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Cheryl Blossom

Sinto uma mão em meu rosto fazendo um carinho, abro meus olhos devagar encontrando o rosto de Toni me olhando fixamente.

-Bom dia.- Digo com uma voz rouca colocando uma das minhas mãos em meus olhos.

-Bom dia.

-Que horas são?- Me aproximo mais dela aconchegando meu rosto na curva do seu pescoço.

-Não sei mais já é tarde.

Respiro fundo contra seu pescoço.

-Preciso ir para a empresa hoje.

-Eu vou com você, precisamos conversar.

Levanto minha cabeça olhando para a mesma.

-Sobre oque?- A mesma levanta o corpo ficando sentada na cama.

-Vamos tomar banho?- Ela muda de assunto enquanto levanta da cama e vai em direção ao banheiro.

Oque será que ela quer conversar comigo?

Toni Topaz

Cheryl abre a porta de seu sala adentrando a mesma, eu a sigo entrando também.
Eu observo a ruiva deixa sua bolsa sobre a mesa enquanto coloco minhas mãos no bolso da calça, eu estava muito nervosa para falar sobre aquilo, eu senti minhas mãos ficarem geladas e minha boca seca, eu não sabia realmente por onde começar.
Ela se vira cruzando os braços e me olhando.

-Então...- Ela respira fundo.- Sobre oque a senhorita quer falar comigo?- Cheryl diz em um tom normal mas eu percebo que a mesma esta um pouco nervosa com essa situação.

Solto todo o ar que estava guardado dentro de mim e faço um gesto em direção ao sofá, Cheryl entende de imediato oque quero dizer e vai em direção ao mesmo sentando-se, logo em seguida eu faço o mesmo. Ficamos uma de frente pra outra, eu a olho fixamente e ela também me olha mas com um olhar confuso.

Volto meu olhar para o encosto do sofá passando a mão no mesmo lembrando de um dos nossos momentos mais incríveis e não posso evitar um sorriso bobo no rosto.
Cheryl me olha com dúvida.

-Oque aconteceu Toni! E por que você tá rindo?

-Eu lembrei do nosso momento aqui no seu escritório, quando a gente ficou e tals... foi um momento muito especial pra mim.- Ela leva uma das mãos para perto da minha e nos entrelaçamos os dedos, faço um carinho em sua mão com o meu polegar.

-Foi muito especial pra mim também.- A olho de relance e vejo que ela está olhando para nossas mãos entrelaçadas. Ela leva sua outra mão para minha coxa fazendo um simples carinho no local oque me faz arrepiar.

-Seria muito mais especial para mim se a gente pode-se se assumir publicamente.- Ela me olha com o olhar triste. Ela faz menção de falar mas eu a corto.- Sem ter medo de ninguém, não acha?

Cheryl me olha agora com um olhar diferente, ela pressiona a mandíbula e leva suas mãos ao colo me deixando sem nenhum contado do seu corpo.
Ela sabe que eu sei.

-Você sabe não sabe?- Ela pergunta seria olhando para o chão.

-Eh... eu sei.

-Quem te contou.

-Isso não importa agora Cheryl, oque importa é oque eu vou te dizer agora.- Coloco uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha.- Você não pode tá se pressionando desse jeito, se esconder ou ficar aceitando qualquer coisa que falarem. Cheryl você está vivendo uma mentira, uma farsa.

-Você não entende Toni, você não sabe oque tá falando.- Ela faz sinal de negativo com a cabeça.

-Eu entendo Cher, entendo mais do que você imagina. Compreendo o suficiente para dizer que isso não é saudável, que você está fingindo ser uma pessoa que não é, e para que? Para ter o amor dos próprios pais? Cheryl, se precisa de muito pouco para ter o amor dos pais. Eles tem que ser seu Porto Seguro, tem que ser quem você mais confia para contar seus piores pensamento e seus piores medos. Eles tem que ser acima de tudo seus amigos.

-Eu... eles.. vão me odiar. Eu não... não vou poder viver com isso.

Seguro seu rosto com minhas duas mãos a fazendo olhar pra mim. Seus olhos já estavam com um brilho a mais e um pouco marejados.

-Eles nunca vão te odiar Cheryl, se eles te amam de verdade nunca vão. Você é uma mulher incrível, todos os pais sonham em ter uma filha como você, ser homossexual não vai mudar quem você é, só vai acentuar mais ainda a mulher deslumbrante que você é.- Ela coloca suas mãos sobre as minhas que estão segurando seu rosto.- Por favor conte para eles Cher, não jogue sua vida fora para viver em uma artificial, a gente só se vive uma vez. E eu não sei você mais nessa vida eu quero ficar com você.- Rio oque faz ela também sorrir.- Ver você em cima do altar ao meu lado,- Ela tira minhas mãos do seu rosto as levando para seu colo as segurando com suas mãos.- ter filhos com você e quem sabe adotar um gato ou cachorro, não sei você escolhe. Só oque eu quero é viver o resto da minha vida com você.

-Eu adoraria viver ao seu lado.- Ela beija minhas mãos.

Ela me olha sorrindo e eu retribuo o sorriso.

-Saiba que eu vou estar sempre com você, não importa oque venha a acontecer, você sempre vai poder contar comigo.

-Obrigada TT, por tudo.

-Obrigada você por ter entrado na minha vida de um jeito bem radical.- Falo prolongado a palavra bem.

Nós duas rimos e depois nós olhamos em silêncio, percorro todo o seu rosto com um único olhar, observando cada traço de seu rosto perfeito, seus olhos castanhos, seu nariz que é perfeito, suas maçãs do rosto bem marcadas parando em seus lábios, vermelhos e carnudos. Volto para seus olhos vendo suas pupilas delatadas, ela abaixa o olhar para minha boca, e eu faço o mesmo. Nos aproximamos até que nossas bocas se chocam, com um desejo desesperador uma da outra. Ela leva uma das mãos para meu rosto e outra para o meu seio esquerdo - hmm atacante, gostei - Levo minhas mãos para suas costas aprofundando mais o beijo, ela pede passagem e eu permito, deixando ela explorar cada canto da minha boca.

-Oque significa isso!- Paramos imediatamente oque estávamos fazendo nos afastando por completo, olho assustada para um homem a nossa frente. Eu nunca o vi antes mas parece que Cheryl já, pois vejo seu rosto pálido e seus olhos arregalados quando o vê.

-Papai...- Ela diz baixo o olhando incrédula. O pai de Cheryl estava na minha frente? Oh. Meu. Deus. O pai de Cheryl estava na minha frente.

A farsaOnde histórias criam vida. Descubra agora