Eu tentei desviar de assunto, não estava afim de dar explicações.— Preciso ir para a empresa! – me aproximei entregando Sol nos braços da garota.– cuide bem da minha princesa! – ordenei.
Depositei um selar na testa da garotinha e saí andando o mais depressa dali. Alguns dos meus homens me acompanharam.
— Mas...– murmurou, parecia querer explicações.
Eu tive um leve pressentimento que ela estava me fuzilando com o olhar, como sempre.
🚗🚥🛣️
Já no carro a caminho da empresa, eu pensava em alguns assuntos importantes, principalmente sobre a conversa que tive com meu pai.
Eu realmente não entendo o motivo de ele querer que eu me case tão rápido, ele nunca havia se importado com isso antes.
O pior é que o natal seria daqui a um mês e meio, e eu precisava arranjar uma esposa antes da ceia, afinal, eles precisariam acreditar que eu "superei" a Emma.
Não suportava passar datas comemorativas com aquela família que sempre julgavam a mim e Sol com um olhar de pena. Se eu fosse casar, iria fazê-los acreditar que era real.
Sou interrompido dos meus pensamentos por Noah, que dirigia minha Mercedes.
— Senhor, contará a Kimberly sobre a sua verdadeira identidade? – perguntou me fazendo olha-lo pelo reflexo do espelho do retrovisor.
— É claro que não. Não quero que ela esteja envolvida e corra riscos sabendo sobre minha verdadeira profissão! – expliquei.
Noah e eu éramos amigos, mas não totalmente íntimos a ponto de sairmos como amigos a lugares.
— Entendo. Agradeço por isso! – agradeceu me olhando de volta pelo reflexo do espelho.– acredito que ela cuidará muito bem da pequena Sol. Ela adora crianças! – sorriu certamente se relembrando da amiga.
— Há quanto tempo são amigos? – perguntei.
— Já tem 25 anos! A conheci quando ela ainda tinha 2 e eu 4 anos! – explicou ainda mantendo um sorriso nos lábios.– ela vivia lá em casa ou na rua! – explicou, mas logo mudou de assunto.– voltando a assuntos importantes senhor Miller, gostaria de comunicá-lo que o senhor Max está de volta ao país. Ele pediu para avisá-lo que lhe fará uma visita no próximo fim de semana!
— É claro! – um sorriso se abriu em meus lábios finos ao receber essa notícia.– diga a ele que é sempre bem vindo a hora que quiser em minha casa!
Max era meu primo, crescemos juntos, sempre foi eu, ele, Edward e Josh. Mas hoje em dia tenho mais contato apenas com Max do que o restante.
Josh se mudou para a Itália e tem vivido lá por longos quase oito anos. Edward é meu irmão mais novo, quatro anos apenas, ele se casou e formou uma família com a mulher dele.
A real, ele é doido para assumir a máfia e as empresas.
Após John sair, eu ia xinga-lo mas me lembrei que estava com uma criaturinha pequena e inocente em meus braços.A coloquei sentada no sofá e me agachei, ficando a sua altura em sua frente.
Olhei ao redor e percebi dois guardas no local, um na porta de entrada e o outro no começo das escadas para o que suponho ser o andar de cima.
Mas pra que esse tanto de guarda-costas? Ele tá achando que é o presidente é?!
Retornei meu olhar para a garotinha a minha frente que me encarava com seus olhinhos de jabuticaba esverdeados, curiosa.
Seus olhos eram idênticos aos do seu pai, a diferença era que continham pureza e carisma, ao contrário daquele idiota mal educado.
— Humm...Que tal nos apresentarmos? – sugeri, ela assentiu, abrindo um sorriso, seu sorriso era igual ao de um coelho extremamente fofo. Ela era a cara do senhor Miller, idêntica a ele.– qual o seu nome?
— Sol! Sol Miller! – se apresentou, seu jeitinho era tão fofo.
Queria aperta-la, mas, me contive.
— Me chamo Kimberly Smith. Tem quantos aninhos? – tornei a perguntar.
Não que eu não saiba sobre essas informações, mas eu amava ver as crianças se apresentando do jeitinho fofo e encantadores delas.
— 4! – levantou quatro dedinhos. Ela era incrivelmente fofa.– mas faço 5 em janeiro.
— Sério? Que dia de janeiro? – perguntei, empolgada.
— Dia 25 de janeiro! – respondeu sorrindo.
— Então seu aniversário não está muito longe. Em breve fará cinco aninhos! – exclamei animada, ela entrou na onda.
— E você? Quando faz aniversário? – perguntou.
— Dia 7 de março! – a respondi no mesmo tom animado.
— Que legal! – seu sorriso aumentou.- você tem quantos anos? – perguntou.
— 28 aninhos! – a respondi.
— Que legal. O papai tem 30! Ele é um pouco velho, mas é legal! – admitiu me arrancando uma risada sincera.– já que você tem quase a idade do papai, quer ser minha mamãe? – aquela pergunta da garotinha me pegou totalmente de surpresa.
— Não fale isso! – a repreendi.– a sua mamãe verdadeira pode não gostar! – expliquei.
— O papai disse que minha mamãe mora no céu. Ela nunca me visitou, nem nas apresentações de dia das mães na escola ou em meus aniversários. Então...eu não tenho uma mamãe! – explicou, tristonha.
Eu fiquei totalmente surpresa com sua fala, o senhor Miller não havia me contado nada que ela havia perdido a mãe. Mas, o que mais me surpreendeu foi o seu modo avançado de "entender" as coisas para tão pouca idade.
— Uma mamãe apareceria nos dias importantes para a filha, certo? – perguntou. E então, seus olhos puros se misturaram com tristeza.
Eu abri um pequeno sorriso fechado e peguei em sua mãozinha, a acariciando.
— Quer saber de uma coisa? – perguntei, ela se animou.– eu também cresci sem uma mamãe. – confessei, ela pareceu ficar surpresa.
— Sério?
— Uhum! – assentir, ainda sorrindo.– minha mamãe foi embora quando eu tinha um aninho, me deixou com o meu papai e foi "viver" a vida. Cresci com um papai me amando muito, e com uma mamãe de consideração que me amava muito! – expliquei minha história pra garotinha.
— Então...você aceita ser minha mamãe de consideração? – perguntou.
Havia "esperança" em seus olhos de jabuticabas esverdeados ansiando por minha resposta.
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Uma Esposa Para Um Mafioso Domênica Santos ✍🏼
RomansaJohn perdeu sua amada em um tiroteio por assassinato, sendo obrigado a assumir a máfia do seu pai. A única coisa boa que o restou foi sua filha; que ele ama mais do que tudo. O homem cabou por se tornar um homem frio, impaciente e rude com todos, me...