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Cheryl Blossom

COMO ASSIM?
Eu definitivamente não estava esperando por isso.

-Que?- Levanto meu tronco rápido oque só me fez sentir uma dor forte no abdômen, coloco a mão sobre onde está doendo e faço uma cara de dor.

-Você tá bem?- Toni pergunta preocupada.- Quer que eu chame o médico ou a enfermeira?- Ela diz se afastando de mim para ir até a porta mas antes que ela consiga se virar eu seguro seu pulso e a puxo para perto novamente.

-Não, não precisa eu estou bem. Agora me conta isso direito.- Sinto um pequeno alívio em meu abdômen então volto para minha posição anterior.

-A mídia acabou sabendo do seu acidente e fotos foram postadas nas redes sociais, com pouco tempo do ocorrido, sua irmã não parava de ligar para mim e Verônica, quando Verônica atendeu e a explicou todo oque aconteceu Sophia ficou desesperada para te ver e saber se você estava bem. Então ela contou aos seus pais e provavelmente fez de tudo para que eles a trouxessem pra ver você.

-Ok,- Balanço a cabeça devagar ainda processando a informação.

-Ei, não fica nervosa por eles tá?- Ela diz tentando me confortar.- Eles só vão vim te ver e depois vão embora de novo.

Esse é o problema, eu não queria que eles fossem embora. Queria eles do meu lado novamente.

-Você quase me matou de susto sabia?- Verônica fala entrando no quarto do hospital de uma vez.

-Calma Ronnie, eu tô bem agora.- Rio enquanto como minha janta.

-O que é isso que você está comendo?- Ela aponta enojada para o meu prato.

-Sopa de ervilha, espacialidade do hospital quer?- Pego o prato nas mãos e o inclino em sua direção. A mesma faz cara de nojo.

-Eca! Não obrigada.

-Você que sabe.- Retorno o prato para minha bandeja e coloco uma colherada na boca. Saboreio a sopa e logo a engulo.- Gosto de ervilha.- A olho e Verônica rir.

-Ah, não me diga?- Sorrio de sua reação enquanto ela coloca sua bolsa no sofá e se aproxima.- Como você tá se sentindo com a vinda dos seus pais?

-Estranha. Não sei oque falar ou expressar quando eles chegarem... os dois foram embora com raiva de mim, nada garante que não cheguem aqui do mesmo jeito se não pior.- Mexo a sopa com a colher pensativa.

-Vai ficar tudo bem tá?- Verônica passa uma de suas mãos pelos meus cabelos.- Se eles te tratarem mau de novo juro que bato a cabeça um do outro!- Gargalho imaginando a cena de Verônica colidindo a cabeça dos meus pais.- Me diz uma coisa,- A olho curiosa e a mesma cruza os braços.- Você passou horas inconsciente, e em algum momento eu me recordo de ouvir você falar enquanto dormia, você por acaso tava tendo um sonho mistério? Tipo um túnel branco te chamando ou coisa do gênero?

-Você deve estar louca- A encaro rindo.- A última coisa que eu me lembro é de estar falando com você pelo celular enquanto dirigia e depois tudo preto. Então acordei aqui nessa cama.- Ela parece meio confusa mas concorda.

Se eu sonhei com alguma coisa eu definitivamente não me lembro, por que uma hora eu estava no meu carro e na outra nesse hospital.

-Ok, se você diz. Agora eu vou falar com Archie para trazer alguma coisa descente para você comer escondido, ninguém merece comer isso.- Ela vai em direção a sua bolsa e retira o seu celular da mesma.

-Por favor faz isso.- Tiro a sopa de perto de mim aliviada por não precisar comer aquilo.

Acordei essa manhã um pouco preocupada e ansiosa, mas também contente por poder vê-los que por sinal podem chegar a qualquer momento.

-Nervosa?- Saio dos meus devaneios quando ouço a voz de Toni. A mesma estava sentada no sofá ao meu lado.

-Sim, um pouco.- Sorrio timidamente para ela até que vejo a porta se abrir e Sophia entrar correndo no quarto vindo em minha direção.

-Cheryl!- Ela me abraça meio sem jeito.

-Oi maninha.- Retribuo o abraço com os olhos fechados.

Nos separamos e por segundos vejo meus pais parados em minha frente, volto a olhar para Sophia.

-Eu fiquei tão preocupada com você. Quando eu vi as notícias eu pensei o pior e...

-Ei! Calma eu tô bem,- Tiro uma mecha de seu cabelo do seu rosto.- só foi um susto tá?- Ela concorda com a cabeça.

Viro novamente o olhar para meus pais reparo que minha mãe está com a cabeça baixa e meu pai desvia seu olhar do meu olhando para qualquer outro ponto daquele quarto.

-Sophia, o que acha de ir comigo até a máquina de doces aqui do hospital?- Toni coloca as mãos nos ombros de Sophie e ela entende o recado.

-Tá, claro.- Elas vão em direção a porta.- Vamos deixar vocês se resolverem!- Elas saem e logo em seguida fecham a porta.

Um silêncio ensurdecedor reina entre nós por algum tempo até que minha mãe decide me olhar e assim que ela levanta o olhar tomo um susto ao perceber o quanto seus olhos estavam vermelhos e enchamos, como se ela tivesse chorado muito por muitas horas.
Franzo o cenho sem saber o que exatamente deveria falar, minha boca abre e fecha várias vezes mais nenhuma palavra sai da minha boca. Meu olhar ainda vidrados no seu enquanto ela me olhava com os olhos tristes e solitários.

-Filha eu...- Mamãe desvia seu olhar do meu e fecha os olhos com força como se estivesse segurando suas lágrimas mas ela não consegue conter, lágrimas começam a descer descontroladamente de seus olhos.

Me endireito na cama do hospital desajeitadamente.

-Mãe,- Ela me olha com dificuldade e eu estendo minha mão para ela, com o objetivo de tranquiliza-lá e demonstrar que estava tudo bem.

Ela se aproxima devagar e pega em minha mão, não demoro muito para puxa-lá até mim e a envolver em meus braços. Por um segundo a mesma parece surpresa mas depois retribui o abraço e começa a chorar mais ainda, agora só dá para ouvir o som dos seus soluços.

-Desculpa minha filha,- Ela passa uma de suas mãos sobre meu cabelo desesperadamente.- como pude deixar chegar a esse ponto. Aí meu Deus eu sou uma péssima mãe.

-Ei, tá tudo bem.- Falo baixo com os olhos fechados.

Os soluços seção o que me faz chegar a conclusão que ela já estava um pouco mais calma. Abro os olhos e observo meu pai, ele poderia estar sério e com a postura ereta mas dava para ver seus olhos cheios de lágrimas que se recusavam a descer.
Estico uma das minhas mãos e ele parece surpreso e envergonhado, o mesmo me olha confuso e eu confirmo com a cabeça. Ele também se aproxima e pega minha mão com uma certa força e urgência, retribuo o gesto e permanecemos um tempo naquela posição.

-Iae, Como foi?-Toni pergunta após fechar a porta para os meus pais.

-Bem... intenso.- Respiro fundo.- Mas, vamos nos entender. Eles estão realmente arrependidos e eu estou disposta a perdoamos, então é só questão de tempo.

Toni apenas confirma positivamente.

-Agora, que tal irmos para casa?

-Por favor, eu necessito!

A farsaOnde histórias criam vida. Descubra agora