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𝔐𝔞𝔯𝔦𝔞 𝔈𝔡𝔲𝔞𝔯𝔡𝔞 𝔅𝔢𝔠𝔨𝔢𝔯

Meu coração estava batendo tão rápido que acho que estou prestes a desmaiar quando escuto o apito final do juíz. Me levanto do banco e me aproximo de Abel, batendo palmas juntamente da torcida gremista. Meu pai deve tá doido. O jogo terminou 2x1, e os dois gols foram de Richard.

Um dos gols foi dedicado para mim, espero que ninguém saiba disso. O outro eu não sei. Mas ele fez um coração.

Me dirijo para o vestiário e Isa vem ao meu lado. Ela não está gravando.

—Achei que ia ficar no campo. —Comento.

—Também achei, mas me mandaram para cá. —Ela diz calma. —Tá podendo, né? Os dois gols dedicados para você. —Diz enquanto ri e bate com o cotovelo no meu braço.

—Nada a ver. —Falo envergonhada. —Quem disse que o segundo foi para mim?

—E para quem mais seria? —Isa responde e eu me calo.

Abro a porta do vestiário e me sento no lugar de Richard, Isa começa a gravar os jogadores que entram pela porta. Todos eufóricos e satisfeitos com a vitória.

Richard é um dos últimos a entrar, junto com Veiga e Piquerez. Nós trocamos olhares e ele sorri para mim. Se aproxima mas permanece calado. Me levanto do lugar dele para que ele possa sentar.

—Pode ficar aí. —O colombiano fala enquanto tira a camisa. Finjo que não ouvi e me sento no chão. —Teimosa. —Ele fala e joga a camisa para mim.

—Eca. —Falo brincando enquanto coloco a vestimenta ao meu lado. Ele se senta e bagunça meus cabelos. Como Abel já havia começado a falar, apenas ergo meu dedo do meio e escuto sua risada baixa.

Com a minha visão periférica consigo ver o jogador com o corpo inclinado para frente, ignoro o ato até o momento em que ele começa a fazer carinho em minha orelha. Eu amo carinho na orelha.

Abel termina de falar e sai em direção a sala da coletiva de imprensa, os jogadores se levantam e começam a pular e gritar. Até parece que ganharam titulo.

—Agora, comemoração com a motivadora da vitória. —Kevin fala olhando para mim, no mesmo instante, todos estão olhando na minha direção. Vou matar esse garoto.

Richard sorri calmo para mim enquanto Veiga vem até mim e puxa minhas mãos para que eu levante. Reluto, não vou me render fácil assim.

Joaco se aproxima sorrindo e ajuda Raphael a me puxar, eles consegue e eu fico de pé. Um me segura pelo pé e o outro pelas costas.

—Para com essa porra. —Falo já irritada. Meu pedido não adianta de nada, e quando vejo, estou sendo segurada por um monte de homens suados que me jogam para cima como se eu fosse um balão. —Eu odeio vocês! —Grito com medo de cair.

Eles finalmente me colocam no chão e por consequência do destino, ou não, ele está bem na minha frente. A poucos centímetros.

—Beijo do casal, né? —Dudu puxa e eles começam um coro.

—Beija! Beija! Beija! —Todos cantam, que vergonha.