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Toni Topaz

Quando a mesma sai do apartamento encaro Donna que pelo visto, sabe mais do que eu.

-Pode me dizer oque foi isso que eu acabei de ouvir?

Donna parece reformular as ideias e se aproxima de mim.

-Olha Toni,- Ela abre e fecha a boca antes de continuar.- Os pais da Cheryl não sabem sobre vocês...

-Eu acho que isso ficou bem explícito.- Rio

-Olha não pense que a Cheryl te enganou ou algo do tipo pelo contrário ela te ama muito.

-Parece que não o bastante pra me assumir.

-Toni você não sabe a gravidade do problema.- Donna diz com a voz calma.- Cheryl não é assumida.

-Oi? Como assim ela não é assumida?- Descruzo meus braços deixando os mesmos livres.

Meus pensamentos parecem se desencaixar, mas, por um segundo algumas peças começam a fazer sentido.
O choque com alguma notícia comprometedora, os atos em público, o fato de não querer que eu revela-se nossa relação para a mídia. É aí que minha cabeça explode. Eu estava vivendo uma farsa? Uma relação mentirosa com Cheryl?

-Eu...não posso acreditar nisso.- Coloco minhas mãos na cintura.

-Mas por favor, você não sabe como são os pais dela.

-Independente disso Donna. Ela deveria ter me contado.

-Tente entendê-la. Ela sempre foi o orgulho dos pais, sempre foi posta em um pedestal, sempre foi apresentada como "a filha que todos querem ter" a filha com zero defeitos. No pensamento dela, ela não poderia em hipótese alguma decepciona-los, nem que isso significasse viver em uma farsa, viver sozinha. Ela criou um pensamento que se perder os pais perde tudo, que é melhor viver sem um amor como o seu, do que viver com o desgosto deles.
Eles são extremamente preconceituosos, não aceitam de jeito nenhum, Cheryl já tentou contar para o pai, mas ele surtou e a fez terminar com você...

Nem o conheço mas já o odeio.

-Não é possível que Cheryl se prive por eles.- Ando de um lado para o outro.

-Entenda Toni, ela os ama. Ela acha que tudo que eles dizem estar certo, ela pensa que comete erros, que é uma pessoa horrível por estar sentindo oque sente.

Paro de andar por um instante.

-Meu Deus eu não fazia ideia disso.

-Não tinha como saber. Só oque eu lhe peço é que não faça nada que vai se arrepender depois, eu sei que a única pessoa que vai fazer ela se aceitar e se assumir é você, mas pra isso você precisa apoiá-la, por favor faça isso Toni, vocês tem um amor tão lindo que não pode ser jogado fora.

Antes que eu pudesse dizer qualquer outra coisa escuto uma porta se abrir e paços se aproximando.
Até que vejo Cheryl com o celular nas mãos, ela levanta o olhar e quando me vê parece surpresa e nervosa.

-Toni? Oque tá fazendo aqui.- Ela desliga o celular e se aproxima de mim.

-Oi, eh... eu só queria te ver.- Me aproximo mais dela depositando um selinho em seus lábios, a mesma pareceu nem conseguir mexer os lábios.

-Ah...- Ela desvia seu olhar para Donna e depois volta a olhar pra mim.- Que bom.- Ela sorri.

-As senhoritas querem que eu ponha a mesa?- Donna comenta passado por nós.

-Pode ser, obrigada.- Falo olhando para Donna que ja está adentrando a cozinha.- Podemos ir para a mesa?

-Tá claro.- Ela esboça um sorriso e me segue até a mesa.

(1 semana depois...)
Eu ainda não contei a Cheryl que sei sobre seus pais. Eu ainda não tive coragem de ter essa conversa com ela, ainda não encontrei as palavras certas.
Eu amo muito a Cheryl e é óbvio que eu pretendo assumir ela e ter uma família, casar e ter filhos com ela esse é o meu maior sonho.
Imagina uma mini Cheryl correndo pela sala, aí meu Deus!
Sei que não vai ser do jeito tradicional mas, mesmo assim vou ficar muito feliz se ela quiser fazer uma família desse outro jeito.
Sinto um beijo quente em minha orelha e mãos em volta dos meus ombros. Não impeço pois, já sei de quem se trata.
Respiro fundo quando os beijos descem para o meu pescoço, inclino a cabeça dando mais abertura para a mesma. Levo minhas mãos até seus antebraços que ainda estão em volta dos meus ombros.

-Oi amor...- Cheryl fala quase que em um sussurro em minha orelha fazendo com que meu corpo inteiro se arrepiasse.

Ela sabe que causa esse efeito em mim.

-Oi Cher.- Falo também baixo enquanto a mesma contorna a cadeira que eu estou sentada. Sentando no meu colo.-Como foi seu dia hoje?- Levo minhas mãos a sua coxa fazendo um carinho nas mesmas.

-Foi normal.- Ela revira os olhos enquanto circula meu pescoço com suas mãos.- Só trabalho, trabalho e mais trabalho.- Eu rio da situação.- Do que você tá rindo!? Hoje foi cansativo tá!- Arregalo os olhos a olhando.

-Ah, foi cansativo?- Ela confirma com a cabeça.- Por que não me disse antes amorzinho.

Me inclino a beijando em um beijo calmo e saboroso. Peço passagem e a mesma permite me deixando explorar cada canto de sua boca, nessa altura minhas mãos que estavam em suas coxas já estão na sua bunda dando leves apertadas. Sinto unhas arranharem minha nuca oque só me faz intensificar o beijo. Até que Cheryl para o beijo. Abro os olhos e relaxo minhas mãos voltando pra suas coxas, a fito com dúvida, a mesma está com uma expressão desconfiada.

-O que houve? Rápido demais?- Pergunto a olhando preocupada, desde que a gente reatou Cheryl nunca parou um beijo desse jeito.

-Não, de jeito nenhum é que...- Ela tira as mãos do meu pescoço deixando elas livres.- Parece que alguém tá observando a gente não sei. Tô com uma sensação ruim.- Ela olha para os lados a procura desse tal alguém.

-Ei linda, a única pessoa que esta aqui é a Mia mas ela já está dormindo ok?- Ela volta a atenção pra mim.

-Como você tem tanta certeza? Eu nunca gostei dessa tal Mia. Ela não é uma pessoa boa.- Ela sai do meu colo ficando em pé e com os braços cruzados.

-Ela mesma me falou tá?- Levanto também me aproximando de Cheryl.- Fica tranquila, eu sei que vocês não são muito próximas mas, por favor tenta conversar mais com ela. Mia não é uma pessoa ruim, só é um pouco fechada.- Contorno a cintura da ruiva.

-Eu já te disse Toni, eu não gosto dela morando aqui.

-Amor! Ela não vai me tirar de você. Eu sou só sua. E afinal ela é só minha amiga eu já deixei isso bem claro.

-Não sei se confio muito nisso.

-Pode confiar tá bom? Eu prometo.- Aperto de leve sua cintura a olhando com firmeza.

-Tá, ok.

-Agora, que tal eu tirar esse cansaço todo que você tá hein? Uma massagem talvez?- Colo nossos corpos.

-Aí, por favor! Eu super quero.

-Então vamos subir para o meu quarto. Oque você acha?- Dou um selinho na mesma.

-Hmm pacote completo gostei.- Eu apenas rio pegando uma de suas mãos a puxando em direção ao meu quarto.

A farsaOnde histórias criam vida. Descubra agora