𝐃𝐚𝐫𝐤 𝐏𝐚𝐫𝐚𝐝𝐢𝐬𝐞 | 𝐓𝐡𝐞𝐨𝐝𝐨𝐫𝐞 𝐍𝐨𝐭𝐭

04. Swan Lake

_______________________________

Ainda eram crianças quando brincavam no enorme jardim da Mansão Malfoy, S/N os via da janela de um dos grandes salões da casa. Ela estava com inveja, o irmão, Draco, parecia se divertir com seus amigos correndo por entre os corredores do enorme labirinto de arbustos. Enquanto ela fazia aulas de todos os tipos: violino, piano, ballet, francês, italiano e tantas outras aulas. Ballet era lindo, mas era o pior, o mais exigente. Ela esperava o professor particular chegar enquanto os observava, as sapatilhas já bem amarradas enquanto ela se aquecia com a ajuda da barra e os olhava com tristeza.

Agora, alguns anos depois, ela estava no mesmo lugar, mas sem a tristeza, sem qualquer um daqueles meninos para sentir inveja e, é claro, sem seu professor exigente demais para uma simples criança. Dançar a deixava mais calma, e após o incidente da última noite, S/N usou a primeira desculpa para retornar para casa, mesmo que sem o irmão. Ela retornaria em poucos dias, é claro, suas aulas ainda não tinham acabado. No entanto, ela não queria arriscar encarar Nott nesse momento, muito menos os olhares de Pansy e Matthew.

A grande sala agora parecia pequena, ainda que mantivesse uma rotina de dança durante as férias, sentia a nostalgia de estar ali. Um outra S/N se via no espelho agora, mais velha e com problemas menos bobos passando por sua cabeça, ela sorriu ao lembrar das diversas brigas que tivera com Draco quando ele insistia em não a deixar brincar com seus amigos, que hoje eram quase homens feitos, e que agora, um deles era o mais recorrente em sua mente inquieta.

A música clássica toca suavemente preenchendo toda a sala. Lembra-se de todos os comandos de seu professor exigente. Postura, braços em um movimento delicado e preciso, pernas da mesma forma, as escapulas abriam e fechavam como asas, as pontas da sapatilha barulhavam ao bicar o chão com os movimentos. Respiração acelerada, mas sempre perfeitamente controlada. E se encaminhando para o fim, a música desacelerava e os movimentos se tornavam cada vez menos agitados.

- Sinto tanta falta de vocês em casa. - Narcisa a observava majestosa, como sempre. Ela tinha um sorriso e olhar orgulhoso para a filha, que sorri em resposta.

- Como eu me saí? - A busca de aprovação de S/N transparece um pouco enquanto desamarra as sapatilhas em um banco.

- Perfeita como sempre, meu amor. - A mulher sorri - Você e Draco deviam passar mais finais de semana em casa. Esse lugar parece tão vazio sem vocês. - Narcisa se aproxima da filha e a observa de perto ainda com carinho.

- Também sentimos sua falta. - Narcisa percebe a falta da menção ao marido e a olha com uma reprovação disfarçada. - O quê? Nosso pai está sempre em Hogwarts graças ao comportamento de Draco. - Elas riem

- Você não está totalmente errada, é claro. - A mais velha se senta ao lado dela - Olhe, eu e seu pai tínhamos planos para hoje a noite. Vamos a um teatro com alguns amigos, você deveria vir conosco.

- Não sei, eu sei como papai não gosta de nos ter entre seus negócios, não quero atrapalhar. - S/N se sentia insegura por falar do próprio pai e isso fez o coração de Narcisa apertar.

- De forma alguma querida. Foi ele quem me pediu para te chamar. - Ela pega mão da menina e sorri - Venha conosco. Você não faz ideia do quanto fico entediada com a Sra. Berkshire. - Narcisa confessa e faz a garota rir.

- Tudo bem. - Ela concorda. - Nossa, acho que fazem anos que não os vejo. - S/N comenta e elas continuam a conversa enquanto se caminham pelo corredor para o quarto de S/N.

[...]

S/N descia as escadas em seu scarpin preto, com um vestido da mesma cor, ele tinha um leve decote e as eram alças caídas em seus ombros de forma delicada. O vestido ia até a altura de seus tornozelos, deixando os pés a mostra, a saia bastante rodada e estruturada, enquanto o busto e tronco eram pressionados na medida certa pela parte de cima do vestido. No colo, um delicado colar brilhante decorava sua pele, seus cabelos estavam no mesmo penteado que o do baile do dia anterior, uma clutch em suas mãos e sua pele aparente foi coberta por um xale da mesma cor e tecido que o vestido.