Após sair do Clube de Regatas do Flamengo, Maria Eduarda passa a exercer sua profissão de preparadora física na Sociedade Esportiva Palmeiras. Ela só não sabia que seu ex amor (talvez nem tão ex) seria o novo reforço do time. Será que essa história...
Termino de assinar os papéis e vou até a recepção para contar tudo para a Isa. Eu estou sem reação. Caminho até a garota e me sento ao lado dela.
—Ela tá grávida. —Falo baixo.
—O que? —Isa fala incrédula.
—Ela sofreu um aborto espontâneo, vai ter que fazer uma cirurgia de urgência para tirar o bebê.
—Nossa.
—A gente tem que avisar os pais dela.
—O celular dela tá na bolsa. Quer que eu ligue?
—Deixa que eu ligo. —Falo pegando o celular da minha mulher em sua bolsa. —Vai ali no balcão e fala que você vai ficar de acompanhante. Fica lá no corredor esperando notícias.
Me dirijo para fora do hospital, desbloqueio o celular dela e chamo o número de sua mãe.
—Oi dona Manuela, tudo bem? Aqui é o Richard. —Falo quando ela atende.
—Oi, meu anjo. Tudo bem sim e você? Aconteceu alguma coisa?
—Entao, nem sei como falar isso para a senhora. —Falo perdido e solto um suspiro.
—Tá me assustando. Fala logo.
—A Maria acordou com muita dor na barriga, trouxemos ela para o hospital e ela teve que ser levada para fazer uma cirurgia de urgência.
—Como assim, Richard? O que minha filha tem?
—Ela estava grávida, mas sofreu um aborto espontâneo.
—Nossa. Sinto muito. —Ela fala, consigo perceber sua voz de desespero. —Eu vou ir para aí. Vou achar um voo e nós vamos cuidar dela.
—Ok. Eu vou ficar com ela, a Isa tá aqui também. Vai me dando notícias e eu vou dando notícias para vocês também.
—Obrigada por cuidar dela. O seu número é o mesmo? —Ela me pergunta. Carai, nem sabia que ela tinha meu número.
—É sim.
—Então eu te mando mensagem lá. Um beijão, vai me avisando. Fiquem com Deus.
—Vou sim. Amém. Um beijo. —Desligo o celular e volto para dentro do hospital. Passo pelo corredor e vejo Isa sentada enquanto suas pernas estão inquietas. —Os pais dela virão para São Paulo.
—Que bom.
Vejo escrito na placa do corredor "capela" e uma seta para a direita. Caminho nessa direção com os olhos marejados. É uma cirurgia de risco. É o amor da minha vida que tá lá.
Entro no local e faço um sinal da cruz. Me ajoelho ali e peço para que tudo dê certo, e que ela não seja tirada de mim.
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