Uma pequena surpresa

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Tinha uma certa fila esperando que eu saísse logo dali, então encerrei o que estava fazendo e peguei o celular já digitando o número de Geraldo.
- Chefe! Por que fez isso? Por que depositou cinco mil na minha conta?
- Julis, fique calma! Eu quero que faça um favor para mim... Me traga um celular, e pode ficar com o resto do dinheiro pra vocês duas. Vou mandar uma mensagem com o modelo do celular e então você me traz. O.k.?
- Ai meu Deus... Não esperava isso, mesmo assim obrigada. Mas não precisava fazer isso com o resto... Mas obrigada... - ele se despediu e logo veio a mensagem iPhone 6, para sua filha.
Fui tirar o dinheiro e tive que esperar uma hora até conseguir pegá-lo, juntando com o que eu tinha economizado, fui direto trocar o dinheiro por dólar, o dinheiro de Geraldo deu mil e oitocentos dólares, no total nós tínhamos cinco mil e duzentos, nesse momento eu achei pouco, mas lembrei que uma antiga professora minha havia falado que nos EUA, pelo dólar ser tão valorizado, as coisas eram baratas. Olhei a hora e me apavorei já eram cinco da tarde, então voltamos para casa e preparamos tudo o que faltava, em relação às coisas de Finick, eu troquei por dois potes que tinham ali. Estava tão cansada que resolvi me jogar no sofá e ver filmes ou séries que estavam passando, Jessy pediu para dar um espaço atrás dela e então ela de deitou e me agarrou pelas costas, um frio gostoso para aproveitar o tempo me esquentando aos braços de minha esposa.
- Julis... Te amo em todas as estações!
Me virei para de frente dela e encaixei minhas pernas na sua e a olhei profundamente nos olhos. Nesse instante nosso passado me passou na memória, quando nos conhecemos naquela praia, o dia que ela me pediu em namoro, nosso primeiro ano juntas, meu pedido de casamento e, finalmente nosso casamento e a pequena festa que fizemos. Desde o primeiro instante que conheci suas feições descobri que quando estava com a felicidade mais forte do que nunca, acima da quantidade que cabe em nosso corpo. Todavia sabia que ela não mentiria aquele sentimento, que um toque em seu peito, sentindo o bater calmo e normal de seu coração, me dizia a verdade. Ainda olhando em seus olhos, consegui ver além deles, metaforicamente, seus olhos guiavam meu olhar até seu interior me fazendo abrir um sorriso de orelha à orelha, então finalmente abri meus lábios e disse:
- Também te amo muito, tão grande meu amor que não cabe em meu único coração pequeno, precisaria de uma muito maior!
Seus olhos estavam cansados, tudo por causa de ficarmos muito tempo fora de casa, e a maior parte dele de pé. Dei-lhe um beijo suave enquanto encolhia-me em seus braços e ela me abraçava com força, mesmo assim ainda estava frio, então disse para esperar um segundo, me levantei e fui até o armário. Peguei o que estava querendo e retornei para onde estava, os braços de Jessy. Quando cheguei, a cara de boba dela me fez corar o rosto.
- Ah não acredito que foi buscar seu xale de quando era criança!
- Ah para amor... Você sabe que gosto muito dele, e além do mais, ele até que esquenta...
A risada dela me fez corar novamente, mas isso não me impediu de voltar para seus braços, me deitei e nos cobri. Estava esquentando, incrivelmente gostoso ficar ali onde estávamos, quando olhei-a mais uma vez, já havia capotado, ao encostar nela o sono veio à tona. Senti quatro patas ao meus pés que foi lentamente andando em direção ao espaço que tinha entre minha cintura e a de Jessy. Não me importei com isso, ficaria mais quentinho ainda.
Escutei um barulho ecoando na sala, parecia uma campainha, comecei a ter consciência de que realmente estava tocando, me levantei correndo, com o cabelo todo bagunçado, o "pentiei" com as mãos e passei pela cozinha, gritei que já estava indo, passei água no rosto.
O porteiro deveria saber quem era, para deixar alguém subir. Abri a porta.
- Fernanda! O que faz aqui? E... Que horas são?
- Estava dormindo? São sete da noite!
- Entre vai... Ainda é quinta-feira né?
- Sim! Achou que dormiu até sexta é?
- Acho que sonhei isso...
- Lembra o porque vim fazer aqui?
- Hum... Espera... Ah! Você vai passar a noite aqui! Nossa me desculpe! Tinha me esquecido...
Fomos para a sala mas Jessy ainda dormia, fui acordá-la mas Fê falou que não agora. Mas quando a pizza chegar, ela desce e eu a acordo, ficamos ali conversando bastante tempo, Finick apareceu e começou a encostar seu corpo nos pés da Fernanda, foi um grande momento de fofura, entretanto foi interrompido pelo interfone. Fernanda desceu e eu me levantei em direção à Jessy, comecei a enche-la de beijos e ela acordou meio desorientada, o gato viu ela ali deitada e então pulou para seu colo.
- Amor, acorda, Fernanda pediu pizza.
- A Fê está aqui? A quanto tempo?
- Hum... Uns vinte minutos, eu acho...
- E por que não me acordou?
- Por que estava muito cansada, e a Fê pediu para não te acordar ainda. Se lembra por que ela está aqui?
- Hum... Acho que sim, ela vai passar aqui até amanhã... Certo?
- Certo sua dorminhoca! - gritou Fernanda - Agora se levante e venha comer aqui! E logo que a sobremesa vai esfriar!
- Sobremesa??
- Pizza de chocolate! Para comemorar a viagem de vocês!
