já é o suficiente pra os admiradores dele se juntarem, mas a personalidade dele contribuiu pra isso.

— Por quê? — Perguntei curiosa.

— Ele...

— Ele é muito irreal. — Raquel falou interrompendo Ayla. — Ele é muito na dele, raramente conversa com outras pessoas e também nunca aceitou nenhuma menina que já se declarou pra ele, ele não parece nada acessível, como uma celebridade.

— Nossa, que exagero.

— Sabe quantas meninas já se declararam pra ele publicamente? Tudo que ele sempre diz é "Não, com licença." e simplesmente sai. Aí ele ficou com fama de "Intocável" de tão perfeito que ele parece.

— Ninguém é perfeito. — Fiz uma careta.

— E ainda tem a Luci Valentin do Top 10.

— O que tem ela? — Falei surpresa com o nome de Luci sendo citado na conversa.

— Ela é meio que obcecada com Killian, mesmo já tendo sido rejeitada publicamente ela continua atrás dele.

— Nossa...

— Às vezes sinto pena dele, ter uma louca perseguidora cara de pau deve ser horrível.. — Disse Ayla.

Eu tinha que concordar...

Entramos na sala e eu fui para meu cantinho solitário.

O resto das aulas seguiram do mesmo jeito, eu não entendendo nada.

Quando tudo chegou ao fim, eu só dei graças a Deus por poder ir embora.

Me despedi das meninas e depois de pegar minha bicicleta, fui para casa.













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