continuação 18

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— Maldita mulher, desgraçada, ela não perde por esperar . Calma Júlio não deixa a quela lambe sal tirar sua sanidade — disse Júlio pra si mesmo; sentou-se um pouco para que o ódio e o rubor facial diminui-se.

   Bateram outra vez à porta; era a  governanta.

— O sr. Constantis pergunta se  senhor... O senhor está pronto. — perguntou com receio pois ouvi a voz de Júlio praguejando alguém.

— Estou, sim.

Mas na verdade. Só agora dava-se conta do compromisso que havia assumido; não havia retorno.
  Por que será que Alex mandara a dona Socorro em vez de vir ele mesmo ao quarto? Os comentários de Tyciany, apesar de venenosos, não tinham nenhum fundamento. Alex nem ao menos a havia beijado até aquele momento. Júlio seguiu a dona. Socorro, refletindo sobre a falta de atenção de Alex.
  Ele estava em pé, à sua espera. Enquanto Júlio descia as escadas, desejava que ele o olhasse, sorrisse, abrisse os braços e ele se atiraria neles.
Quando ele olhou para cima, não havia nenhum enlevo em sua expressão.

— Despeça-se logo de seus pais que já estamos atrasados para pegar o avião - disse seco, logo voltando-lhe as costas. Ele sentiu como se tivesse levado uma bofetada.

Júlio inclinou-se na amurada, olhando as luzes de Pireus, enquanto o Clio deslizava suavemente pelo golfo Sarônico. O calor de Atenas estava demasiado sufocante e ele sentiu- se aliviado com o ar-condicionado do carro que os levava até o movimentado porto de Pireus.
  Gostaria de conhecer melhor Atenas, passear por suas ruas e sentir um pouco o clima exótico da Grécia, mas Alex quis
partir imediatamente para tomar o iate em Pireus. Clio havia sido uma surpresa. O quarto era quase do tamanho do que ele possuía em Águas Belas. Foi levado até ele por um marinheiro impecável vestido de branco.
    O iate era luxuoso e extremamente confortável. Júlio não tinha a menor idéia para onde se dirigiam. Durante o vôo, Alex desculpara-se e permanecera todo tempo ocupado com seus papéis. Nem mesmo no próprio dia do casamento ele podia deixar de lado a administração de seu império!

   No entanto, havia cuidado de cada detalhe para o conforto de Júlio. Quando chegou à cabine, ele se surpreendeu ao  encontrar uma jovem morena aguardando-a num uniforme impecável. Chamava-se IOANNA e estava a seu serviço. Júlio jamais teve uma camareira só para ele; no entanto pareceu-lhe muito agradável ter alguém que desfizesse suas malas, preparasse seu banho e separasse as roupas que usaria para o jantar.
A presença de IOANNA também tinha como consequência manter Alex afastado do quarto, Júlio percebera. Durante todo o tempo em que esteve se arrumando, ansiara pela chegada dele. Júlio percebeu que Alex deveria ter outro aposento, pois não havia nenhum objeto pessoal  dele, nem no banheiro, nem no quarto. No entanto, ele deveria ter a intenção de dormir com ele esta noite, pois a cama estava arrumada com lençóis de cetim e dois travesseiros com fronhas delicadamente bordadas.
    Júlio permaneceu por um longo tempo no deck do iat onde o marinheiro serviu-lhe um drinque. Não tinha a menor idéia de onde estava Alex. Será que ele pretendia ignorar-lo até a hora de ir para a cama? Ele não poderia ser tão cruel!
Ou poderia? Será que Júlio tinha idéia do que seria estar casado com Alex?

Ouviu passos, mas era o marinheiro avisando que o jantar estava servido.
  Quando chegou à sala, Alex o esperava e Júlio sentiu uma absurda sensação de alívio.

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