As mãos de Alex moviam-se por todo seu corpo, sobre a roupa molhada, buscando e moldando cada curva, passando pelos tórax, as curvas dos quadris, as coxas. Ele abraçou-o com mais força enquanto suas carícias se tornavam cada vez mais íntimas e embriagadoras.
Um grito abafado saiu da garganta de Júlio, mas foi o suficiente para quebrar o frágil encantamento que os unira por alguns segundos.
Alex afastou-se bruscamente, murmurando algo em sua própria língua, visivelmente contrariado.
Júlio escorregou para o chão.— Não era minha intenção - murmurou Alex para si mesmo.
Voltou-se e partiu sem uma palavra.Júlio retirou o balde de leite e colocou-o a salvo, longe das patas de Penélope.
— Pronto, sua pestinha.
Depois de perder o leite várias vezes com os coices de Penélope e ser atingido no joelho, finalmente Júlio chegou a um convívio razoável, tomando certas precauções. Era incrível como tarefas que lhe pareceram impossíveis agora podiam ser cumpridas sem muito esforço.
Carregando o leite de volta para casa, podia sentir o cheirinho do pão no forno. O primeiro pão que fizera havia sido um desastre completo. Parecia mais um tijolo, tanto na forma como no sabor.
Mas havia melhorado muito e o pão agora era quase gostoso. A prática é a amiga da perfeição, concluiu.
Já se passou quase uma semana daquele incidente, mas não podia se esquecer dos momentos em que estive nos braços de Alex, por mais que se esforçasse.
Naquela ocasião, ele só retornou para casa muito mais tarde, o rosto angustiado. Nunca mais haviam tocado no assunto.
No entanto, intimamente, Júlio ansiava por estar outra vez em seus braços. Para lutar contra isso, levantava-se quando o dia clareava e perfazia suas obrigações, que agora pareciam quase agradáveis. Percebeu que era muito mais fácil fazer todo o trabalho pesado durante a manhã, antes que o sol esquentasse muito. Assim, tinha mais tempo para si mesmo. Além disso, pela primeira vez na vida sentia o prazer de realizar alguma coisa pelo seu esforço pessoal.
Cada dia explorava uma parte da ilha. O interior era árido e pedregoso, mas tinha seu próprio encanto. Do outro lado, havia praias lindíssimas, com areia dourada e água cristalina.
Embora estivesse sempre atento, nunca mais viu nenhuma embarcação perto de Argoli.
Seus passeios também lhe davam uma ótima desculpa para se manter afastado de Alex. Como havia combinado, ele o tratava como se fosse seu empregado, sem ironia e com fria formalidade. Os únicos momentos em que passavam juntos era durante as refeições e havia sempre uma tensão perigosa no ar que estava prestes a explodir.
Durante o dia, ele estava tão ocupado quanto Júlio, trabalhando em consertos da casa, que já tinha um aspecto muito mais bem cuidado. Era à noite que as paredes pareciam se fechar sobre eles, revelando uma perigosa proximidade. Júlio habituo-se a escapulir para seu quarto assim que escurecia; não podia estar no mesmo ambiente que Alex. No entanto, por mais evidente que parecesse, desejava-o cada vez mais.
Quase todos os dias Alex ia pescar. Júlio então aproveitava para lavar a única roupa que restava, enrolando-se em uma toalha e levando-o para secar na praia, bem longe de Penélope. Enquanto isso, nadava e tomava sol nu.
Ele não podia negar que estivesse com a aparência mais saudável do que nunca em sua vida, o corpo todo bronzeado e a musculatura forte.
Outra vez, a roupa parecia necessitar de uma boa lavada; estava cada vez mais desbotadas e gastas. Lavou-as e decidiu-se a ir secá-las em sua praia favorita, a uns quinhentos metros da vila. Estendeu-as em uma rocha perto de uma oliveira e mergulhou nas águas límpidas.
Nessas horas, sentia-se quase feliz, nadando nas águas mornas por muito tempo e boiando. Podia esquecer que seu casamento foi um fracasso, um desastre, desde o princípio. Dando um suspiro, começou a sair da água, torcendo os cabelos e levantando o rosto em direção ao sol.
No momento em que saía, foi que o viu. Estava no alto, perto de onde estendeu as roupas. Júlio travou.
— Ti orea pou ise! Como você é lindo! - exclamou Alex.Júlio recomeçou a caminhar lentamente em direção a ele, como se estivesse hipnotizado. Alex despiu-se, atirando as roupas na areia, e abriu-lhe os braços. Júlio atirou-se neles e suas bocas se buscaram. Ele o beijava por todo o rosto e pescoço com sofreguidão. Mergulharam na areia. Júlio sonhava que Alex o beijaria assim, acariciando-o. Ansiava por sentir a suavidade das mãos dele em seu corpo, acariciando os bicos rosados de seu peito até que estes se pusessem eretos. A realidade era um prazer puro, muito próximo da dor.
