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Abro meus olhos e tudo que vejo é um teto branco e uma enfermeira ao meu lado. O som de fundo? O bipe de uma máquina de hospital, a qual controla meus batimentos cardíacos.

—Não levanta a cabeça, se não vai doer. —A moça fala. Não respondo nada, apenas obedeço. —Vou chamar seu acompanhante. Não se mexe. —Ela conclui e sai do quarto. Viro a cabeça para o lado e vejo uma cama vazia. Estou em uma enfermaria, conforme é o meu plano de saúde.

A porta se abre e eu viro a cabeça na direção. Isabelly.

—Oi Dudinha. —Ela fala se aproximando de mim. —Tá bem?

—Mais ou menos, né? —Falo. Meu corpo tá esquisito e meu coração dói. Não consigo parar de lembrar das palavras que o médico me disse. Eu estava grávida. Tinha um filho dentro de mim. Eu podia ter evitado tudo isso.

—Vai ficar tudo bem. —Minha melhor amiga me abraça, retribuo apenas com um braço, já que o outro está ligado ao soro.

—Obrigada por ter me trazido aqui e ficado aqui.

—Imagina. Sei que faria o mesmo por mim. —Ela fala e nós sorrimos uma para a outra. —Eu queria passar a noite com você mas o Richard tá insistindo de uma forma insuportável para que ele fique com você.

Fico pior ainda ao lembrar dele. O sonho dele é ser pai. Imagina o tanto que ele deve tá mal com isso. Puta que pariu. Que vontade de chorar.

—Ele não tem treino? —Falo rapidamente. —E vocês já avisaram o povo do Palmeiras? Eles vão me demitir.

—Calma. A Leila já tá sabendo e ele não tem treino.

—Não? —Falo tentando me lembrar do calendário do mês mas falho.

—Não. —Ela conclui.

—Vai para casa descansar. —Peço.

—Eu vou, mas eu volto. Vou trazer umas roupas para você e suas coisas. E seus pais estão vindo para cá.

—Oi?? Por quê??

—Porque eles se preocupam com a filha? —Isabelly responde óbvia.

—Mas eu to viva, não precisava.

—Precisava. Vou indo. Tchau, eu te amo.

—Eu te amo também. —Respondo e ela sai do quarto. Que energia pessima desse lugar.

A porta que mal acabará de ser fechada é aberta por Richard. Desvio o olhar para a janela.

—Oi. —Ele fala baixinho enquanto pega na minha mão. A presença dele só me faz querer chorar mais.

—Oi. —Falo com meus olhos já cheios de lágrimas. Eu não vou chorar.

—Como você tá?

—Meio tonta. —Falo rápido. Meu coração acelera e o frequencímetro prova isso, já que o intervalo entre os "bipes" se torna cada vez menor.

O colombiano me encara por alguns instantes e eu o encaro-o de volta, odeio encarar todo mundo mas quando se trata dele, me traz paz. Richard começa a se aproximar e deixa um beijo lento em minha testa. Coloco minha mão em sua nuca e faço carinho no local. Fecho meus olhos quando sinto uma lágrima escapar.

Nos separamos e ele se senta na poltrona ao lado da cama. Nossas mãos entrelaçadas. Olho para o teto enquanto um silêncio constrangedor se instala aqui.

—A Isa te contou que os seus pais tão vindo para cá? —Ele quebra o silêncio.

—Contou. —Respondo porém pareço mais grossa do que o esperado. —Desculpa.

—Pelo o que? —Ele pergunta calmo. Era só por eu ter parecida grossa, né, mas agora acho que serve por eu ter abortado o filho dele.

—Por tudo. Por ter feito você sair da sua casa de madrugada, ter ficado aqui. Inclusive, não precisa ficar de acompanhante aqui. —Minha voz sai embargada. Richard me olha com o maxilar cerrado, socorro.

—Tá brincando, né? —Ele pergunta sério. —Maria Eduarda. Eu moveria montanhas por você. Nada disso é culpa sua, não é culpa de ninguém. Aconteceu assim porque tinha que acontecer. Deus quis que fosse assim. Eu não ligo de ficar aqui e muito menos de ficar de acompanhante, você não tem escolha, eu vou ficar aqui e ponto final, quantos dias forem precisos.

Na metade do que ele disse, eu já estava chorando. Ele faz carinho em meu cabelo e eu evito o contato visual.

—Obrigada. —Falo tímida. Nem parece que ele já me viu de todos os jeitos. —Eu te amo. —Não sei como reagir, que reação merda.

—Eu te amo. —Ele fala e beija meus lábios.

—Eu posso beijar?

—Por causa da cirurgia? —Ele questiona e eu concordo. —Ele não falou que não podia.

Dou risada de sua resposta e puxo o colombiano pela camisa para perto de mim, grudo nossos lábios e peço passagem com a língua. Quando começa a ficar mais intenso, separo-me dele. Aqui não é lugar para isso.

Ele sorri para mim e se senta novamente na poltrona. Pego o controle da TV na mesa ao lado da cama e procuro algo para assistir enquanto Richard mexe no celular.

 Pego o controle da TV na mesa ao lado da cama e procuro algo para assistir enquanto Richard mexe no celular

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