— A primeira vez que Alex disse isso - riu Maria, - pensei que fosse só um sonho. Mas sei agora que o que o meu Alexandros diz ele cumpre, por mais que lhe custe. Por isso, Júlio mou, cuide-se.
— Acho que já descobri isso por mim próprio - murmurou Júlio.
— Tão cedo? Mas afinal, vocês estavam sós, tendo dia e noite só para conhecerem um ao outro.Júlio esboçou um sorriso em resposta. Quão pouco Maria sabia! Ela obviamente pensava que os dois haviam passado momentos idílicos na praia, fazendo amor e tomando banho de sol.
Ele pensava qual seria a reação de sua sogra se lhe relatasse: "Passava os dias trabalhando tão duro como jamais hou- vera sonhado, sem tempo para nada, e as noites rolando no colchão duro, esperando pelo amante que jamais chegava". Seria a vez de a atriz ficar chocada.
A casa era linda e aconchegante, toda branca, rodeada de primaveras, com as janelas e portas em madeira escura. Dentro, estava supreendentemente fresco, com grandes e antigos ventiladores girando no teto.
Maria tirou as sandálias, caminhando descalça pelo saguão de mármore até que chegou à porta da sala de estar.
— Venha, querido, quero apresentá-lo aos outros.
Júlio sentiu um impulso covarde de virar-se e correr: no entanto, controlou-se e seguiu Maria.
Deparou-se com um estranho quadro. A primeira pessoa que viu foi Paul, obviamente nervoso, de pé, atrás de um sofá onde estavam sentadas duas mulheres.
Uma delas já tinha certa idade, o rosto marcado e altivo. Vestia-se de negro, a cor tradicional das viúvas, mas portava colares e pulseiras onde luziam diamantes.— Júlio, quero apresentar-lhe a sra. Sophia Constantis, que é minha hóspeda aqui. Paul, que você já conhece. E sua irmã, Zoe.
Zoe Constantis era uma jovem muito bonita, olhos amendoados e pele cor de azeitona, corpo muito bem-feito. Trajava um vestido caro, um pouco vistoso demais. A beleza dele era ofuscada por uma expressão hostil que não tratava de esconder. Assim como a mãe, estendeu a mão para Júlio, mas da maneira mais fria possível.
Júlio logo percebeu que ele havia estragado os planos de Sophia em relação a Zoe e Alex. Era óbvio que a sra. Sophia não estava muito feliz em ter perdido a fortuna da família para um estranho. Se pudesse reavê-la através de um casamento entre os primos, tudo estaria resolvido.
Júlio afastou-se um pouco, sob o pretexto de olhar um bonito retrato de Maria Xanthe. Logo a atriz reuniu-se a ele com um copo de bebida.
— Aqui está, pedhi mou, um legado da América, um martíni seco. Se soubesse que vocês viriam, não teria enchido a casa de convidados. Depois do jantar, poderá ficar a sós no quarto com Alex. Eu só quis fazer o melhor. George, com certeza, gostaria que eu fosse gentil com a família dele, e não podemos ser inimigos para sempre.
— Tenho certeza de que Alex concorda com a senhora - disse Júlio, engasgando-se com a bebida.
— Está um pouco forte, não? Achei que você precisava de alguma coisa para relaxar, meu bem. Em um momento, você está a sós com Alex fazendo amor; no momento seguinte, está rodeada dessas pessoas hostis que ficam observando-o como se fosse um inimigo. Mas não pense que você é a única vítima da frustação deles. Como crê que me olharam a primeira vez que nos encontramos? A verdade deixou-os estarrecidos!
— Mas com certeza deviam já ter ouvido falar na senhora - protestou Júlio.
— Em Maria Xhante, claro que sim, mas esse é meu nome de atriz. Meu verdadeiro nome é Maria Cristoforou e é o nome que aparece na certidão de nascimento de Alex. Foi por isso que consegui preservar minha privacidade até que eu decidi torná-la pública. Você poderia imaginar qual seria a reação deles se soubessem quem eu era durante aquele absurdo processo? Eu não poderia haver suportado. Mas agora que eles dependem de Alex para manter o alto padrão de vida a que estavam acostumados, não ousariam fazer qual quer tipo de comentário.
Maria parou por alguns instantes, os olhos enchendo-se de lágrimas.— Quem se importa agora? O meu George está morto há tantos anos! -desabafou, enxugando os olhos e voltando a sorrir. O jantar está servido, Júlio mou; você se sentará ao meu lado.
Júlio mal conseguiu lembrar-se da refeição. Tentava provar um pouco de cada prato. Maria Xanthe esforçava-se para controlar o ambiente tenso, conversando sobre amenidades, envolvendo todos os participantes. Mas a atenção de Júlio estava voltada só para Alex, que, do outro lado da mesa, lançava-lhe olhares de raiva.
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UMA VIAGEM SEM VOLTA
Romance" vou comprar a mansão, e você será meu" disse Alexandro, inclinou-se e beijando-o nos lábios. Júlio queria dizer não, tentou resistir, manter os lábios cerrados, mas era luta que não podia ganhar. Alexandro com sua sensualidade, estava o subjugando...