Segunda e terça se passaram voando e isso foi ótimo, porque já era quarta, estava anciosa, a petshop que tem próximo ao nosso apartamento era enorme, e sempre tinha porco da Índia, papagaio, e muitos peixes para vender. Lá no laboratório estava tentando fazer uma pesquisa que o hospital havia pedido, Fernanda, Matheus e Clarissa estavam me ajudando. Ficamos tentando descobrir o que era por horas e foi quando chamei todos para ver algo muito estranho nas células, algum tipo de defeito, olhei mais uma vez no microscópio e aumentei o zoom, foi aí que vi, Anemia falciforme, uma anomalia nos glóbulos vermelhos caracterizada pela má formação do glóbulo formando uma "foice", fui ver a fixa que o hospital deixou com os sintomas da mulher, pele amarelada e o branco dos olhos também amarelado.
- O Julis... - falou Fernanda - você tem certeza que é anemia falciforme? - a olhei com um ponto de interrogação na testa - Olhe aqui, quase todas as células não deviam ser em formato de foice?
- Sim, pelo menos um terço dos glóbulos ou mais, mas porque? - Fê me chamou para dar mais uma olhada e então entendi. - Ah! Não é anemia, mas traços de anemia falciforme!
Instantaneamente, com um reflexo de meu corpo peguei a fixa de novo, vi que o quadro da adolescente piorava segundo o médico dr. Gibson, continuei lendo e percebi o porque. Fui até meu chefe e pedi autorização para ir ao hospital que o doutor trabalha, expliquei o que aconteceu e sai correndo, peguei umas fotos feitas do resultado do microscópio e a fixa com as anotações de meus amigos. Fui andando o mais rápido que consegui, e cheguei em vinte e cinco minutos, entrei e vi muitas pessoas continuei andando até as enfermeiras que estavam conversando.
- Com licença, eu procuro o dr. Gibson?
- Siga em frente e vira a esquerda no leito 9. - agradeci e fiz o que me foi dito. Quando o encontrei ele estava com a mulher da fixa, estava tendo parada cardíaca, a residente puxou o desfibrilador e aumentou para 120, ela acordou:
- Rose, aplique uma dose de adrenalina e uma de antibiótico!
- Espera doutor! - gritei para chamar sua atenção - Doutor, meu nome é Julis e sou do laboratório, o senhor pediu para fazer análises nas amostras dessa paciente! Tome cuidado doutor! Ela tem traços de anemia falciforme! Não entendo muito de medicina mas sei que para essa anomalia não se pode aplicar qualquer remédio!
- Rose pare! Ela está certa! - entreguei as nossas anotações do laboratório e as fotos, o doutor analisou e concluiu - Não aplique o último, pode acontecer algo com a paciente. - sai do leito e esperei.
- Senhora Julis? - após cinco minutos de espera aparece o doutor - Devo-lhe agradecer, não tinha pensado nessa possibilidade.
Conversamos mais alguns minutos então fui embora, quando cheguei ao meu trabalho expliquei o que aconteceu, olhei o relógio e faltava pouco para o almoço então fui avisar Geraldo que já havia chego do hospital e dei meia volta chamando Fê para irmos almoçar.
- Sério Julis! Como você pensou nisso? Como sabia o que ela não podia isso?
- Conheço uma pessoa que tem isso.
- Você e Jessy estão ansiosas? Eu ficaria muito agitada de tanta ansiedade...
- Pois é... Estamos muito ansiosas, mas procuro ficar o mais calma possível porque sempre que demonstro essa emoção algo errado acontece, por mínima que seja... Hoje vamos comprar a caixa de passeio para Finick, e umas roupas para ele não passar frio lá, vai saber que tenha temperatura baixa né?
- Aí o Finick... Saudades de brincar com ele... Falando nele... Olha aquele gatinho no banco do parque, parece com ele...
Fomos em direção do gato e eu vi a coleira roxa que comprei igual à da Finick, era ele.
- Meu Deus Finick! O que faz aqui?
"Miau! Miaau!" O coloquei em meu colo e fiz carinho então dei para Fernanda acabar com a saudade do gato e ela ficou muito feliz segurando e fazendo carinho em Finick. Enquanto andávamos em direção ao restaurante lembrei que não pode entrar animal e com isso falei para pegarmos marmitex.
- Fê, fica aí que vou pegar comida pra a gente comer no parque... Que algo diferente? Hoje é dia de peixe...
- Ah pode ser o de sempre... Arroz, feijão, e se tiver carne... Não pega peixe não... Hum... Pega os dois, mas o peixe só um filé... Vai ser do Finick... - me virei e fui para dentro do restaurante.
Não estava cheio como de costume foi aí que lembrei que só fica assim quando é uma da tarde e era meio dia e pouco. Peguei dois potes e comecei a colocar a comida, tinha carne então peguei pra Fê e vi que tinha escondido de carne moída então peguei, já estava pronto, dois filé de peixe e fiz um pote de salada para nós duas e pedi duas latas de refrigerante, guaraná, coca-cola e uma garrafa de água para Finick e um copo de plástico.
Quando sai ví Fernanda brincando com uma bolinha junto à Finick e vi que ela prendeu um fio na coleira e prendeu em seu braço a outra ponta.
- Aí que bonito! - Fernanda me olhou me mostrou um sorriso, mostrei a sacola com os marmitex. - Vamos para o parque! Minha barriga ronca de fome...
- A minha também... - fomos andando até a entrada e vi Finick andando ao lado de Fernanda como um anjinho, sempre foi bem educado, nunca fez arte, nem fugiu como hoje. Depois de comer reparei o gatinho se deliciando do peixe, ele sempre gostara de algo com esse sabor.
- O Fernanda... O que vamos fazer agora? Não podemos levar para o trabalho... Geraldo não vai deixar...
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Love Be Here ( romance lésbico )
عاطفيةJulis é uma mulher que mora com a esposa Jessy e um gato mantendo uma vida com surpresas, vergonhas e muito romance. Logo planejam uma viagem para Seattle no qual aproveitam de todas as formas possíveis, rindo e se surpreendendo com o que descobrem.