Realmente ficamos ali horas, Fernanda levou um vinho, felizmente só ela bebeu, eu e Jessy não gostamos dessa bebida, mas tinha um resto de suco que fiz enquanto o café da manhã esquentava, ainda estava muito bom. De manhã cedo acordamos porque, era feriado, ainda estava frio, Jessy estava encarregada de ver o tempo em Seattle, realmente não estava ruim, isso é, para aquele lugar não estava ruim, durante duas semanas, a média de temperatura era no máximo 22° C e a mínima era de 2° C. Amanhã a temperatura era de 12° máx. E 5° a mín. Após isso separamos as roupas, as térmicas eu havia deixado separado, tanto as minhas como as de Jessy, mas a única coisa que eu tinha que refazer era colocar os cachecóis e as luvas fora da mala. As dez da manhã, nos arrumamos e fomos ao mercado comprar uns lanches, bolachas e umas bebidas para passarmos mais ou menos 27 horas com uma parada, após voltarmos era meio dia, Fernanda estava de ressaca e parecia ainda bêbada, mas não tanto, fazia palhaçadas e as vezes falava nada com nada. No meio do mercado ria muito, Fernanda como uma boba, quis pagar as compras e eu falei que não, pois já pagou a pizza de ontem.
Quando chegamos em casa eu pedi para Jessy pegar a bolsa que vamos levar de bagagem de mão, coloquei separadamente os lanches, duas trufas e a bebida, tudo junto, e os cachecóis com as luvas em outra separação e no meio ainda havia mais uma separação, onde deixaria os passaportes, as identidades, o dinheiro e algumas anotações com esboços que fiz das ruas para caso nos perdêssemos, coloquei detalhes de onde tinha padaria, mercadinhos, shopping, farmácia, hospital, e outros lugares caso houvesse nessecidade. Estava tudo detalhado, só faltava os carregadores e o tablet dentro da bolsa. Semana retrasada eu baixei alguns filmes e uns desenhos de que eu gostava desde criança, Tom e Jerry, músicas já tinha a bastante tempo, vários contratempos, então falei para Jessy colocar nossos celulares e o tablet para carregar e só tirar meia hora antes de sair, para não esquecermos, colocamos todos em um lugar que veríamos antes de sair.
Eu não imaginava que iria chegar tão rápido a hora de começarmos a nós arrumar, uma hora e meia antes de sair, pedi para Fernanda colocar a roupa em Finick enquanto eu e Jessy fomos para um banho bem quentinho. Quando saímos, toquei na mão de Jessy e senti tremer, nervosismo, nunca gostou muito de avião mas não queria desistir de ir, estava ansiosa ao mesmo tempo. Peguei uma blusa de frio fina e preta, coloquei de um lado na cama e Jessy começou a fazer o mesmo, fui na cômoda e peguei minha langeri e escolhi a de Jessy, não tinha muitas porque estavam a maioria na mala, minha roxa e a dela rosa, nossas cores favoritas. Ambas pegamos uma calça jeans e resolvemos ir de tênis em vez de botas, mais confortável para uma viagem longa, em quinze minutos estávamos prontas e então faltava apenas meia hora para entrarmos no carro e Fernanda nos deixar por la depois de entrarmos em direção ao portão. Pedi para minha esposa para pegar o secador e a chapinha enquanto eu ia guardar as botas na mala. Finick estava ali no sofá já com a sua blusinha, lindo! Um bebê de gatinho! Gostoso e então quis apertá-lo mas tínhamos que ser rápidos. Voltei ao quarto e lembrei de uma coisa.
- Fernanda!!! Pegue os celulares, o tablet e os carregadores e ponham ao lado da bolsa que vamos levar!! - deu um grito e ela me respondeu e estava pegando as coisas.
Secamos nossos cabelos e então comecei a passar a chapinha nos cabelos de Jessy, negros e lindos, com um brilho natural. Ela logo fez o mesmo em mim, passamos um batom rosa claro que não chamava a atenção de ninguém, e então faltava oito minutos para sairmos. Fomos em direção à porta do quarto e peguei na cozinha a bolsa e os carregadores, ajeitei tudo dentro e fechei.
- Finick... Casinha! - "meau!" Escutei da sua boca e então se recusou a entrar - Não faz drama agora amorzinho! Está ficando rebelde é? Entra na casinha gatinho lindo da mamãe!
Ele olhou para cada uma de nós e deu meia volta entrando na caixa de passeio. Fernanda estava olhando para nós duas de um jeito tão estranho...
- Aí amigas... - começou a dizer choramingando - Vou sentir muitas saudades!!! - mas não aguentou e berrou - Se divirtam bastante! Aproveitem e depois me conte cada detalhe!! Entenderam?
- Sim... Mas... Certeza que quer todos os detalhes?
- Sim, quer dizer, não todos, eah... Menos das suas intimidades...
Demos umas risadas e então peguei as nossas duas chaves de casa e a do carro. Minha amiga quem ia dirigir então dei a chave em suas mãos e falei para tomar muito cuidado, afirmando com sua cabeça que tomaria o maior cuidado possível. Chegamos ao carro e colocamos todas as bagagens, peguei um papel que estava no porta-luvas e escrevi uma coisa ao porteiro, no qual autorizaria Fernanda vir aqui em casa caso queira ficar aqui por ser mais perto do trabalho.
- Olha amiga... Fica com uma chave, caso queira ficar por aqui... E entregue esse papel ao porteiro o.k.? - ela ficou um pouco feliz mas ainda estava com uma cara tristonha. Ah como vou sentir saudades dessa louca...
Então foi dado a partida e tomamos o rumo.

Love Be Here ( romance lésbico )Onde histórias criam vida. Descubra agora