A farsa

#30

Cheryl Blossom

Descemos as escadas até chegar na sala de estar, olho tudo com bastante atenção já que não tinha visto a casa pronta.
E posso dizer que estava impecável, um sofá cama com uma mesinha de centro, um tapete em toda a largura entre o sofá e a parede onde se encontrava uma televisão de 70 polegadas, um rack no inferior da TV com algumas decorações.

-Oii Toni bom dia!- Escuto uma voz irritante muito familiar.

Me viro no mesmo instante que a voz atingiu meus ouvidos me deparando com Mia. Que também pareceu estar chocada por me ver.

-Cheryl? Oque você tá fazendo aqui.- Ela pergunta com uma feição seria.

-Eu...convidei a Cheryl para dormir aqui.- Toni interviu antes de eu começar a falar.- A gente já tava até de saída.- Toni pega minha mão.- Até mais tarde!- Ela grita já no pé da porta.

Entramos no seu carro e não demorou muito até eu começar a falar.

-Oque ela tá fazendo na sua casa?

-É que...

-Nem pense em mentir pra mim Antoniette!- Já a aviso antes mesmo dela começar a se explicar.

-Não e nada de mais Cher.- Ela começa tirando o carro da garagem.- Ela só me pediu pra ficar na minha casa por que não conhecia Los Angeles e não sabia onde ficar, só isso.- Ela olha o retrovisor.

-Então agora ela tá morando na sua casa?- Pergunto e Toni fica calada.- Inacreditável.- Rio irônica.

-Oque você queria que eu fizesse? Deixasse ela sozinha?

-Sim, isso mesmo.- A olho mesmo ela olhando pra estrada.- As pessoas aprendem a viver rápido em qualquer lugar, ainda mais aqui em LA que é muito fácil de se adaptar.

Reparo que ela aperta mais o volante. Sinal de preocupação. Respiro fundo e continuo.

-Mas... eu não te culpo, te deixei sozinha esse tempo todo e...desculpa.- Olho para a estrada em minha frente.

-Eu só não entendi o por que tanto medo da mídia, várias pessoas se assumem todo dia, vários famosos inclusive e é uma coisa normal hoje em dia.

Não para a minha família.

-Eu sofri tanto sem você Cheryl... eu me senti um lixo quando você terminou comigo me senti uma... nada uma ninguém. Você me magoou muito.

Fecho os olhos com força enquanto ela fala essas palavras que também me machucam.

-Eu sei que errei Toni, eu fui muito insegura e só pensei em mim e...

-Cher,- Ela coloca uma de suas mãos na minha coxa oque me faz estremecer. Meu Deus como o toque dela me afeta do mesmo jeito!- Eu quero esquecer tudo isso tá?- Ela tira a atenção da estrada e me olha logo voltando o olhar pra estrada.- Doeu, mas oque importar é que agora eu sei, quer dizer tenho certeza, que você realmente sente o mesmo que eu sinto por você então eu estou tranquila.- Ela da um leve aperto em minha coxa, levo minha mão direita até a sua que se encontrava em minha coxa permanecendo em cima da sua.

E seguimos assim o resto do caminho em silêncio até minha casa.

Entramos no prédio e Toni estaciona em uma das vagas do meu AP.

-De quem é esses carros que estão na vaga do seu AP? Só reconheço o seu.

O carro da minha mãe e outro desconhecido.

-Eh... deve ser de algum vizinho que está com as vagas lotadas.- Tiro o cinto de segurança.- Eles normalmente me avisam antes de colocar mas não me importo com isso.- Sorrio para a mesma.

-Ah, entendi.- Ela tira a mão do volante.- Quer que eu suba com você pra te fazer companhia? Não tenho mais nada pra fazer hoje.

-Não, não precisa. Eu vou dar uma revisada em alguns documentos, então provavelmente só vou terminar tarde.

-Ok, a gente pode se ver amanhã oque você acha?

-Tá pode ser!- Dou um selinho nela e faço menção de sair mais ela me chama e eu a olho.

-A gente só vai se ver amanhã é você só me dá um selinho?- Reviro os olhos.

-Aí meu Deus como é dramática.

Levo minhas mãos até suas bochechas a puxando para um beijo, ela pede passagem e eu permito então ela explora cada canto da minha boca finalizando o beijo chupando meu lábio inferior. Me afasto ainda com os olhos fechados, os abro olhando seus lábios levemente rosados e subo o olhar para seus olhos.

-Tentador, mas hoje não.- Pisco para a mesma e saio do carro indo em direção ao elevador.

As portas do elevador se abrem e eu vou em direção ao meu apartamento, coloco a mão na maçaneta e respiro fundo me preparando pra entrar.

Abro a porta e adentro no apartamento, para minha surpresa e felicidade não encontro ninguém na sala de estar, ando apreçada até meu quarto fechando a porta e indo até o banheiro, me olho no espelho e vejo o meu estado. Não estou tão feia mas, ainda estou com a maquiagem de ontem e o cabelo meio bagunçado. Tiro minha maquiagem e começo a me despir para tomar banho, entro no box o fechando e logo em seguida ligando o chuveiro em uma temperatura morna.
Entro de cabeça e tudo naquela água agradável colocando as mãos no meu rosto relaxando.

Saio do banheiro entrando em contato com o ar frio do ar-condicionado, vou em direção ao meu armário pegando um shorts da Nike branco e um cropped bege, volto ao banheiro tirando a toalha que estava no meu cabelo, pego uma escova e começo a pentear o mesmo. Enquanto passo a escova e as mãos sobre me cabelo me perco nos meus pensamentos e me pego com um sorriso no rosto, algo que faz tempo que não faço.

Estou deitada em minha cama mexendo no celular até que me sinto na necessidade de sair do quarto quando minha barriga começa a pedir por comida.

Vou em direção a cozinha mas, quando estou passando pela sala de estar vejo minha mãe com uma xícara em mãos conversando com uma mulher. Ela repara na minha presença e olha em meus olhos.

-Minha filha, bom dia!- A mulher em sua frente também me olhar.

-Bom dia mamãe.

-Demorou pra acordar hoje hein.- Ela leva a xícara até a mesa cruzando as pernas. Apenas afirmando balançando a cabeça.- Essa é minha amiga Mônica.- Minha mãe aponta para a mesma.

-Oi querida, como vai?

-Oi, tudo bem.- Falo simpática.

-Olha só pra mim, invadindo sua casa que errado da minha parte.- Ela leva a xícara a mesinha de centro levando as mãos ao colo.

-Sem problemas,- Finjo um sorriso.- Se vocês me derem licença,- Faço menção de ir até a cozinha.- Não quero atrapalhar a conversa de vocês.

-Que isso minha filha, não está atrapalhando em nada. Venha se juntar a nós para uma conversa.

-Sim, claro.- Vou até a cozinha.

Adentro a cozinha sufocada com todo o ar que estar dentro de mim, então solto todo o ar.

-Bom dia Cheryl, vejo que acabou de se livrar de uma conversa entre senhoras.- Donna estar na pia.

-Me livrei temporariamente, mamãe já me convidou para se juntar a ela.- Vou até a mesa sentando.