Os lábios de Alex percorriam sua pele suave dourada pelo sol, sussurrando-lhe palavras de prazer e de desejo. Um pouco amedrontado, Júlio começou a acariciar-lhe o corpo nu, as costas, até os quadris.
Ele hesitou e Alex, beijando-lhe os lábios, guiou-lhe as mãos para seu corpo, mostrando-lhe o que queria. Júlio sentia-se tímido a princípio, mas pouco a pouco suas mãos moviam-se, acompanhando os gemidos dele.
Alex inclinou a cabeça, roçando os lábios lenta e sensualmente por todo seu corpo até chegar ao sexo. Júlio sentia-se desfalecer, ansiando para ser tocado por ele, mas, de repente, sentiu-se tomado pelo pânico do desconhecido.
— Não, por favor...
Alex levantou o rosto, olhando-o intensamente.
— Confie em mim-sussurrou. - Há diversos caminhos para o prazer, meu inocente. Este é apenas um deles.Júlio voltou a se reclinar e, com um pequeno soluço, entregou-se a ele. Sentia-se como uma flor que começava a desabrochar. Seu corpo estremecia, as mãos abriam-se e fechavam-se, a voz murmurava algo como o nome dele.
Sentia como se fosse explodir e se despedaçar em mil pedaços. Então, Alex moveu-se súbita e delicadamente, o corpo sobre o dele, as mãos levantando-a pelos quadris, trazendo-o em direção a ele. E então, com toda a delicadeza e suavidade, ele o penetrou. Por um momento, sentiu uma dor que logo cedeu, dando lugar a um prazer crescente, conforme os dois se moviam em perfeita harmonia.
Por um segundo, permaneceram imóveis, a expressão torturada do rosto de Alex enquanto o olhava.
— Eu desejei tanto esse momento.. você não pode imaginar - murmurou ele, a voz entrecortada.
— Não? - sussurrou Júlio, enquanto ele recomeçava a se mover. — Ah, Alex, Alex...Júlio seguia o ritmo de Alex, deslumbrado com a simplicidade do ato, com a gentileza. Beijaram-se, primeiro suavemente, as línguas se tocando sensualmente, e então com uma paixão desenfreada.
A primeira convulsão assustou Júlio. A segunda fez com que gritasse de prazer e dor quando o prazer levou-o a outra dimensão de tempo e espaço, deixando-o suspenso em doce agonia que ameaçava despedaçá-lo. Alex tremia convulsivamente em seus braços, murmurando algo em seu próprio idioma enquanto atingia o clímax.Pouco a pouco, ainda colados um ao outro, voltaram à realidade. Júlio sentia-se sem forças, totalmente relaxado. Quando Alex começou a se separar dele, segurou-o, entrelaçando as mãos em torno de seu pescoço.
— Não me deixe - murmurou, os olhos cheios de promessas. — Ainda não...Mas ele não sorria. Quase casualmente, soltou as mãos do pescoço, libertando-se do abraço. Rolou para o outro lado, e aí permaneceu, tentando controlar a respiração, o braço cobrindo os olhos.
— Alex, há algo errado? quis saber, tocando-lhe a face, timidamente.
— O que poderia haver de errado? -respondeu brusco, levantando-se e colocando o jeans. — Você é tão ardente quanto qualquer homem poderia desejar. Espero que você tenha ficado satisfeito, também.
Júlio enrubesceu, sem saber o que pensar.— Foi... maravilhoso. Então, por que não...
— Repetimos? - ajudou-o seco, subindo o zíper.
— Sim.Alex riu zombeteiro, os olhos percorrendo o corpo nu dele com insolência.
— Tão depressa, agapi mou? perguntou - Sente um desejo tão intenso por mim? Ou você só quer se vangloriar sobre seu garanhão grego para aquela mulher lá em Águas Belas?
Sorriu friamente quando percebeu a expressão de terror que tomava conta do rosto de Júlio.
— Vejo que finalmente você começa a me entender. Neste caso, você deve saber por que devo desapontá-lo. Desfrute de suas lembranças meu querido esposo – continuou ele. – Pois, como você mesmo me disse certa vez, terá de se conformar com isso.
Alex voltou-lhe as costas e partiu.
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UMA VIAGEM SEM VOLTA
Romance" vou comprar a mansão, e você será meu" disse Alexandro, inclinou-se e beijando-o nos lábios. Júlio queria dizer não, tentou resistir, manter os lábios cerrados, mas era luta que não podia ganhar. Alexandro com sua sensualidade, estava o subjugando...